Filosofia - Textos Diversos XXXV
Introdutorio Metafisica de Bergson:
595 - Tem a intuição espiritual (muito mal definida) e a real, que se divide, por sua vez, em intelectiva, volitiva e emotiva.
596 - A intelectiva quer desvelar a essência de um objeto.
597 - A volitiva tem a ver com a vontade. Não há o intelecto. Bem mal explicada também. Creio que é a coisa de Schopenhauer ou Nietzsche. Dois malucos.
598 - A emotiva é também por fora do intelecto, pois busca os valores. Mais uma mal explicada. Ao menos nesse texto. Coloca que Bergson vai se filiar a ela.
599 - A grande originalidade de H. Bergson está em mostrar que, efetivamente, existem vastas regiões da realidade, onde o conhecimento científico não penetra, nem pode penetrar; regiões acessíveis unicamente à filosofia ou metafísica. (Ou pelo menos acha ele)... Assinalamos, pois, à metafísica um objeto limitado, principalmente o espírito, e um método especial, antes de tudo a intuição. (...) Reconhecendo à ciência o poder de se aprofundar na matéria, somente pela força da inteligência se reserva o espírito.
600 - Afirma que os esforços da ciência para dizer o que é a vida dos seres são inúteis. Só daria o quadro “físico-químico”, material, da coisa.
601 - Alma e vida são, assim, os objetos típicos da filosofia bergsoniana, (...) sendo sua metafísica construída sobre a experiência verdadeira da vida e não sobre vazias abstrações racionais.
602 - A metafísica penetra na coisa por meio da intuição.
603 - A crítica de Bergson aos limites da inteligência é a seguinte: “Mas, se atentarmos para a realidade como tal, veremos que ela consta de objetos móveis. O movimento em si é o que, nela, existe de real, sendo a imobilidade puramente aparente e relativa. Contudo, para efeitos utilitários, o entendimento substitui o movimento por imobilidades justapostas, pois, naturalmente, ele tende sempre ao estável e ao mutável. "Nossa inteligência só se representa claramente a imobilidade". Enfim, critica a tendência incoercível de nossa atividade intelectual a transformar tudo que considera em elementos sólidos, descontínuos e imóveis, a solidificar tudo que encontra no seu caminho; ao mesmo tempo que revela sua incapacidade radical de pensar a mudança, a mobilidade, a vida, o devir em geral.
604 - A linguagem ajuda a inteligência. Conceito confunde-se assim com idéia geral que se define como "uma representação que agrupa um número indefinido de coisas sob o mesmo nome. A maior parte das palavras corresponderá assim a uma idéia geral". (...) Mas, essa ação abstrativa torna-se, para ele, instintiva, "vivida", não pensada, com vistas às necessidades imediatas mais permanentes.
605 - Por que ficamos desconcertados com o que não cabe nos conceitos? Esse desconcerto e admiração provém de que estamos conhecendo sem conceitos, de que estamos conhecendo por intuição.
606 - Nosso conhecimento do mundo exterior pode ser apenas intelectual; porém nosso conhecimento de nós mesmos só pode ser intuitivo.
607 - Quase estaríamos tentados a dizer que o instinto é a intuição inconsciente de si mesma. Até os bichos têm isso. Um saber que não sabe. (...) As emoções irracionais que costumamos Ter, as apreensões, os pressentimentos são, provavelmente, dessa mesma ordem.
608 - Coloca que intuição seria a soma de inteligência e instinto.
609 - A intuição artística, entretanto, é individual. Este é seu pecado de origem. "Mas pode conceber-se uma pesquisa orientada no mesmo sentido que a arte e que assumiria por objeto à vida em geral". Tal seria a intuição filosófica.
610 - Achei bem mal explicada essa novidade central do sistema dele que é a intuição. A intuição percebe a mobilidade, a continuidade fluente da vida em que consiste a realidade. "A intuição parte do movimento, coloca, ou melhor, percebe-o como a realidade mesma". (...) O hábito de pensar com conceitos nos impede o uso da intuição, a qual procede em sentido inverso. Intuição, em Bergson, é o órgão por excelência da filosofia e metafísica. A inteligência não toca o fundo da matéria. Por isso, vai criticar todos os filósofos. Querem conceitos e não o âmago. Os filósofos, operando sobre conceitos de coisas, desembocaram no simbolismo metafísico
611 - Diríamos que os cientistas construíram uma ponte elegante por cima e os filósofos cavaram um túnel profundo por baixo, enquanto que a corrente viva do rio da realidade transita livremente "entre estas duas obras de arte sem as tocar".
612 - Resumindo: a meu ver, irracionalismo sem pé nem cabeça.
Introdutorio Parmenides:
613 - O artigo examina a poesia ‘Sobre a Natureza’ de Parmênides, filósofo pré-socrático que floresceu por volta de 500 a.C.
614 - É o primeiro a afirmar o princípio lógico-ontológico na humanidade: “O ser é, o não-ser não é.” Fundador da ontologia e da lógica. (Heráclito da dialética).
615 - Uno e indivisível tem nada a ver com o ser dialético.
616 - “O ser é e não pode deixar de ser”. Enfim, o ser é eterno, perene, imóvel, infinito, imutável, pleno, contínuo, homogêneo, indivisível.
617 - Nos sentidos não há razão, só ilusão. Aparências. Foi o primeiro a dizer. O ser é invisível aos nossos sentidos e visível somente para o pensamento.
618 - Como disse Nietzsche (Os pré-socráticos, 1978), Parmênides não apreende a verdade de imediato na intuição como seu contemporâneo Heráclito de Éfeso (540 - 470 a.C.), mas se vale tão somente da “escada de corda da lógica”.
619 - Tratando-se de cosmologia, percebemos que em Anaximandro há uma evolução, especialmente com relação a sua concepção sobre o formato da terra, como uma “esfera”, em que as distâncias iguais entre a terra e a esfera celeste fazem com que ela entre em equilíbrio e se sustente: observamos que aí também há abstração, pois o elemento que a sustenta não é físico. Em Tales, ele diria que a terra se sustenta porque “bóia” na água, ou seja, é um nível de abstração ainda bastante rudimentar.
620 - Parmenides não quis saber de dualidades: Não posso conceber um mundo de seres e não-seres, um processo de vir-a-ser. Não disse que tudo é um. Simplesmente rejeitou o tudo. Diz o texto. Entendi bulhufas.
621 - O ser, em Parmênides, sequer é originário, afinal, ele não gera ninguém.
622 - Em Heráclito vislumbramos o nascer da dialética. Como o pensamento que pensa o movimento da realidade como sendo uma eterna luta dos contrários, e o mundo como devir, ou seja, nada está dado, mas sempre por fazer.
623 - Anaximandro veio antes desse povo e dizia sobre as coisas: Todas elas, no entanto, provinham do ápeiron, um ser indiferenciado e indeterminado, que gerava pares de opostos que, separando-se, faziam surgir a realidade.
624 - Observação de Hegel: Por exemplo, “imóvel”, ao negar o “móvel”, ao afirmar uma idéia pela negação de outra, trás para dentro dela seu oposto, trás para dentro da idéia de imóvel a noção de móvel. Em verdade, pelo termo imóvel, gostaríamos de significar algo cuja noção de mobilidade estivesse dele excluída.
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