PP - Textos Diversos XXXV

 

Rodrigo Araújo (PP) - Risco Polícia, Economia Brasileira Perde 192 Bilhões de Reais Com Crimes do Estado:

1099 - A polícia brasileira mata em 5 anos o que a americana demora 30 para matar (e vejam que a polícia americana não é lá muito bem avaliada quanto aos índices de letalidade).

1100 - Os gastos para manter essa máquina de matar são da ordem de 5,4% do PIB de 4,8 trilhões de reais (R$ 4.800.000.000.000,00) em 2013. Esses 5,4% significam então 259 bilhões de reais (exatos R$ 259.200.000.000,00). Mas considerando o que chamam de capital humano perdido (ou seja, vidas de pessoas produtivas que não são mais produtivas porque foram assassinadas), chega-se a algo em torno de 192 bilhões de reais.

1101 - O cálculo está errado. Pablo cometa embaixo: A fonte usada pelo autor, pelo que entendi, é o tal Anuário do Fórum de Segurança pública; o artigo da Folha de São Paulo citado, que se baseia nesses dados, fala em 258 bi com “custo social da violência”, sendo 114 bi referentes a “Perda de capital humano”, 61,1 bi referentes a Segurança pública (gastos federais) e 5,9 bi com gastos direcionados às prisões.

1102 - Pablo afirma também que são gastos necessários para que a estabilidade socioeconômica permaneça. Controle e apassivamento da população.

1103 - Leo Vinicius sobre capitalismo: que ele possa viver, e muito bem, e dentro da sua racionalidade, com instituições estatais voltadas para a violência, morte e destruição e com orçamentos exorbitantes para isso, está aí o exército estadunidense e o chamado Complexo Militar-Industrial para mostrar.

 

Rodrigo Oliveira Fonseca (PP) - De Uma Concepção Instrumental do Estado ao Marxismo Contra-Revolucionário:

1104 - A militarização da força de trabalho e a estatização dos sindicatos, medidas defendidas por Trotsky em 1920 [5]; o recrutamento de capitalistas e especialistas burgueses para a direção das grandes empresas durante a Nova Política Econômica (NEP); a implementação dos primeiros planos quinquenais e depois das “leis objetivas do modo de produção socialista”; o abandono da tese da ditadura do proletariado; a competição econômica com os EUA encarada como decisiva em relação ao destino do socialismo no resto do mundo… em todos estes fenômenos, que atravessam a experiência soviética do início ao fim, se materializa uma dupla extorsão sobre o proletariado, a de sua mais-valia e a de sua iniciativa política.

1105 - Em sua argumentação, Trotsky deixava claro não se tratarem de medidas excepcionais, apenas motivadas pelo comunismo de guerra, mas sim necessárias à transição para o socialismo. O dirigente defendeu também a criação de campos de concentração para os operários que abandonassem seus postos de trabalho, combatendo o “mais lamentável e mais miserável preconceito liberal” que não enxergava o caráter produtivo do trabalho obrigatório.

1106 - Se nos primeiros anos da revolução propostas tão polêmicas como a da militarização do trabalho e estatização dos sindicatos eram amplamente debatidas pela imprensa e pelos órgãos de poder local, o mesmo não acontecerá a partir da segunda metade da década de 1920, quando cessa a publicidade das discussões do partido, de modo a se construir uma imagem unitária e harmônica do Partido Comunista da União Soviética (PCUS).

1107 - João Valente comenta: Diz Tejo: «degenerava não por ser Estado, mas sim por ser burocrático». Contra-senso puro, já que não existe Estado sem burocracia.

1108 - Quase trinta anos depois, Engels falará da substituição do governo sobre as pessoas pela direção dos processos produtivos e administração das coisas. Não ocorria a ele que qualquer relação entre sujeitos e coisas é fundamentalmente uma relação social, uma relação entre sujeitos… muitas das vezes reificados ou fetichizados. Foram drásticos os efeitos desse intelecto administrativo-gestorial sobre o socialismo soviético, em que “a ordem social, pretensamente desembaraçada dos efeitos da luta de classes, converte-se em uma ordem natural, na qual não há lugar para contradições: quando muito ‘dificuldades de organização’” [1].

1109 - Culpa parcialmente Marx: Ao contrário do que afirma Charles Bettelheim, nos escritos do fundador do socialismo científico tanto a luta de classes como o desenvolvimento das forças produtivas aparecem no papel de “motor” da história. Althusser aponta o que lhe parecem ser os casos mais contundentes: a Miséria da Filosofia — “ao adquirirem novas forças produtivas os homens mudam o modo de produção, ao mudarem o modo de produção, a maneira de ganhar a vida, transformam todas as suas relações sociais. O moinho de água nos dá a sociedade dos senhores feudais; o moinho a vapor, a sociedade dos capitalistas industriais”; e o famoso Prefácio de 1859.

1110 - Jovem Marx: O Estado jamais encontrará no “Estado e na organização da sociedade” o fundamento dos males sociais […]. Onde há partidos políticos, cada um encontra o fundamento de qualquer mal no fato de que não ele, mas o seu partido adversário, acha-se no leme do Estado.

1111 - A linha determinista da reflexão teórica iniciada por Marx, principal responsável pelo embaraço e contenção da prática política do proletariado, foi apoiada e prosseguida de modo ainda mais claro (ainda que nem sempre homogêneo) por Engels, Plekhanov, Trotsky e Stálin. Essa linha foi, até os anos 1960, a vertente hegemônica no campo marxista, quando então, a partir do maoísmo, da Revolução Cubana e das lutas anticoloniais, a centralidade da luta de classes na compreensão da história foi recuperada.

1112 - Critica a elevação do materialismo dialético a “ciência-régia” ou “ciência-total” que determina tudo que é desvio, idealismo, contrarrevolucionário e etc. Há de se destacar, muito mais e com mais profundidade do que qualquer adversário de classe, tudo aquilo que no marxismo é contraditório, ambíguo e, pior, nocivo à luta do proletariado.

1113 - Cita JB: O problema da mais-valia é o problema do tempo. Há os que dispõem do seu tempo: não são explorados. Há os que não dispõem do seu tempo: são explorados. Há os que dispõem do tempo dos outros: são exploradores. Posta a questão desta maneira, a afirmação de que o tempo é a substância das relações sociais capitalistas nada tem de abstracto.

1114 - Termina com uma citação interessante de Victor Serge.


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