PP - Textos Diversos X (Fagner Enrique)


Fagner Enrique (PP) - Autonomia x Reformismo:

277 - É impossível iniciar qualquer luta proletária autônoma senão por meio de lutas por reformas, por melhorias nas condições de vida dos trabalhadores, pela simples razão de que são essas lutas que primeiro colocam os trabalhadores em movimento. (...)  Cada trabalhador precisa perceber, por si mesmo, a uma certa altura do processo de luta, que as reivindicações inicialmente levantadas são já insuficientes (ou porque foram satisfeitas ou porque são incapazes de resolver os problemas inicialmente confrontados e/ou uma série de outros problemas) e que é preciso avançar na pauta de reivindicações, o que também corresponde a perceber que é necessário partir para formas mais radicalizadas de luta.

278 - A essa altura, é preciso fazer um esclarecimento: nem sempre a expressão “formas mais radicalizadas de luta” deverá ser entendida como “formas mais violentas de luta” – tendo-se em vista o próprio avanço da luta anticapitalista.

279 - No processo de luta é que o trabalhador vai aprendendo a ser radical.

280 - Uma derrota pode não desmobilizar se os laços de solidariedade não forem rompidos e os lutadores não se dispersarem.

281 - O que importa é que os trabalhadores tomem eles mesmos a condução ativa de qualquer movimento, tanto do ponto de vista prático quanto do ponto de vista intelectual.

282 - Cita sempre a necessidade de os trabalhadores fazerem o estudo científico da realidade.

283 - Marcelo Lopes, nos comentários, quer mais precisão no debate. O texto se refere: Ao “projeto de autonomia” castoriadiano, ao mesmo tempo anticapitalista e antimarxista (não apenas “antiburocrático”), e por isso em grande medida próximo da tradição anarquista (apesar de Castoriadis, por várias razões, criticar os anarquistas e não se considerar pertencendo às suas fileiras)? Ou ao “marxismo autônomo” ou “autonomista” inspirado nas lutas e conflitos italianos dos anos 1970 (e, mais recentemente, na produção intelectual de Antonio Negri e mesmo John Holloway)?

284 - Só dois exemplos. Deu mais

285 - Contra existência de divisão entre dirigentes e militantes.

286 - Sobre ação direta violenta: Na verdade, a ação direta como um fim em si mesmo e reduzida ao estético, acaba se tornando a prática tanto de grupos libertários quanto de grupos autoritários. Mas eu acho que ela é importante. Em certos momentos, eu confesso que penso que ela deve ser praticada apenas de maneira defensiva. Isso não significa que, numa manifestação, se a polícia não atacar a população não pode partir para a ação direta. Isso significa que é preciso ter legitimidade entre os trabalhadores para a prática da ação direta. Só não houver contexto que legitime, a campanha de difamação fica fácil.


(...)


Fagner Enrique (PP) - MPL, a Ritualização da Autonomia:

337 - Afirma que os trabalhadores oscilam entre a autonomia, que é quando assumem o controle direto da produção, e a heteronomia, que é quando fazem luta interna ao capitalismo.

338 - Sugere atuação no bairro em que mora, nas escolas e fazer aliança com os trabalhadores do setor de transportes. Prega, assim, a aproximação com trabalhadores que produzem mais-valia não esporadicamente mas cotidianamente, trabalhadores sem os quais a economia capitalista não pode funcionar, trabalhadores que comprometem todo o ciclo de reprodução ampliada do capital ao desenvolverem relações de produção anticapitalistas.

339 - Afirma que a organização interna toma a maioria das reuniões e, portanto, a ideologia da autonomia vira mais uma encenação que uma atitude prática “para fora”.

340 - Por fim, afirma que a pauta identitária está fragmentando a luta em vez do contrário.

341 - Um comentador achou o MPL muito fechado e que a periferia tinha pouco dinheiro pra participar do movimento, pagar lanches e etc. Era vergonhoso não ter dinheiro pra buzão ou para cerveja pós-reunião.

342 - Fagner coloca que as cisões internas são úteis aos capitalistas: Para mim, o MPL é formado sobretudo por membros da classe trabalhadora que não completaram ainda o seu processo de formação para o trabalho, o que dificulta a inserção nos locais de trabalho. Além do mais, é exatamente a cisão entre trabalhadores da periferia e trabalhadores de classe média que abre espaço para os discursos identitários, pois cria cisões entre os trabalhadores: assim, o professor de classe média, por exemplo, que não vive na favela, é menos qualificado para falar sobre a condição proletária do que o pedreiro, que vive na favela.

 

Fagner Enrique (PP) - O Pior Cenário Possível:

343 - Texto de julho de 2015. Diz que as bases dos movimentos deveriam se afastar das cúpulas simpáticas ao PT. Do contrário, cairão junto com ele. O PT está no campo capitalista e, por isso, é inimigo do movimento autonomista.

344 - Nos comentários, há declarações dúbias de Lula sobre ser de esquerda ou de centro. Que o governo com certeza não era de esquerda.

 

Fagner Enrique (PP) - Voto Nulo, Uma Solução a Serviço da Ordem:

345 - Defende que votar nulo não é protesto algum. Tão inútil quanto votar na esquerda. Não se constrói laços assim. Seria melhor gastar tempo e energia com trabalho de base. 

346 - Um opositor diz: Tão importante como a luta contra a escravidão assalariada é a luta contra a servidão eleitoral, denunciando o Estado e todas as facções envolvidas na corrida pelo seu comando.

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