PP - Textos Diversos XXXVII
Tomás Holguín (PP) -
Autodefesas e Polícias Comunitárias no Méxicos:
1134 - Uma realidade dos
municípios de vocação rural (2014): Atualmente
temos uma presença de grupos de autodefesas ou polícias comunitárias em pelo
menos 11 estados da república, ou seja, em pelo menos 106 municípios de nosso
país, os quais ocupam 5,11% da área total do México. (...) Uma pesquisa revela
que 58% da população de Michoacán aprova a existência das autodefesas
comunitárias. (...) Em Guerrero as polícias comunitárias recebem o apoio de
parte da população por meio de doações voluntárias de 200 ou 300 pesos
mexicanos, que a faz com gosto, comparando que antes tinha que pagar cotas ao
crime organizado de 1.000 ou 2.000 pesos mexicanos. Dizem resolver quase
todo o problema da criminalidade. (...) e
toda forma eles fundamentam estas ações na própria constituição mexicana
(artigo 39, “O povo tem o inalienável direito de modificar ou trocar seu
governo”).
1135 - Governo criou
isso. Com a desculpa mentirosa de uma
“Guerra contra o narcotráfico”, militarizou-se o país e a violência contra a
população civil cresceu. (...) A primeira ação do Governo Federal foi tentar
desarmar as autodefesas com toda pompa e violência por intermédio do exército,
mas a população civil impediu, fato que custou a vida de quatro civis
desarmados, incluindo uma menina de 11 anos, assassinados pelo exército
mexicano.
1136 - O Governo Federal tem improvisado um plano
B, buscando institucionalizar as autodefesas da região através do Acordo para o
Apoio Federal para Segurança de Michoacán.
1137 - Se a população não estivesse armada o
Governo Federal nunca teria se apresentado no estado de Michoacán e as matanças
e o crime organizado seguiriam impunes sem parar.
1138 - Em Guerrero, no ano de 2013, o Governo
Federal primeiro “cooperou” com as polícias comunitárias para deter alguns
criminosos da comunidade e, após o êxito, o segundo passo foi retirar todo
“apoio” as policias comunitárias, prendendo os seus dirigentes.
1139 - A “cooperação”
portanto é para conhecer os líderes, usá-los e depois desarmá-los, dizem
alguns.
1140 - Comentário: Um bom documentário para entender os grupos
de autodefesas e a falta de qualquer conteúdo revolucionário é o documentário:
Cartel Land, de Matthew Heineman. Mostra como empresários e proprietários
sempre tiveram o controle dos grupos. O resto da população cumpria seu papel de
bucha de canhão. E o resultado final dos comitês é muito interessante.
Tomé Moraes (PP) - Escola
Sem Partido:
1141 - A figura pública do movimento é Miguel
Nagib, procurador do Estado de São Paulo.
1142 - Supostas
pretensões. Contra qualquer tipo de “doutrinação”. O ESP pretende garantir o que considera uma verdadeira “pluralidade” em
sala de aula, que não apresente uma “visão monolítica esquerdista” da sociedade
capitalista
1143 - Desde 88 ou mais. Segundo o diagnóstico dos participantes do
ESP e dos parlamentares que assinam os projetos de lei afinados com suas
propostas, a “doutrinação esquerdista” começaria nas escolas não no momento em
que o petismo assumiu o poder, em 2003, mas nos últimos 30 anos.
1144 - No que diz respeito aos livros didáticos, é
de ressaltar a existência, como parte estruturante deste mercado, do Programa
Nacional do Livro Didático, financiado pelo Banco Mundial e pelo Fundo
Monetário Internacional, voltado para a distribuição de material para toda a
rede pública de ensino, movimentando alguns milhões por ano.
1145 - Não por acaso, a Associação Brasileira de
Escolas Particulares (ABEPAR), que reúne uma parcela considerável das escolas
da elite paulista, se manifestou contrária ao projeto defendido pelo ESP, por
considerá-lo um impeditivo ao diálogo e uma interferência direta nos projetos
pedagógicos das escolas (ver aqui). Parece que os capitalistas do setor
consideram que o controle sobre a força de trabalho dos professores é algo que
eles próprios devem fazer; parecem saber também que, entre os professores de humanas,
os considerados mais capazes costumam ter formações “esquerdistas”, e não
consideram tal fato – com razão – contraditório com uma formação voltada para o
mercado.
1146 - Ocupação de
escolas: Não por acaso, a Associação
Brasileira de Escolas Particulares (ABEPAR), que reúne uma parcela considerável
das escolas da elite paulista, se manifestou contrária ao projeto defendido
pelo ESP, por considerá-lo um impeditivo ao diálogo e uma interferência direta
nos projetos pedagógicos das escolas (ver aqui). Parece que os capitalistas do
setor consideram que o controle sobre a força de trabalho dos professores é
algo que eles próprios devem fazer; parecem saber também que, entre os
professores de humanas, os considerados mais capazes costumam ter formações
“esquerdistas”, e não consideram tal fato – com razão – contraditório com uma
formação voltada para o mercado. (...) Para aqueles que enxergam os estudantes
como uma tábula rasa que é moldada por seus professores, a atuação dos
secundaristas só poderia ser fruto do “doutrinamento” “esquerdista”, uma vez
que a atuação autônoma não pode ser possível.
1147 - Lembra que teve
professor e diretor que perseguiu os estudantes, inclusive.
Um Militante (PP) - Biologia
e Esquerda, Entre Privilégios e Opressões:
1148 -Afirma que a teoria
dos privilégios tem o problema de partir da biologia e não da cultura: Uma análise da cultura em si implicaria
conceber as identidades e os comportamentos em geral dos indivíduos como não
redutíveis aos seus atributos físicos individuais, o que de fato e no fundo não
ocorre. Implicaria em não manter um foco exacerbado e exaustivo nos pontos de
partida, nas origens, nos “lugares de fala”, que são geralmente reduzidos aos
corpos e às supostas identidades e comportamentos deles necessariamente
resultantes, e tentar refletir preferencialmente sobre as relações entre os
indivíduos em sua dinâmica. (...) Por esse procedimento, a conexão rígida entre
sexos e gêneros – que para muitos militantes constituiu justamente, ao longo da
história, um dos principais fundamentos dos “discursos” e das práticas
machistas – é sancionada pela “teoria dos privilégios”, ao invés de negada. E é
sintomático que tenham sido elaborados, inclusive, os termos cis e trans,
concebidos para determinar quando há ou não conexão rígida entre gêneros e
sexos, algo criticado, por exemplo, por Judith Butler.
1149 - Critica que, no fim, não se trata de um empenho em
estabelecer relações igualitárias em espaços comuns a pessoas de qualquer sexo
ou cor de pele: trata-se, na verdade, de cada grupo identitário ter o seu
próprio espaço de poder ou de “empoderamento”.
1150 - Coloca que os
casos de machismo e racismo deixam de ser resolvidos conjuntamente para serem
resolvidos por uma inversão de papéis. Não é contra, em todos os casos, há
espaços exclusivos, por exemplo, mas crê que eles só fazem sentido se há alguma
recusa deliberado á discussão, acobertamento ou minimização por parte do
“espaço misto”.
1151 - É evidente que não existe conexão rígida entre os comportamentos e as
opiniões dos indivíduos e a sua constituição biológica.
1152 - (Algumas críticas
fazem sentido para mim, sendo, porém, as que eu me pergunto se se opõem a algo
real ou a um espantalho do “movimento identitário”. Outras me parecem muito
procurar pelo em ovo).
1153 - Nos comentários,
se critica a reação de setores identitários ao evento “Charles Hebdo”,
relativizando a barbárie ou pior que isso, sendo simpáticos a ela. Outro
discorda: No que se refere à falta de
preparo teórico, a esquerda identitária desconhece, por exemplo, o fato de que
os fundamentalistas islâmicos têm sido opressores históricos, não somente no
mundo muçulmano mas também fora dele (via, por exemplo, atos de terrorismo).
Falta-lhe, na verdade, consciência histórica.
1154 - O comentador
inicial discorda: É verdade que existe
uma heterogeneidade, e que há sim os ingênuos e pouco esclarecidos. Mas esses a
meu ver são de certo modo residuais. E há muita gente esclarecida, com acesso a
muita informação e reflexão. Muita gente que leu inclusive as mesmas coisas que
eu durante muitos anos.
1155 - Comentador três
(ou sei lá): Bruno, acredito que pautas
universais são “igualdade entre os gêneros”, “igualdade entre as cores de pele”,
etc.; aí está a diferença com relação a “poder feminino”, “poder negro”, etc.
Mas para conseguir encontrar a forma de se combater a falta de igualdade entre
os gêneros na sociedade, faz falta identificar as estruturas sociais dessa
desigualdade, e não apenas implicar com os usos linguísticos dos círculos
militantes, ou então se focar na culpabilização e punição de pessoas que
cometam faltas morais de comportamento.
1156 - Outro acrescenta: Mas a esquerda pós-moderna, quando considera
lutar contra o capitalismo, afirma que, para tratar da luta contra o
capitalismo, é preciso primeiro tratar das questões de gênero, das questões de
raça etc.
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