PP - Textos Diversos XXXI
PP - Uma Nação em Cólera
(Bons Comentários):
1012 - O MPL-SP demonstrou, inclusive para muitos
profissionais da militância sindical, social e estudantil, que há alternativas,
sim, à ação política hoje travada somente em conselhos, fóruns, audiências
públicas, redes sociais e outras instâncias de produção de consenso ou de
diluição de propostas.
1013 - O governo federal, através do Ministro da
Justiça José Eduardo Cardozo, condenou a “violência” dos manifestantes e disse
ter acionado a ABIN (Agência Brasileira de Inteligência Nacional) e empenhado a
Polícia Federal para investigar os líderes do movimento. Desta forma, até à
manhã da quinta-feira, 13 de junho, os meios de comunicação de massa, em
especial a Folha de S. Paulo em seu editorial “Retomar a Paulista”, apoiavam
forças enérgicas para conter a manifestação contra o aumento.
1014 - Já que o título deste artigo, Uma nação em
cólera, evoca uma frase de um dos mais lúcidos fascistas do pós-guerra, o
francês Maurice Bardèche, vale a pena transcrever a passagem em que essa frase
se encontra. Bardèche começou por afirmar «a impossibilidade de o fascismo se
desenvolver fora dos períodos de crise», e explicou o motivo: «Porque ele não
tem um princípio fundamental. Porque ele não tem uma clientela natural. Ele é
uma solução heróica; onde não existe uma oportunidade de heroísmo, ele definha.
Contrariamente ao comunismo, o fascismo não fornece uma explicação da história
do mundo. […] ele é essencialmente um movimento de multidões e não um método de
teórico. Por isso ele não tem como o comunismo uma clientela natural; não é o
partido do proletário nem do camponês nem de qualquer outra classe. Ele é o
partido da nação em cólera. E principalmente, em especial, o partido dessa
camada da nação que usualmente se satisfaz com a vida burguesa, mas que as crises
perturbam, que as atribulações irritam e indignam, e que intervém então
brutalmente na vida política com reflexos puramente passionais, quer dizer, a
classe média. Mas essa cólera da nação é indispensável ao fascismo. Ela
constitui o próprio sangue que irriga o fascismo» (Maurice Bardèche, Qu’est-ce
que le fascisme?, Paris: Les Sept Couleurs, 1961, págs. 93-94).
1015 - Em setembro de 1939, Otto Ruhle concluía A
LUTA CONTRA O FASCISMO COMEÇA PELA LUTA CONTRA O BOLCHEVISMO
[http://www.marxists.org/portugues/ruhle/1939/09/fascismo.htm#t4*] com
as seguintes palavras: “Nacionalismo, autoritarismo, centralismo, direcção do
chefe, política do poder, reino do terror, dinâmicas mecanicistas, incapacidade
de socializar – todos esses traços fundamentais do fascismo existiam e existem
no bolchevismo. O fascismo não passa de uma simples cópia do bolchevismo. Por
esta razão, a luta contra o fascismo deve começar pela luta contra o bolchevismo.”
1016 - Conexão Jornalismo acaba de receber o que
seria o relato de um “integralista arrependido” que, diante da sucessão de
violência de ativismo golpista deflagrado pelas manifestações, na qual seu
grupo e outros mais estariam infiltrados, teria decidido denunciar e se
afastar. Identificado como “Marcio Hiroshi”, o homem de 43 anos divulga também
fotografias de encontros dos Integralistas e fala sobre os planos para afastar
partidos de esquerda dos movimentos e provocar o caos. Diz ainda que policiais
ajudariam o grupo e que alguns seguidores receberiam dinheiro para difundir as
idéias no Facebook.
PP - Uma Nova Onda de
Lutas Contra o Aumento da Tarifa:
1017 - Goiás: Apesar de suas limitações, o subsídio – na
verdade um passe livre estudantil a conta-gotas – estabeleceu condições para a
desmobilização dos estudantes. Entretanto, o fator decisivo para que as
mobilizações organizadas praticamente desaparecessem foi a prisão preventiva,
numa operação da Polícia Civil realizada no final de maio de 2014, de três
participantes da Frente de Luta pelo Transporte Público. Mostrou-se aqui que
algumas concessões dadas pelos gestores do transporte conseguiram criar as
condições necessárias para o enfraquecimento dos protestos, a ponto de permitir
que a repressão tivesse sucesso em paralisar de vez o movimento.
1018 - Em diversas cidades do país, já em 2013 mas
principalmente em 2014, uma série de licitações do sistema de transporte foi
realizada. Na grande maioria das cidades onde estas licitações foram abertas, elas
terminaram com a contratação das mesmas empresas que já monopolizavam o sistema
de transporte anteriormente, sem melhoras significativas na vida dos usuários e
adotando o mesmo modelo precário utilizado há décadas.
PP (Mundo) - Escolhas:
1019 - Bashar Al-Assad ou
EUA? O primeiro é pior ainda, segundo o PP. Perseguições religiosas e políticas
de maior monta. A revolução consiste em ser sempre contra a potência capitalista
dominante? Apesar das enormes diferenças
entre Rosa Luxemburg e Lénine, ambos defendiam, naquele contexto específico de
1914-17, a mobilização dos trabalhadores contra os governos dos seus países
como a única forma de derrubar os militaristas de cada um dos lados. A sua
opção política assumia, assim, uma posição de classe contra a geoestratégia
nacionalista. (...) Mais tarde, Lénine operaria uma transmutação total de
princípios e passaria a aplicar na relação da União Soviética com a Turquia, o
Irão, com sectores fascizantes da Alemanha de Weimar, etc. uma política
idêntica à que condenou durante a Primeira Guerra Mundial.
1020 - A aliança regional entre Irã e Síria está
conectada a poderes maiores, a China e sobretudo a Rússia. A Síria tem sido
armada pela Rússia há muito tempo; a Rússia encara a China como um aliado
remanescente numa época em que a maioria dos Estados correram – ou foram
forçados a correr – para os braços do império norte-americano. A Rússia tem uma
base militar na Síria. Além do mais, a Rússia está preocupada com os movimentos
de jihad na sua fronteira Sul e encara o oficialmente secular regime sírio – o
qual esmagou a revolta da Irmandade Muçulmana, repressão que culminou num
massacre infligido pelo Estado em Hama em 1982 – como estando no mesmo lado que
ela na luta contra o ‘fundamentalismo islâmico’. Tudo isto, e provavelmente
mais, faz da Síria um parceiro menor de um grande bloco de poder imperialista,
liderado pela Rússia. Defender a Síria contra a insurreição armada – mesmo que
se aceite que esta insurreição está a mando dos interesses
ocidentais/sauditas/qataris – significa aliar-se com uma corrente de
imperialismo, liderado por Moscou, contra outra corrente reconhecidamente
maior, liderada a partir de Washington. Ficar ao lado de Assad é ficar ao lado
da corrente mais fraca de imperialismo. Não há nada de remotamente
anti-imperialista, progressivo ou revolucionário nessa escolha.
1021 - Não existem só
duas opções. Aqui se fala sobre um texto árabe que o PP traduziu e publicou: O que o João ignora é que o próprio texto do
arábe de origem Síria também está lutando contra os EUA e a Al-Qaeda. No texto,
ele relata de que maneira a entrada dessas organizados jihadis na luta contra
Assad foi um efeito, de certa maneira, da própria preocupação ocidental com a
ascensão ao poder de um movimento popular genuíno na Síria. Rebeldes desarmados
sofrendo massacres, evidentemente, vão aceitar quase qualquer apoio. E mesmo
assim, o autor referido não os apoiou. O mesmo autor é firmemente contrário à intervenção, assim como à intervenção Jidahi e assim como também o é contra a intervenção do Irã e da Rússia, que sustentam o regime de Assad com armas e
milícias. (...) Todos também são contra
os grupos oportunistas que se infiltraram no movimento de oposição a Assad,
como a Al-Qaeda.
1022 - JB: Aliás, para um português da minha geração e
com a minha formação, a classificação do regime de Vargas como um fascismo é
bastante evidente, dada a influência que o Estado Novo salazarista exerceu
sobre o seu homónimo brasileiro. Fui aluno de Marcello Caetano (para o caso de
você não saber de quem se trata: http://pt.wikipedia.org/wiki/Marcello_Caetano
) em Direito Constitucional e ele sempre deixou isso claro. Num livro que
escrevi acerca do fascismo apresento um modelo em que classifico como fascistas
todos os regimes que se inscrevem num losango definido por duas instituições
endógenas ao fascismo (partido/milícias e milícias/sindicatos) e duas
instituições exógenas (Igreja e exército). O regime de Vargas cabe lá
perfeitamente, junto aos seus congéneres.
1023 - Fagner questiona
que os EUA sejam o mal maior e Assad o menor, como disseram alguns. Coloca que
o impacto destrutivo do regime de Assad é grande.
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