Filosofia - Textos Diversos XXXIV - Introdutório Merleau-Ponty


Introdutório Merleau-Ponty:

582 - Discípulo de Husserl. Segue suas trilhas. Influenciado também por Hegel e Heidegger.

583 - Merleau-Ponty reconhece que '"Hegel está na origem de tudo o que se 'realizou de grande em Filosofia há um século - p. ex., o marxismo, Nietzsche, a Fenomenologia, o Existencialismo alemão, a Psicanálise -; ele inaugura a tentativa de explorar o irracional e integrá-lo em uma razão ampliada, tentativa que permanece a tarefa de nosso século.

584 - Muito blablablá nesse texto até aqui.

585 - "Que é Fenomenologia?", pergunta Merleau-Ponty. "É o estudo das essências', é uma "filosofia que recoloca as essências na existência'; "uma filosofia para a qual não se pode compreender o homem e o mundo senão a partir de sua facticidade"; "é uma filosofia transcendental"

586 - Assim, entendemos como Merleau-Ponty, partindo do pressuposto hegeliano de que se deve começar pela facticidade existencial fenomenal humana, toma como ponto de partida o fenômeno do' comportamento e nele erige a percepção como contato primeiro com o mundo.

587 - Crê que a existência vem antes da formação de juízos: Descartes e principalmente Kant libertaram o sujeito ou a consciência, fazendo ver que eu não poderia apreender nenhuma coisa como existente se primeiramente não me sentisse existindo no ato de apreendê-la.. . ". (Prefácio, p. III). Além disso, afirmar a supremacia da consciência sobre o objeto é reconhecer que o objeto aparece através da atitude sintética do sujeito.

588 - "A verdade não habita o .'homem interior', ou antes não há homem interior, o homem está no mundo e é no mundo que ele se conhece". (Prefácio, p. V)

589 - A consciência não vem primeiro. O pensamento e tal. "0 verdadeiro transcendental é o mundo". Transcendental = apriorístico, prévios à experiência. Para Kant, o tempo e o espaço eram, por exemplo.

590 - O objeto constitui, assim, um momento inelutável do próprio fenômeno de sentido". (Levinas, En découvrant l'existence avec Husserl et Heidegger, p. 22.) Deste modo, continua Levinas, "a intencionalidade designa uma maneira para o pensamento de conter idealmente outra coisa que ela mesma". (Idem, p. 22.) Sendo a consciência uma visada daquilo que' ela não é, o seu ato de expressão não pode se identificar com aquilo que ela exprime.

591 - Dos debates sobre o tipo de intencionalidades não consegui tirar importância prática.

592 - Para Merleau-Ponty, a intencionalidade é urna relação dialética onde surge o sentido. "Porque estamos no mundo, estamos condenados ao sentido e não podemos fazer nada ou nada dizer que não tenha um nome na história." (Prefácio P. XIV.)

593 - O mundo fenomenológico, para Merleau-Ponty, não é o ser puro "mas o sentido que transparece na interseção de minhas experiências com as do outro, pela engrenagem de umas sobre as outras; ele é, pois, inseparável da subjetividade e da intersubjetividade, que faz sua unidade pela retomada de minhas experiências passadas em minhas experiências presentes, da experiência do outro na minha." (Prefácio,_ p. XV.).

594 - Eu realmente me pergunto se alguma filosofia do Século XX - suas problematizações - faz sentido prático.

 

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