PP - Textos Diversos XXII

 

Nic Beuret (PP) - 6 Notas Sobre a Economia da Revolução de Rojava:

683 - Muito já foi escrito sobre a revolução em Rojava, um território composto por três cantões de maioria curda no norte da Síria, que se tornou famoso pela defesa da cidade de Kobane contra as forças do Estado Islâmico. Após a Síria entrar em guerra civil em 2011, o povo de Rojava, incluindo muitos esquerdistas curdos, tomaram a região e embarcaram num projeto radical que eles chamam de ‘autonomia democrática’.

684 - Cerca de metade da terra era propriedade estatal gerida por pessoas do governo como feudos privados. Após o início da revolução a maioria dessas pessoas e dos capitalistas que havia fugiram. Os recursos que eles controlavam e que foram deixados para trás foram expropriados pelos conselhos locais.

685 - Cooperativas (terras foram distribuídas): O objetivo inicial é se tornar autossuficiente para satisfazer necessidades básicas como comida e combustível. No momento isso é menos um ideal e mais uma necessidade uma vez que Rojava vive efetivamente sob embargo, sendo muito difícil importar para a região até mesmo os suprimentos mais básicos.

686 - Há controle de preços. A moeda síria ainda é usada, mas embora empréstimos possam ser feitos, juros não podem ser cobrados. Não há bancos no momento, embora haja um plano de criação de bancos para guardar economias, e o capital privado não será impedido de investir na região uma vez que ele adira aos princípios econômicos mais amplos da região. Muitos dos produtos nos mercados locais são contrabandeados para a região, um comércio que ainda está para ser coletivizado…

687 - No sistema acadêmico há uma estratégia consciente de desprofissionalização de modo a quebrar a divisão entre profissionais e não-profissionais e prevenir o aparecimento de uma nova classe tecnocrática.


(...)


Pablo Polese (PP) - O Longo Século XIX:

776 - Ele, que revisava seus escritos a cada nova notícia de jornal, curiosamente escreveu livros cujo conteúdo é repetido como se tratasse do eterno.

777 - Marx teve um filho com a criada da família, filho este que Engels assumiu e que foi dado à adoção. Marx foi um canalha com a esposa, o amigo, o filho Freddy Demuth e a amante. Mas nem todo canalha é pura canalhice. Para entreter as filhas durante longos passeios ou viagens de carroça Marx narrava apaixonadamente combates épicos e tragédias gregas, fazia barquinhos de papel e os incendiava ilustrando as histórias. As filhas adoravam. Marx foi pai numa época em que não existia televisão. Quando morreram quatro dos sete filhos que teve com sua camarada Jenny, Marx se apegou ainda mais à amada para se reerguer e seguir sua luta, e quando chegou a vez de também ela partir, em 1881, o implacável militante comunista adoeceu e nunca mais se recuperou, falecendo 15 meses depois. Além de cérebro, Marx tinha coração.

778 - Dias antes da Comuna de Paris ser implantada ele a considerava algo impossível,​ mas ao que parece este teria sido um único deslize, talvez calúnia da oposição, já que seus escritos previram detalhadamente todo o desdobrar dos séculos posteriores.

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