Filosofia - Textos Diversos XXVIII - O Existencialismo de Sartre (Gerd Bornheim)
Gerd Bornheim - O Existencialismo de Sartre:
453 - A existência precede a essência é de Heidegger. Sartre é o único que não se incomoda com o rótulo “existencialista”. Não há uma natureza humana a priori em Sartre. Não existe um Deus para incutir uma natureza humana, essência primordial.
454 - Sartre: O ser e o nada (1943), adota o método fenomenológico. A segunda obra adota o método marxista, crítica da razão dialética em 1960. E no fim da vida, vai ao método da psicanálise.
455 - O ser se define pelo princípio de identidade: ele é o que ele é. A consciência, ao contrário, não é idêntica consigo mesma, toda busca de auto-identificação devolve-a imediatamente ao outro que não ela mesma. (...) Assim, a consciência só se deixa definir pelo princípio de contradição: ela é o que não é não é o que é.
456 - Em Sartre, não há espaço para o nada no ser.
457 - A consciência é um ser que, em seu ser, é consciência do nada de seu ser.
458 - O homem é habitado por uma falácia: o desejo de ser, que é o desejo de fundamentar-se a partir do outro que não ele mesmo. O Humanismo existencialista exige que o homem seja "o fundamento sem fundamento de todos os valores", que ele se invente a partir do nada que ele é, ao invés de autodeterminar-se por algo que lhe é exterior - seja a família, o estado, um partido político, a religião, os valores ou qualquer tipo de determinismo social, biológico ou psicológico.
459 - Em Sartre: A relação objeto-objeto não existe, o em-si é exterior a si próprio. E a relação sujeito-sujeito também termina não se verificando: como poderia o nada relacionar-se com o nada? Assim, a intersubjetividade só se concretiza com o recurso à dicotomia sujeito-objeto.
460 - Mais Sartre: E recusa também o determinismo materialista: se tudo se reduzisse à matéria, não haveria consciência e não haveria liberdade. Qual ´[e, então, o fundamento da liberdade? É o nada, o indeterminismo absoluto.
461 - Todo homem se refugia na desculpa de suas paixões, todo homem que inventa um determinismo é um homem de má fé. (O existencialismo é um humanismo, pág. 81)
462 - Era “marxista” com ressalvas: O ateu Sartre continua ferrenho inimigo de qualquer forma de materialismo: sempre que se interpreta a história a partir da categoria do objeto, através por exemplo, de leis econômicas, a subjetividade humana é abandonada, o homem é desfigurado. E contra esse perigo sempre iminente, faz-se necessário que se coloque na base da doutrina, como sua única razão de ser, o indivíduo concreto, a subjetividade individual, livre e consciente.
463 - Crê que a verdade e inteligibilidade na história humana.
464 - Nossa liberdade hoje não é nada mais que a livre escolha de lutar para nos tornarmos livres. E o aspecto paradoxal desta fórmula exprime simplesmente o paradoxo de nossa condição histórica. Não se trata de enjaular meus contemporâneos: eles já estão na jaula.
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