Fagner Enrique (PP) - Mário Pedrosa e o Golpe de 1964 IV

 (continuação...)

322 - Com Eisenhower começam, aos poucos, a serem mais influentes os homens de negócio. Nelson Rockefeller teve a habilidade de ser influente de Roosevelt a Eisenhower.

323 - No rodapé dessa parte IV do texto, há longa nota sobre o anticomunismo nos EUA. Surge de forma radical em 1919 pelo medo do que ocorreu na Rússia e pelas crescentes ações diretas de comunistas e anarquistas. Ponto alto: Embora o número de comunistas americanos nunca tenha sido grande, ele se localizavam nas cidades e sua influência parecia ser ampliada pelo surgimento da crescente insatisfação operária. Um greve geral em Seattle, uma greve da polícia de Boston e uma greve violenta na indústria de ferro e aço, alarmaram o povo americano na primavera e no verão de 1919. Uma série de atentados à bomba levou ao pânico. No dia 2 de junho, uma bomba despedaçou a fachada da casa do ministro da Justiça, A. Mitchell Palmer. Embora o homem que a jogou tenha também explodido em pedaços, as autoridades rapidamente identificaram-no como um anarquista italiano de Filadélfia. Sacco e Vanzetti foi o caso clássico de “julgamento” ao arrepio das garantias liberais. Mortos por suas ideias, numa prova clara de fanatismo político. Em dezembro, 249 estrangeiros foram embarcados para a Rússia. Quase todos eram inocentes das acusações contra eles. Um mês depois, Palmer arrebanhou quatro mil suspeitos de serem comunistas numa única noite. Os estrangeiros presos foram deportados sem audiência ou julgamento. (...) . O próprio extremismo do Perigo Vermelho levou à sua destruição. Funcionários corajosos no governo protestaram contra as violações das garantias constitucionais e os atos de terror. Finalmente, o próprio Palmer, com evidentes ambições presidenciais, foi longe demais. Em abril de 1920, avisou que ocorreria uma ampla revolução no dia 1º de maio. Ao verificar que não houve bombas nem violência naquele dia, o público começou a reagir contra a histeria de Palmer, tentando duramente esquecer a sua própria falta temporária de equilíbrio.

324 - A URSS quase entrou no plano de reconstrução do Pós-Guerra: Truman estava convencido de que ‘economicamente nós (os americanos) temos os trunfos e os russos têm que vir a nós’Privados da assistência americana, os russos se viram forçados a reconstruir sua economia através de reparações de guerra, que eles cobraram de sua zona de ocupação na Alemanha, Europa Oriental e Manchúria.

325 - Coloca que Castello Branco pretendia um governo bem mais liberal do que o que conseguiu fazer. Não detalha muito.

326 - Fidel foi a Eisenhower em 1959 quase se dizendo anticomunista, dizendo que não havia comunista no governo. Após a reforma agrária, no mesmo ano, os EUA, que tinham empresas lá, irritaram-se de vez. Nessa época havia um “colegiado executivo” em Cuba. O presidente era Urrutia, não Fidel. Críticas dos EUA ressoaram em membros do governo. Fidel denunciou os traidores e renunciou. Foi um Jânio Quadros com sucesso. As massas pediram sua volta e Urrutia pediu pra sair. A URSS estendeu a mão que os EUA não quiseram estender.

327 - Pedrosa critica Castelo Branco por pretender restabelecer as concepções liberais, na economia, do início da República Velha. Afirma que até a UDN sabia da importância do nacionalismo econômico, tendo inclusive lutado pela estatização da Petrobrás.

328 - Coloca que a interdependência e complementaridade entre as economias dos EUA e da América Latina era grande. O comércio exterior dos Estados Unidos forma em 1938 33% das exportações e 32% das importações de toda a América Latina – percentagens que passam, respectivamente, a 55% e 52% em 1952. Ademais, as exportações da América Latina cresceram a ritmo menor que a África e Ásia.

329 - Na ausência de uma guerra mesmo contra as fontes do mal comunista – a única saída lógica para a cruzada lançada por Truman pela sobrevivência do sistema da empresa privada, à americana – se viram os Estados Unidos arrastados a responsabilizar-se financeiramente por todo regime que, pela periferia da Europa, pelas fímbrias da Rússia ou da China, se declarasse em luta contra o comunismo ou por este ameaçado (id., ibid., p. 120)”.

330 - Pedrosa critica a cegueira anticomunista dos EUA: Desistem de notar qualquer diferença entre a Rússia de Stalin e a Rússia de Kruchev, ignoram o caso da Iugoslávia, onde os comunistas criaram uma sociedade independente da Rússia e que aos democratas menos apaixonados parece não ser moralmente pior do que as sociedades capitalistas da Espanha de Franco, do Portugal de Salazar e da África do Sul de Varwoerd [41].

331 - Pedrosa: o Poder Nacional russo está hoje tão amarrado a seus interesses vitais internos e externos que não há lugar dentro dele para qualquer aventura de caráter ideológico ou militar.

332 - Hitler também teve seu New Deal, coloca. Obras públicas para conter o desemprego e reanimar o capitalismo.

333 - Traça paralelos entre as economias fascistas e a URSS, nas quais a ação coletiva autônoma dos trabalhadores era praticamente inexistente.

334 - Pedrosa estava otimista com as mudanças na URSS em 1966. Apostava no enterro do stalinismo, contrarrevolucionário, e surgimento do verdadeiro socialismo enfim, quem sabe.

335 - Reformas revolucionárias são, para Pedrosa, as que passam longe de controle pelo Estado. O texto não detalha.

336 - As reformas autogestionárias seriam para os países desenvolvidos. Os subdesenvolvidos teriam que se libertar do imperialismo e dos capitalistas ao mesmo tempo. Não ficou claro se há alguma autogestão aqui.

.

Comentários