Trechos e Textos sobre Educação e outros temas - Parte IV

      CONTINUAÇÃO...


          239 - Ferrer e o PRONATEC (dá até texto): “Estas duas vertentes não são excludentes, muito pelo contrário, são complementares e correspondem a dois grandes enfoques eleitos pelos educadores do passado como forma de romper com a educação classista da época. Esta, organizada num sistema dual, oferecia uma educação científica para a burguesia e uma educação profissional para os filhos do povo. Aos primeiros, o ensino das ciências, das artes e, consequentemente, o poder intelectual da época, que lhes garantia a função de dirigentes. Aos segundos, a aprendizagem parcial referente ao ofício, cuja demanda, decorrente da divisão social do trabalho, formava a grande massa de mão-de-obra fabril, apta para o trabalho braçal e para a submissão.”

       240 - O “positivismo invertido” (a ciência em função do homem) dos anarquistas, era sobretudo uma tentativa de se opor a ampla influencia das doutrinas religiosas sobre quase todas as experiências educativas da época.

241 - Financiamentos das escolas anarquistas? Doações, festa, rifa, quermesse, contribuição direta dos pais ou alunos, etc. Por isso, pregavam que os trabalhadores não pagassem tributos ao Estado.

242 - “As actividades dos anarquistas na área da educação estendiam-se através dos Centros de Estudos Sociais, cujos objectivos, além da propaganda, previa cursos de instrução para os trabalhadores e instalação de "...biblioteca para o ensino mútuo e para o estudo das questões sociais" na qual "...a mesa de leitura está à disposição de todos, desde as 8 horas da manhã até as 10 horas da noite, todos os dias"

243 - A Igreja metia o pau via imprensa nas “Escolas Modernas” paulistas, das quais sairiam “bandidos”. Tanto que em 1920 as escolas foram fechadas.

244 - Nota de Rodapé interessante: “Ferrer abriu sua escola, a Escola Moderna de Barcelona, em 1901 e em 1906 foi fechada pelo governo, após atentado sofrido por Afonso XII, sob a alegação de que abrigava em seu interior terroristas.”

245 - Mais nota de rodapé. Anarquista baiano. “Fábio Luz (1864-1938) formou-se em medicina, em 1888, pela faculdade de Medicina da Bahia. Participou da fundação da Universidade Popular de Ensino Livre, em 1904, onde foi professor da cadeira de higiene”.

246 - O quinto texto é sobre Tragtenberg e suas críticas à academia. Achei meio que repetição do que eu já desnaturalizei, mas é sempre interessante ver mais gente percebendo a mesma coisa.

247 - Trecho: “Hoje, como ontem, nos seminários, colóquios etc., financiados com o dinheiro público ou não, paga-se para apresentar trabalhos a si mesmos ou aos amigos, que se revezam entre falantes e ouvintes. Da mesma forma, o imperativo da quantidade: não interessa o conteúdo e a qualidade do que se publica, mas sim quantos pontos vale; também não importa se alguém lerá o artigo; de preferência que seja publicado em algum país vizinho, pois as revistas internacionais garantem uma pontuação maior. Transformemos aulas em palestras! Nos insinuemos aos nossos amigos para que nos convidem a proferir palestras! Façamos acordos de corredores! É preciso fazer currículo a qualquer custo!

248 - Toca na necessidade de democracia direta como forma de gerir a educação.

249 - Depois vem um próprio texto de Tragtenberg - o famoso “Delinquência Acadêmica”.

250 - Nas universidades, nos cursos, trata-se de discutir os meios sem se discutir os fins. Produzir um saber a serviço do poder.

251 - “Simbolismo” da coisa: “formando a mão-de-obra para um sistema fundado na desigualdade social, a qual acreditava legitimar-se através da desigualdade de rendimento escolar”.

252 - O último texto é “Pedagogia Libertária e Pedagogia Crítica” de Antônio Ozaí.

253 - Ferrer não era exatamente anarquista, mas sua pedagogia coincidia com várias propostas anarquistas. Tolstoi dirigia a escola “Yasnaia Poliana” - “A Escola de Yasnaia Poliana era tão radical e inovadora como a de Robin e Faure e, inclusive, superava-as na aceitação até as últimas conseqüências da liberdade das crianças, pois na sua escola nada era obrigatório, nem horários, nem programas e nem normas disciplinares”.

254 - Nota de rodapé 15 contém as doze regras do “Carlos Diaz, no Manifesto Libertário de la Enseñanza”. Vale a pena ser sempre lido.

255 - McLaren (pedagogia crítica) sobre sua experiência numa escola da periferia de Toronto: “Minha eficiência com esses estudantes começou quando tornei dignas suas próprias experiências, fazendo-as merecer investigação.” Ele percebeu que primeiro tinha que ensinar usando os termos dos alunos, por exemplo.

256 - McLaren tem um texto elogiando a influencia de Freire sobre ele.

257 - O texto na verdade falou muito mais das semelhanças que das diferenças. Eu queria o contrário, mas ok.


Saviani - As Concepções Pedagógicas na História da Educação Brasileira:

258 - Saviani divide em duas grandes correntes. Teoria na frente (como ensinar?) e as da prática na frente (como aprender?). Essas seriam as teorias da aprendizagem.

259 - O professor é um auxiliar do aluno em seu processo de aprendizagem? Ou o professor é o centro da escola, transmitindo os conhecimentos?

260 - A “Escola Nova” (corrente II) torna-se hegemônica no Século XX, segundo Saviani.

261 - Anchieta aculturou os índios argumentando que os seus ritos e gestos eram tentações de espíritos malignos, coisa do demônio.

262 - Escola Nova ganhando terreno no Brasil: “Em 1930 foi lançado o livro de Lourenço Filho “Introdução ao Estudo da Escola Nova” (LOURENÇO FILHO, 1967) e em 19332 Anísio Teixeira publica o livro “Educação progressiva: uma introdução à filosofia da educação” (TEIXEIRA, 1968), declaradamente filiado ao pensamento pedagógico de John Dewey.”

263 - Entretanto essa transição demora. O livro de um tomista brasileiro vendeu, até 1967, bem mais cópias que esse aí de Anísio Teixeira, por exemplo.

264 - Movimento de Educação de Base, o MEB: “o MEB foi um movimento criado e dirigido pela hierarquia da Igreja Católica”. È que a igreja foi forçada a realizar uma renovação pedagógica, sob pena de perder clientela para os “modernos”. Maria Montessori e Lubienska são adotados como exemplos de renovação sem perder a filosofia católica de vida.

265 - De 1964 a 2001 há, segundo o texto, a era da educação produtivista, defendida por Santiago Dantas e pelo IPES, ao que entendi. Ensino tecnicista. É a teoria do capital humano.

266 - “Finalmente, Gaudêncio Frigotto (1984), após reconstituir a lógica interna e a gênese histórica da teoria do capital humano, mostra que a escola não é produtiva a serviço dos indivíduos indistintamente, no seio de uma sociedade sem antagonismos, como supunham os adeptos da teoria do capital humano. Também não é ela produtiva a serviço exclusivo do capital como pretendiam os críticos (reprodutivistas) da referida teoria. E nem mesmo é ela simplesmente improdutiva como pretendeu a crítica da crítica à teoria do capital humano”.

267 - Interessante: “As idéias socialistas já vinham circulando no país desde a segunda metade do século XIX, portanto, ainda sob o regime monárquico e escravocrata, tendo surgido jornais como O socialista da Província do Rio de Janeiro, lançado em 1845, e livros como O socialista, de autoria do general José Abreu e Lima, publicado em Recife em 1855 (GHIRALDELLI JR, 1987, p.53-54). Essas idéias eram provenientes do movimento operário europeu, tendo por matriz teórica autores como Saint Simon, Fouriet, Owen e Proudhon”.

(...)

As idéias anarquistas no Brasil também remontam ao século XIX, havendo o registro de publicações como Anarquista Fluminense, de 1835, e Grito Anarquial, de 1849. Surgiram, também, no ocaso do Império e início da República colônias anarquistas, entre as quais a mais famosa foi a Colônia Cecília que funcionou entre 1889 e 1894 por iniciativa de imigrantes italianos, experiência descrita de forma poética em 1942 por Afonso Schmidt (1980).”

268 - Surge um “Partido Socialista Brasileiro” em 1902. PCB só surgiria em 1922.

269 - A última escola libertária fechada aqui foi em 1919. Os anarquistas brasileiros eram entusiastas da educação integral e de Robin e do ensino racionalista de Ferrer.

270 - ANL era um frente ampla para a revolução democrático-burguesa. O “BOC” Bloco Operário Camponês era um braço legal do PCB.

271 - Proposta de Paulo Freire: “Essa proposta suscita um método pedagógico que tem como ponto de partida a vivência da situação popular (1º passo), de modo a identificar seus principais problemas e operar a escolha dos “temas geradores” (2º passo), cuja problematização (3º passo) levaria à conscientização (4º passo) que, por sua vez, redundaria na ação social e política (5º passo).” Ficou meio simplificado… Sei se é assim não… Mas foi como Saviani apresentou.


Paulo Carrão - A Pedagogia Anarquista Brasileira:

272 - Analisa superficialmente textos da revista libertária “A Vida” - do início do Século XX. Algumas coisas interessantes, como anarquistas indicando “O Capital” como fonte e etc. Mas o texto é muito abrangente.


Kassick e Kassick - A Contribuição do Pensamento Pedagógico Libertário Para a Educação Brasileira:

273 - Já li, no “Pedagogia e Anarquismo” logo acima.


João Madeira - Para Pensar a Política na Educação:

274 - Texto Secundário.


Nicolina de Petta e Luciano Delfini - A Construção de Uma Outra Sociedade Por Uma Nova Educação:

275 - Superficial.


Cartilha de Formação do EIV:

276 - Cartilha enorme de 114 pgs. sobre vários temas. Boa parte dela já tinha lido, pois os textos que têm lá eu já tinha “em separado”. O resto é sobre temais mais gerais. 



FIM

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