Textos sobre a Guerra Civil Espanhola - Textos 4 e 5
Texto 4:
50 – “A complexidade da guerra na Espanha vem deste duplo aspecto: uma guerra civil (proletariado versus Capital) transformada numa guerra capitalista (proletários em ambos os lados, lutando por formas de Estado)."
51 – “Após derrotarem os fascistas em um grande número de cidades, os trabalhadores tomaram o poder. Esta foi a situação imediatamente depois da insurreição. Mas o que fizeram com esse poder? Eles o devolveram ao Estado republicano”.
52 – Marx: “Uma das características das revoluções em que o povo parece avançar rapidamente para uma nova era tem sido a facilidade com que se deixa novamente subjugar pelas ilusões do passado, entregando o poder e a influência, que tão duramente conquistaram, aos homens supostamente representaram o movimento popular numa época anterior."
53 – O texto é contra o princípio de Durruti da “unidade a qualquer preço” que visava evitar o que depois ocorreu (o racha entre frentistas e anarquistas, graças à iniciativa stalinista).
54 – “Depois de se organizarem para derrotar o golpe de Estado, com rudimentos de uma estrutura militar autônoma (as milícias), os proletários aceitaram a direção da coligação das "organizações dos trabalhadores" (a maioria abertamente contrarrevolucionárias), que impuseram a autoridade do Estado.” O primeiro texto parece discordar disso.
55 – O texto defende que desde o fim do julho de 1936 houve um erro irreversível. Negociar e entregar o poder de volta ao Estado. Maio de 1937 teria sido o cume apenas.
Texto 5 e Último:
56 – Sucesso do golpe fascista: “a classe operária e os camponeses sacrificaram a luta por suas próprias exigências e uniram-se com liberais e stalinistas, a ala esquerda do Capital, na luta para defender uma forma de dominação capitalista, a democracia, contra outra, o fascismo.“
57 – A experimentação da ideia anarquista teria se dado quando a guerra começou. Isso choca com o texto um?
58 – “Trabalhadores em cada empresa tomaram a fábrica, as tarefas, a oficina, as máquinas, matérias primas e se aproveitaram da continuidade do sistema monetário e das relações mercantis do capitalismo, para organizar a produção e vendê-la em seu próprio benefício." “Nós acrescentaríamos que, em muitos casos, os trabalhadores não assumiram o controle da produção, eles simplesmente trabalharam sob a direção de burocratas sindicalistas e com os antigos patrões contratados como assessores.”
59 – O texto até admite a existência do “livre acesso” e do “(...) a cada um segundo as suas necessidades”. Mas alerta que não foi a regra. Porém, demonstra que funcionou onde foi adotado. Tal sistema ocorreu no campo. Há um diálogo muito interessante neste texto! Diz que em outras comunidades, apenas bens produzidos em abundancia podiam ser distribuídos.
60 – A “Revolução” não conseguiu qualquer mudança significativa no tocante à emancipação feminina.
61 – Critica a inicial diversidade de “moedas” que dificultavam a sustentabilidade das coletividades (trocas).
62 – Texto provavelmente choca com outros quando diz: “Isso acarretou uma grande miséria em contraste com as poucas coletividades ricas.” Defende que isso foi decorrência da não-implantação do “(...) a cada qual segundo suas necessidades”. A troca em valores capitalistas continuou mesmo nos lugares em que não havia o dinheiro.
63 – Continuam as crises de superprodução devido a não superação do capitalismo.
64 – “Na economia capitalista, a competição mercantil força cada empresa a tentar produzir suas mercadorias o mais barato possível, para suplantar suas rivais. As coletividades espanholas, trocando umas com as outras, e competindo com empresas não coletivizadas estavam sujeitas às mesmas pressões.” (...) “A força de trabalho passa a ter interesse na lucrabilidade do capital que ela coletivamente administra, identificando-se com o capital e organizando sua própia exploração. De fato, para se manter como força de trabalho ela tem de manter a empresa.“
65 – Segundo o autor do texto, As informações e citações deste artigo foram extraídas do The Anarchist Collectives in the Spanish Revolution, de Gaston Leval; The Spanish revolution, de Stanley Payne, e With the Peasants of Aragon,de Augustin Souchy.
FIM
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