Lula e PT - Textos Diversos IX
Marco Aurélio Garcia -
Respostas da Política Externa Brasileira às Incertezas do Mundo Atual:
150 - O Brasil que emergiu do fim do regime
militar procurou reconstituir sua presença no mundo. Retomou aos poucos os
ideais defendidos no passado por San Tiago Dantas, Afonso Arinos e Araújo
Castro, valores que haviam sobrevivido “clandestinamente” durante parte dos
governos militares.
151 - San Tiago Dantas era filiado ao PTB, Arinos
à UDN.
152 - O banqueiro e chanceler Olavo Setúbal também
integrou sucessivamente a Arena, o fugaz Partido Popular e, posteriormente, o
PFL.
153 - Texto muito
panorâmico. Fala sobre tudo e se aprofunda sobre nada.
Odebrecht, Uma
Transnacional Alimentada Pelo Estado:
154 - Já li e fichei em
“dados Brasil”.
Paul Boino - A Democracia
Participativa:
155 - Texto de 2000 na
“opinião anarquista”.
156 - As associações de
bairro eram muito fortes em “Porto Alegre”. Paul Boino viaja colocando o PT
como trotskista. Cobravam o PDT, entre 85 e 90, que implementasse a
participação no orçamento já que ajudaram a eleger o partido. Só o PT fez isso
quando ganhou, pra não repetir o mesmo erro do anterior.
157 - A dificuldade encontrada pelo partido eleito
foi uma cidade submersa em uma enorme crise financeira (em 1989, 98% das
receitas municipais foram engolidas somente para pagar os salários dos
funcionários), a nova prefeitura do PT dividiu a cidade em 16 circunscrições
administrativas. Em cada uma delas, um fórum foi instituído a fim de que seus
habitantes pudessem vir e apresentar e debater suas prioridades em matéria de
obras e infraestruturas. (...) No primeiro ano, somente 400 pessoas (de
1.200.000 habitantes, nos lembremos) participaram em algum dos fóruns. Um
inventário das demandas foi apesar de tudo realizado, e tomou formas colossais.
158 - Coloca que, no fim
das contas, eram os serviços técnicos municipais que determinavam as
prioridades.
159- Criou-se uma forma
de ampliar o processo. A cada ano as
assembléias gerais deviam se reunir nos diferentes bairros de Porto Alegre.
Elas teriam por missão definir uma lista hierárquica de investimentos a serem realizados
em sua localidade. Tiravam os delegados dos 16 fóruns administrativos e
estes definiam as prioridades. Havia também fóruns temáticos. Também teriam que
eleger delegados para o Conselho de Junta
do Orçamento Participativo. Este harmonizava as propostas.
160 - Na prática, Boino
observa que continuava tudo diferente: Os
serviços técnicos – engenheiros, arquitetos e outros urbanistas – intervinham
regularmente, seguramente não sobre a política geral que tinha sido decidida
pelo conselho participativo, mas sobre a viabilidade ou a exeqüibilidade de tal
ou tal projeto.
161 - A interferência resultou muitas vezes na sensível
modificação dos sentidos das decisões tomadas no curso do processo
participativo. Diz que havia resistência a isso, mas...
162 - O problema fundamental que é levantado aqui é que o processo
participativo tal como ele foi posto em funcionamento no Brasil, não permite às
assembléias territoriais se dotarem de seus próprios especialistas. Os
técnicos continuavam atrelados à prefeitura.
163 - Durante os cinco primeiros anos, 14.000
pessoas participaram de alguma reunião organizada no quadro do orçamento
participativo, ou seja, 8,4% da população adulta de Porto Alegre. … 60% dentre eles tinham uma renda familiar
três vezes superior ao salário mínimo brasileiro.
164 - Limites da
proposta, ainda que fosse perfeita, coloca: Ela
oferece aos explorados e a todos aqueles e aquelas que tem sede de justiça e de
igualdade social, apenas a magra perspectiva de autogerir certos aspectos de
sua vida ou, ainda pior, de sua própria miséria, sem pôr em causa os
privilégios patronais, as desigualdades sociais e a repartição das riquezas
produzidas. (Embora isso seja, na maior parte, verdade, não sei se eu faria
uma análise tão pessimista).
165 - Não põe em xeque o
poder central, mas o reforça, critica. O
poder municipal (...) aceitou dar aos habitantes os meios de definirem
coletivamente não mais do que as listas de obras a realizar, e jamais uma
política a seguir.
166 - Algumas das
críticas, não essas acima, não são muito bem explicadas.
167 - Em caso de desacordo, o governante
rapidamente se lembra de seu bom escravo e o faz sentir quem comanda em última
análise.
168 - Mais de três quartos das pessoas que
participaram em algum dos fóruns eram de fato membros de uma associação, de um
sindicato e/ou de um partido qualquer. Quanto mais se sobe na hierarquia do
processo participativo, mais a proporção de pessoas representando
explicitamente ou implicitamente associações e outras grupos aumenta.
169 - Diz que De Gaulle
propunha algo parecida na França…
170 - Outro texto
complementar critica o fato de que o dinheiro é pouco (e tem o pagamento das
dívidas): Seguindo o voto da assembléia,
aos representantes eleitos se juntam delegados da assembléia (separados em porções
de acordo com as prioridades selecionadas) numa fase subsequente do
"Orçamento Participativo". Lá eles precisam escolher entre consertar
o sistema de esgoto (cujos colapsos regulares causam catástrofes fatais nas
favelas) ou reajustar os salários dos servidores públicos. Eles devem escolher
entre fechar os postos de saúde dos bairros (que as vezes são os únicos lugares
onde dezenas de milhares de famílias de trabalhadores podem receber atendimento
médico mínimo) ou deixar novamente para o próximo ano a instalação de um
sistema de água corrente.
171 - Analisando estes anos de administração
petista em Porto Alegre, é possível ver como se comporta a esquerda
institucional no governo. Diferente da direita, a esquerda tem uma estratégia
de atrelar os movimentos sociais ao governo, com palavras amigáveis como
conquista e cidadania, participação popular, etc. isso é implementado através
de várias maneiras, e uma delas é o Orçamento Participativo, o grande mote da
campanha petista. Ele funciona na realidade como uma consulta (não é
deliberativo) às comunidades sobre o que fazer com 10% do orçamento da
prefeitura. Hoje em Porto Alegre a maioria das Associações de Bairro e
movimento comunitário em geral está atrelada ao OP.
172 - Afirma que há toda
uma propaganda ideológica como se isso fosse a verdadeira solução para as
coisas. Ademais, mantem os movimentos sob controle.
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