Dados e Fatos (Mundo) - Parte IV

 

Max Altman - Israel e Palestina (Nota do PT):

56 - Durante a I Guerra do Líbano, uma milícia de libaneses cristãos, sob os auspícios do exército de Israel, massacrou milhares de refugiados palestinos, encurralados num campo de refugiados, homens, mulheres, crianças e velhos, sob os olhares complacentes dos generais. O recentíssimo e premiado filme israelense "Waltz with Bashir" narra essa atrocidade.

57 - Propostas do movimento pela paz - Shalom Salam Paz - iniciado por alguns judeus brasileiros (e que atraiu árabes para discussão também): desocupação dos territórios palestinos ocupados com a Guerra de 1967; respeito à Resolução 242 das Nações Unidas com o reconhecimento pelos palestinos do Estado de Israel com fronteiras demarcadas, reconhecidas internacionalmente, seguras e definitivas; criação do Estado palestino, laico e viável; estabelecimento de Jerusalém leste e oeste como capital de ambas as nações; reconhecimento do direito de retorno dentro de limites a serem acordados; direito de acesso à água definidos em acordo binacional; facilidade do direito de ir e vir e do comércio binacional. Forças internacionais sob a égide da ONU garantiriam o cumprimento das decisões.

58 - Perderam suas terras, perderam a liberdade e nunca puderam formar e organizar seu Estado. Hoje o cerco se estreitou e se tornou cruel. Sem permissão, não têm acesso à agua, a alimentos, a medicamentos. Não têm empregos nem vida econômica normal. Não podem ir de Gaza à Cisjordania, seus dois pedaços de terra. Não lhes permitem circular extra-muros sem passar por vexaminosos controles. Gaza se transformou numa prisão quando seus habitantes votaram em quem seus vizinhos acharam que não deveriam ter votado. (...) A Palestina hoje é muito menor que a que sobrou da Guerra dos Seis Dias.

59 - Israel, com apoio dos EUA, descumpre sistematicamente resoluções da ONU.

60 - A coisa lá é complicadíssima: Cruel ironia, bem ao lado, estava estampada uma matéria que relatava o desespero do médico palestino que trabalhou num hospital de Israel, Deen Aboul Aish, cujas três filhas foram mortas por disparo de um tanque israelense: "Minhas meninas estavam sentadas em casa planejando seu futuro e, de repente, foram bombardeadas", disse em hebraico o ginecologista. O Exército disse que a casa de Aish foi atingida porque um franco-atirador disparou do local. Aos prantos, respondeu: "Tudo o que foi disparado de minha casa foi amor, abraços e atos de paz."

 

Entenda os Pontos Polêmicos da Nova Constituição da Bolívia:

61 - Os tribunais indígenas não podem ser revisados pela justiça comum.

62 - Outra medida foi cota para parlamentares oriundos de povos indígenas.

63 - Ao mesmo tempo, em épocas eleitorais, os representantes dos povos indígenas poderiam ser eleitos a partir das normas eleitorais de suas comunidades. (...) Também seria criado um Tribunal Constitucional plurinacional, que teria membros eleitos pelo sistema ordinário e pelo sistema indígena.

64 - O limite de propriedade (5 mil hectares) não foi retroativo.

65 - Também se estabelece a possibilidade da convocação de referendos revogatórios de mandatos.

66 - Bases militares estrangeiras estão proibidas em territórios bolivianos. “O texto também estabelece que recursos como o gás não podem ser privatizados e que recursos energéticos só podem ser explorados pelo Estado. (...) Recursos hídricos também não poderão ser privatizados e está inclusive proibida a sua exploração por meio de concessão.”

 

Questão de Gaza Por Uma Judia:

67 - Entrevista com a judia Arlene Clemesha.

68 - A ala religiosa do sionismo fez questão de que fosse na Palestina. Inicialmente não havia essa definição. Tal plano passou a ser apoiado pela Inglaterra em 1917, com a Declaração Balfour. Vale lembrar que a Inglaterra colonizou a Palestina após derrotar o Império Otomano - creio que naquele mesmo ano.

69 - A população palestina-árabe começou a se revoltar contra a imigração massiva para um “lar judeu”: “Não tinha problemas com a imigração judaica, não tinha problemas com a convivência com judeus, tanto é que havia judeus morando há muito tempo na Palestina-Árabe. Eram judeus que falavam árabe, que tinha uma cultura muito enraizada. Eles eram algo como 10% da população de Jerusalém, talvez 5% de toda população da Palestina. “

70 - Assim, antes de 1948 já havia revolta contra essa imigração cada vez maior.

71 - São hoje 400 mil colonos judeus vivendo em assentamentos dentro da Cisjordânia. São assentamentos que ocupam, fisicamente, territórios palestinos na Cisjordânia, que usam de 80% a 95% da água dessa região. (...) Além disso, é preciso tirar as estradas exclusivas, pois a Cisjordânia é toda cortada por estradas exclusivas israelenses, onde o palestino não pode circular. É um regime de apartheid, de segregação racial que vigora na região. Se formos resumir as reivindicações em três grandes itens, são: 1º - O estabelecimento de um Estado soberano e autônomo em toda a Cisjordânia e Faixa de Gaza; 2º - Estabelecer e, principalmente, reconhecer o direito ao retorno dos Palestinos refugiados, descendentes daqueles 800 mil que foram expulsos por métodos de aterrorizamento e incitação à fuga em 1948; 3º - Jerusalém oriental ser devolvida à Palestina, como dizem as resoluções da ONU.

72 - (...) surge o Hamas, na década de 1980, com o apoio financeiro e de armas do Estado de Israel porque significava uma oposição ao Fatah. Na época, o Fatah era visto como inimigo, como terrorista, ou seja, tudo o que fazem hoje com o Hamas.

73 - Hamas reconhece e quer negociar com Israel.

74 - Curioso é que a ONU em tese é a base da legitimidade da criação de Israel, mas tal Estado se recusa a cumprir inúmeras resoluções da organização.

75 - Hoje, os árabes-palestinos que vivem dentro de Israel não têm o mesmo nível de cidadania garantida aos judeus, ou seja, suas escolas recebem menos fundos, eles tem menos garantia de saúde e acesso à hospitais, eles não podem servir ao exército e, por isso, perdem uma série de direitos. Então, não é possível dizer que Israel trata da mesma forma sua população judaica e árabe. Só o fato de Israel não permitir o retorno de árabes que ali viviam até 1948 e continuam tendo os títulos de propriedades das suas terras já indica que é um Estado fundado sob a base da exclusão da população original.

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