Filosofia - Textos Diversos XXXVI
J C Avelino da Silva - O Homem e a Natureza:
625 - Ecologismo filosófico. Basicamente critica o homem ter se separado da natureza como se não dependesse dela. Acho que esse debate pediria mais dados e dialética dialógica, ou sei lá o que. Por mais que eu reconheça que há um problema.
626 - Considerar o ápeiron como o arché equivale a admitir um conceito abstrato como a origem de tudo. (...) Anaximandro colocou o pensamento humano em um nível abstrato conceitual, de onde ele não saiu até hoje.
627 - Tales, do “tudo á agua”, é meio que o primeiro filósofo. Primeiro “tudo é um”, inclusive.
628 - Enquanto que Tales descobriu a natureza, rompendo com a imanência dos deuses, Anaximandro inaugurou a transcendência na medida em que estabeleceu a exterioridade entre o ápeiron e as coisas perecíveis. (...) o ápeiron se situa além dos limites da observação, além do alcance dos sentidos (o ápeiron é transcendente) e reconheceu o direito de existência da realidade, da natureza: os pares opostos com propriedades determinadas.
629 - Reação pentecostal a situação atual: A salvação não é da alma, mas da vida terrestre tal e qual se está vivendo: dinheiro, necessidades pessoais, emprego, saúde, etc. Trata-se de uma outra versão da combinação entre valores espirituais e a instantaneidade da vida. Versão talvez mais adaptada à sociedade contemporânea, já que, nessa perspectiva, os valores espirituais estão a serviço da ideologia momentaneísta.
(...)
Jean-Paul Dumont - Ceticismo:
665 – Se adotarmos o ponto de vista de Cícero, embora Cícero seja o único autor antigo a sustentá-lo, estamos condenados a fazer dos céticos, filósofos que afirmam com ênfase que nada podemos conhecer. (...) Em compensação, se adotarmos o ponto de vista grego de Eusébio, de Sexto Empírico ou de Diógenes Laércio, o ceticismo é, ao contrário, uma filosofia cujo critério baseia-se na vida, na experiência e no fenômeno, excluindo apenas as especulações dogmáticas.
666 - Assim, no tempo de Pirro, a física grega coloca a filosofia diante da seguinte alternativa: já que a realidade empírica não é uma realidade apreendida em si, é preciso afirmar, ou que não há ciência possível, à qual se reduz a sensação, ou que a ciência se fundamenta numa realidade inteligível; e essa é a última solução examinada por Platão.
667 - Texto explica tudo em grego. Dá pra entender quase nada. Bem chato.
668 - Alguns argumentos dos céticos: O segundo argumento é o da regressão ao infinito. Ele consiste em considerar que a prova a que o dogmático quiser recorrer, remete a uma outra prova, e assim ao infinito; por exemplo: pretender dar uma definição absoluta de qualquer coisa expõe quem formula esta pretensão a uma regressão ao infinito, já que o que define requer que ele mesmo seja definido, e assim por diante. O terceiro argumento é o da relação. Ele consiste em constatar que não somente os objetos são relativos entre si, mas que toda representação é sempre uma representação para um sujeito e relativa a ele. Este argumento retoma o da relação tal como Enesidemo o expressara. Esquerda e direita, pai e filho são relativos. Significante e significado são relativos. Tudo é relativo, o que exclui a universalidade.
669 - Santo Agostinho: O ceticismo cumpre nos Pensamentos, uma função apologética: humilhar a inteligência, rebaixar o saber humano e manifestar a miséria de um entendimento abandonado por Deus.
670 - Montaign: Ele está intimamente persuadido que o sujeito singular é incapaz de ultrapassar a singularidade de suas impressões e de sua imaginação para alcançar um conhecimento válido universalmente. Ele era pirrônico.
671 - Todo mundo bate no ceticismo. Hume, Kant etc. Atualmente o pirronismo tornou-se uma filosofia quase universalmente praticada sob o nome de positivismo.
672 - Será? : A idéia de uma relatividade, a crítica eisteiniana da noção de simultaneidade, que não existe senão relativamente à um dado observador, os limites engendrados pelas relações de incerteza de Heisenberg a respeito de nossa apreensão dos fenômenos se produzindo pela cadeia molecular revigoraram o antigo relativismo de Protágoras, de Pirro e de Sexto Empírico.
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