Trechos e Textos sobre Movimentos sociais e outros temas - Parte II

 Um:

66 – Traz, criticando, o pensamento de Alain Touraine. Que, desde os anos 70, pregava o fim do socialismo e dos movimentos ligados à esfera econômica. Afirmava que a “bola da vez” eram os “novos movimentos sociais”, de caráter culturalista. Não há mais “classes” e sim “atores sociais”.


MNDH - Relatório de Criminalização dos Movimentos Sociais:

69 – Muito “basicão”. De interessante, há uma lista com as tipificações penais mais usadas contra movimentos sociais.

70 - O interessante do relato dos casos (absurdos) é aprender dicas de precaução. O inimigo joga sujo, fora das regras que ele mesmo cria, quando o movimento é combativo.


Movimento de Bairro e Estado na América Latina:

71 – Li há muitos anos. Vamos lá de novo. A meu ver, é um texto muito bom.

72 – Defende que, a depender da composição, estrutura organizativa, orientação política e do comportamento político e ideológico do aparato estatal, os movimentos de bairro podem sim ter caráter classista. A luta de classes, ao contrário do que pensa a esquerda tradicional, vai além dos partidos e sindicatos.

73 - De forma interessante, trata das heterogeneidades dentro de movimentos de bairros populares. Níveis de renda (lista três); origens da renda (tipos de trabalhos); bagagem anterior de experiência com moradia (e às vezes vem de “melhora”, outras de “piora”). Essa diversidade contribui para gerar níveis de consciência bastante diferentes.

74 - Crê que só “experiências unificadoras” podem aproximar tais consciências sobre as causas dos seus problemas de moradia.

75 - Não sei bem se quem fez o texto concorda comigo, mas eu diria que o mesmo trata, muito bem, de questões e tensões que servem para qualquer pessoa que queira levar adianta qualquer luta. Não se trata apenas de tensões em movimentos de bairros ou que ocorrem com “os pobres” (termo muito usado no texto).

76 - Outro ponto importante nas organizações de bairro é que podem ser a forma de uma pessoa que não está conseguindo se organizar no sue local trabalho não ficar de fora de algum tipo de luta-organização coletiva. Cada vez mais o capitalismo tenta inviabilizar organização do trabalhador em seu local de trabalho. (apesar de que… essa sacanagem tem que ser combatida)

77 - Reflexões muito interessantes e práticas na página 4 sobre o dilema do Estado ser, ao mesmo tempo, adversário e “provedor” ou “protetor”.

78 - Manifestações não são temidas apenas por queda de popularidade de político X ou Y. Manifestações populares são temidas por significarem a fragilização de um elemento essencial para a dominação do capital: a “lealdade das massas” (não gosto do termo, passa um ideia errada, mas foi o ‘usado’... dá pra entender). Agitação afugenta possíveis investidores, isso num mundo cada vez mais refém dos mesmos.

79 - As principais táticas hoje dos movimentos de bairro são tão óbvias quanto difíceis de combater: protelar e dividir. Atender parcialmente e de forma mais tardia possível as reivindicações. Nunca de forma a resolver todo o problema. Até pelo motivo de que isso envolveria ter que desconcentrar renda. E eu adiciono: afugentar investidor. 


FIM

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