Dados e Fatos (Mundo) - Parte XXI

 

Capitalismo Mata 36 Milhões Por Ano:

423 - Veio do relator da ONU para o Direito à Alimentação, o suíço Jean Ziegler. Só que ele usou o termo “ordem econômica mundial”! 100 mil por dia, só de fome. Notícia de 2006.

424 - Há alimentos para 12 bilhões de pessoas. Ziegler denunciou que a cada sete segundos uma criança menor de 10 anos morre por problemas ligados à desnutrição, e que a cada quatro minutos uma criança fica cega por falta de vitamina A

 

Ótimo - Mitos Sobre os Governos Ditos de Esquerda na AL:

425 - Estudou gastos sociais em Chile, Uruguai, Brasil e Bolívia. Base de dados? CEPAL e BID.

426 - O programa do PT de 89 previa estatização total da educação em dez anos. Rigoroso controle da “saúde privada” e venda de alimentos pelo Estado para acabar com a fome. Redução de jornada também. Esquerda uruguaia e chilena iam num sentido parecido. Na década de 90, o PT vai pegando mais leve na “ampliação dos serviços estatais” como solução geral. As políticas se tornaram mais específicas e focalizadas.

427 - Administrações e documentos petistas principalmente da segunda metade da década de 90 traiam com entusiasmo o “Bolsa Escola” e o “Bolsa Família”.

428 - Cidadania começa aparecer, principalmente de 2000 pra frente, comomo acesso ao consumo e à produção. “O apelo aos trabalhadores ou aos oprimidos começa a ser substituído pelo chamado à cidadania e pelo enfoque em temas éticos como o combate à corrupção.”

429 - Ricardo Lagos em 2000: “Propõe-se o aumento dos gastos em saúde e educação direcionados aos setores mais pobres da população (não através do aumento de redes estatais, mas do oferecimento de apoios financeiros aos mais necessitados), um apoio mais efetivo aos desempregados e pensionistas empobrecidos, e a expansão da cobertura da seguridade.”

430 - Lula 2002: “O financiamento desse conjunto de políticas públicas vinculadas à garantia de direitos sociais supõe, evidentemente, uma profunda alteração no perfil do gasto público.”

431 - Claro que a carta aos brasileiros já falava em superávit primário, estabilidade, controle da inflação, período de transição, etc.

432 - O programa da FA apresentado em 2004 para a área social, denominado “Uruguai Social”, abandonou qualquer perspectiva na direção do combate às desigualdades e centrou sua atenção no combate à pobreza, especialmente à pobreza extrema. Mais concretamente: “entrega de alimentos, transferência direta de renda e investimentos em escolas e postos de saúde em regiões pauperizadas”.

433 - Caso boliviano: (...) Assim, para além de um discurso ligeiramente mais radical e alternativo, podemos notar diversas semelhanças entre os programas sociais do MAS e os dos outros casos estudados, apontando tanto para sua eventual caminhada – num espaço menor de tempo – na mesma direção percorrida pelos outros partidos, quanto para possíveis práticas de governo mais assemelhadas às deles.

434 - O gasto per capita no “social” durante o governo FHC ficou estável. Educação (caiu 18% em “gasto per capita” entre 1994 e 2003, além de queda de 22% em relação à “participação no gasto público total”) e saúde diminuiram inclusive. A interpretação desse índice fica ainda pior se a gente for notar que era pra subir(!), afinal, o PIB per capita subiu um pouco nesse período.

435 - No Chile, o gasto social foi sempre aumentando aos poucos. Seja com a “Concertación”, seja com Lagos. Ritmo até parecido entre os governos chilenos.

436 - Focalização. Chile focou na extrema-pobreza. Desaparecer a indigência. “Em 2003, 42% do gasto público dos principais programas de saúde, educação e subsídios monetários se concentraram nos 20% de lares de rendas mais baixas do país”.

437 - Em 2007, já sob o segundo governo socialista, de Michelle Bachelet, o Chile teve sua maior expansão orçamentária (8,9%) desde que o país voltou ao regime democrático. O aumento dos gastos foi observado principalmente na área social. A fatia referente à saúde, educação e habitação – que representa atualmente 68% dos gastos públicos – sofrerá um aumento de 11%. Segundo analistas, a medida foi beneficiada principalmente pela disparada do preço mundial do cobre.

438 - Brasil e o arrocho do inicio do governo Lula: “Pochmann (2005) faz uma comparação entre os biênios 2001-2002 e 2003-2004, apontando uma involução do gasto social per capita federal de quase 8,5% entre 2001 e 2004.” 2003 era, porém, orçamento aprovado em 2002 (FHC). Logo, entende-se em parte. Nota-se que, de 2003 para 2004, saúde, educação e assistência social apresentaram alta em relação ao orçamento social. Esta última, no entanto, registrou a maior alta, de 0,49 ponto percentual, seguida pela saúde, com 0,33. A educação teve de longe o crescimento mais tímido: 0,04.

439 - Evo ainda não tinha assumido na Bolívia: “A Bolívia quase triplicou o gasto social per capita entre 1990 e 2003, mas seus níveis continuam sendo de longe os mais baixos da região”.

440 - Pena que os dados só vão até 2004. Dá pra fazer poucas conclusões.

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