Adhemar Schwitzguèbel (PP) - 'Associação Internacional dos Trabalhadores' e 'O Coletivismo'
Adhemar Schwitzguèbel
(PP) - Associação Internacional dos Trabalhadores:
17 - Texto de 1871. As
sociedades de socorro mútuo alemãs às vezes enfrentavam os patrões. Foram vendo
a necessidade de criação de sociedades de resistência. As greves tornaram-se mais e mais frequentes; a solidariedade entre os
trabalhadores de um mesmo país tornou-se mais forte do que nunca. Entretanto,
as comunicações internacionais tornaram-se de tal modo fáceis que em algumas
horas, os patrões poderiam aliciar os trabalhadores de um país vizinho, para
tomar lugar daqueles que estivessem em greve. Esse fato aconteceu em algumas
das greves importantes, e foi causa de grandes derrotas dos trabalhadores. Fato
fundamental para fundação da Associação Internacional dos Trabalhadores. (...)
A organização federativa das caixas de resistência aparecia como um meio mais
prático de assegurar o sucesso do trabalho nas lutas que ela se lançou contra o
capital.
18 - O mutualismo de
Proudhon (crédito grátis e trocas sem lucro) perderam para o coletivismo como
proposição fundamental. Meios de produção coletivos e a cada um o produto de
seu trabalho.
19 - Critica a postura de
Marx (e sua transição via Estado) na AIT. Nota ao texto: A Internacional teve, até essa data, quatro Congressos Gerais, aqueles
de Genebra (1866), de Laussane (1867), de Bruxelas (1868) e da Basiléia (1869).
Os eventos políticos impediram que a reunião do Congresso de 1870 ocorresse,
assim como em 1871. O Congresso de Haia, de 1872, não faz mais que uma comédia
organizada por Karl Marx e os agentes de sua ditadura pessoal. Após a derrota
do golpe de marxista e o triunfo do princípio da autonomia na Internacional, os
Congressos Gerais recomeçaram a se reunir, houveram ainda quatro: em Genebra
(1873), em Bruxelas (1874), em Berna (1876) e a Verviers). Porém, deseja: Que a burguesia não se aproveite dessa
divergência de opinião que se manifesta sobre esse ponto na Internacional.
20 - Afirma que a Comuna era um grito de
resistência da burguesia em séculos passados. Trata-se de resignificar isso,
agora pelo trabalho radicalmente livre.
Adhemar Schwitzguébel
(PP) - O Coletivismo:
21 - Essa questão importante foi tratada nos diferentes Congressos da
Internacional, e o princípio da propriedade coletiva é parte, como uma
necessidade histórica e econômica, das discussões do último Congresso Geral
acontecido em setembro de 1869 na Basiléia. Antes do Congresso, a Internacional
não havia sido mais que debilmente atacada; mas a partir desta época, deu-se
uma avalanche de ataques tal que a história não apresenta outro exemplo de uma
associação que teria levantado contra si tanto ódio.
22 - O que é a liberdade
individual de viver dos frutos do próprio trabalho? Liberdade não é um direito para cada ser humano, mas somente um
privilégio daqueles que, por habilidade, fraude, ou acaso de nascimento,
conseguem monopolizar todos os frutos da humanidade. Essa liberdade
individual dependeria, portanto, da propriedade coletiva.
23 - Não quer partilhar
riqueza, eis que enquanto que, se ela se
pronuncia pela propriedade coletiva, ela se declara, por esse fato, inimiga da
partilha das terras, dos instrumentos de trabalho.
24 - Vantagens
democráticas da propriedade coletiva: ela
reconhece, portanto, a liberdade absoluta de os indivíduos, os grupos, se
organizarem como eles bem entenderem, de modo que serão aqueles que
determinarão o modo da repartição dos frutos do trabalho coletivo em cada
associação.
25 - A realização do
princípio coletivista se dará na prática. No mais… Se o princípio do Estado não é destruído na tormenta, nós teremos um
comunismo autoritário; mas, se for a Comuna livre que triunfar, será na comuna
que se realizará de pronto a idéia coletivista.
26 - São as sociedades e as federações de trabalho que serão à base da
organização do novo partido político dos trabalhadores.
27 - Pelas reformas transitórias, nós entendemos: aumento dos salários, baixa
dos preços dos objetos de consumo, redução das horas de trabalho, garantias
contra a exploração das mulheres e crianças, reforma do imposto, melhoramento
das instituições públicas, simplificação de toda legislação jurídica, limitação
ou supressão das despensas improdutivas sejam cultos, militares, etc., redução
da magistratura e melhoramento dos serviços públicos úteis.
28 - Ceticismo com o
socialismo estatal: Se for mantendo a
propriedade monopolizada, não mais entre as mãos da classe burguesa, mas em benefício
de uma ficção, de uma abstração, de um ser imaginário, o Estado: somente essa
ficção se manifestará aos olhos do povo por representantes bem reais, bem
vivos, os homens do Estado, os funcionários do Estado que disporão, para seu
grado, do capital social. As associações dos trabalhadores, não possuirão
diretamente esse capital, serão obrigadas a solicitar a concessão ao Estado
pelo intermédio dos ditos funcionários, de modo que eles serão os que irão
distribuir a fortuna pública. Nós compreendemos que esses funcionários serão
eleitos pelo povo e que por conseqüência não poderão fazer mais que a vontade
do povo: mas hoje, em nossas repúblicas suíças, os governantes já são nomeados
pelo povo, mas não fazem a vontade do povo, e, portanto, cada um faz mais que
sua própria vontade. Chama de comunismo autoritário.
29 - A transição não
envolve Estado. Por que os trabalhadores
constituem-se em sociedades e federações de ofício? (...) Para solidarizar seus
interesses contra aqueles de seus dominadores e exploradores. Ocupando, em
geral, pouco esforço na legislação; eles determinam livremente na prática,
operando assim insensivelmente uma revolução nos fatos econômicos. É a época
transitória.
30 - O que virá depois
dessa expropriação é a prática quem mostrará. Senão é utopia.
31 - Nos comentários,
alguém jogou texto sobre organização secreta de Bakunin (1869) (e sua crítica a
ideia de revolução) e afirmou que não era tão melhor que o tal “comunismo
autoritário”, ao que o autor do texto respondeu: Schwitzguébel, pretendo publicar uma pequena biografia dele aqui, daqui
um tempo, é uma figura icônica da AIT, um operário da relojoaria suíça, que
nunca compos as organizações secretas de Bakunin, tendo contato com este só, se
não me engano, em 1869, um ano depois deste texto que o senhor tenta fazer
engoli-lo, junto com ele toda esta ala, junto com todo este movimento. Mas que, contudo, apesar de não conspirar
secretamente, era um militante ativo da organização que o outro setor (dito
marxista) mais combateu, a chamada: Fédération jurassienne.
Comentários
Postar um comentário