Filosofia - Textos Diversos XXVII - O Que é Isto – A Fenomenologia de Husserl

 

Galeffi - O Que é Isto – A Fenomenologia de Husserl:

438 - Seria um método para conhecer a essência. A fenomenologia transcedental quis ir além da referência empírica, da questão das vivências.

439 - Nesta fenomenologia transcendental não nos havemos com ontologia apriórica, nem com lógica formal e matemática formal, nem com geometria como doutrina apriórica do espaço, nem com cromometria e foronomia apriórica, nem com ontologia real apriórica de qualquer espécie (coisa, mudança, etc.).

440 - É uma crítica da razão enquanto fenômeno da consciência constituinte. Reclamando, renovadamente, uma nova tarefa para a Filosofia do Sujeito, precisamente aquela capaz de superar o amadorismo empírico ou o transcendentalismo ingênuo (ou realista) das épocas anteriores.

441 - Conhecer parte da possibilidade de pôr em dúvida a própria capacidade de conhecer sem pôr em dúvida a consciência.

442 - … a tarefa da Fenomenologia Transcendental seria a de tornar evidente, por meio do esforço elucidativo da estrutura fenomenal da consciência, o próprio modo de ser dos objetos que constituem a consciência humana. É rastrear todos os possíveis dados da consciência, não basta ver.

443 - Fenômeno é aquilo que aparece. Vem do grego. Trata-se, no caso, de uma relação interdependente entre o aparecer e o que aparece, entre o sujeito do conhecimento e o mundo conhecido, entre a consciência que conhece e o mundo ou objeto que aparece ou se mostra cognoscível. Relação indissociável.

444 - … podemos dizer precisamente que aquilo que na maioria das vezes “não se mostra e sim se mantém velado...” é o único “fenômeno” que interessa à investigação fenomenológica.

445 - O existencial é concreto. Não existe um ser-em-si, apenas um ser-no-mundo. Consciência é sempre consciência de alguma coisa.

446 - Como enfatizava Husserl, definindo o sentido do conhecimento fenomenológico: O conhecimento é, pois, apenas conhecimento humano, ligado às formas intelectuais humanas, incapaz de atingir a natureza das próprias coisas, as coisas em si. (Husserl, 1990: 44)

447 - A ciência do ente em sentido absoluto: essa ciência, que chamamos metafísica, brota de uma «crítica» do conhecimento natural nas ciências singulares com base na intelecção, adquirida na crítica geral do conhecimento, da essência e da objetividade do conhecimento segundo as suas diferentes configurações fundamentais, e com base na intelecção do sentido das diversas correlações fundamentais entre conhecimento e objetividade do conhecimento. O método fenomenológico é radicalmente diverso do método das ciências naturais. É outro modelo gnosiológico.

448 - Só fazendo filosofia é que se pode constituir uma ciência da essência do conhecimento.

449 - A fenomenologia é a via de acesso e o modo de verificação para se determinar o que deve constituir tema da ontologia. A ontologia só é possível como fenomenologia.

450 - O conceito oposto de “fenômeno” é o conceito de encobrimento. Coisas que não aparecem.

451 - Mais elevada do que a realidade está a possibilidade. A compreensão da fenomenologia depende unicamente de se apreendê-la como possibilidade. (Heidegger, 1988: 66-70). (...) o método fenomenológico confunde-se com a própria filosofia.

452 - Às vezes parece autoajuda: De qualquer modo, resta sempre a cada um decidir se quer ou não pensar com liberdade e altivez, superando as antinomias do ser e do aparecer, da essência e da aparência — continuar no caminho interrogante: meditação infinita.

 

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