PP - Textos Diversos XXVI
Pedro e Paula (PP) - Um
Golpe em Curso (Ou Não):
878 - Enfim, texto que
vale a pena ser lido na íntegra. ... Embora
tenhamos os casos das destituições de Manuel Zelaya da presidência de Honduras,
em 2009, num golpe ao estilo clássico; e de Fernando Lugo, da presidência do
Paraguai, em 2012, em um processo de impedimento que foi considerado ilegal e
ilegítimo pela Comissão Interamericana de Direitos Humanos, um golpe no Brasil
inauguraria um ciclo de rupturas institucionais na América Latina para as
grandes nações, quando o contexto já aponta para desfechos mais sóbrios.]
879 - Impeachment: O PT vai sendo derrotado dentro das regras
do jogo que ele próprio legitimou e topou jogar, que atende pelo nome de
democracia eleitoral e parlamentar.
880 - Como já apontado, um golpe não pode ser
caracterizado por pequenos desvios nas regras constitucionais. Essas rupturas
acontecem cotidianamente, e são impetradas contra setores populares mais
frágeis. Não custa lembrar que faz dois anos desde que Cláudia Silva Ferreira
teve seu corpo arrastado pelas ruas por uma viatura policial, e que
arbitrariedades policiais são a regra nas periferias das grandes metrópoles,
onde o extermínio da população pobre é encoberto enquanto “autos de
resistência”.
Pedro Nascimento (PP) -
Fortaleza, Transporte Eficiente Para Quem...:
881 - Os números apresentados pelos empresários
contabilizam que, em 2013, 175 milhões de pessoas abandonaram os ônibus nas
nove capitais mais populosas do país (Fortaleza integra a lista). Isso quer
dizer que, segundo a NTU, houve uma migração das pessoas para os transportes
automotores.
882 - Coloca o BRT como
mero modo de empresário lucrar mais. Menor consumo de combustível no para e
acelera e maior velocidade média de circulação. Porém, todo mundo continua
apertado.
PP - 20 de Junho, A
Revolta dos Coxinhas (Relatos Por Cidade):
883 - Pertencendo àquela gente a quem os
jornalistas gostam de chamar classe média, os coxinhas passaram agora para
primeiro plano político, como agentes de um fascismo potencial.
884 - Avenida Paulista: Uma massa amorfa pairava pela Av. Paulista
vestindo bandeiras do Brasil, com as caras pintadas, não sabiam para aonde ir,
o que fazer e nem o que se indignar. As palavras de ordem puxadas como “o povo
acordou” e “o gigante acordou” eram cantadas juntamente com o hino nacional.
Como disse um companheiro, a caixa de comentários da Folha de S. Paulo saiu
para a rua. (...) O ódio contra a Globo e as emissoras de televisão é que elas
são “esquerdistas”, pois “fazem o jogo do governo”.
885 - Foi “o Horror! o Horror!”, era como se se
materializasse na minha frente o filme A Onda. Temos que o chamar pelo nome
correto. O “gigante” que acordou é o movimento fascista. Só falta um líder,
alguém orgânico que saia dali.
886 - Outras cidades
apresentaram relatos mais tranquilos. Rio de Janeiro e Sp foram chocantes.
Goiânia também um pouco. O fascismo vem aí e esquerda precisa se organizar. A
conclusão deles.
887 - As torcidas organizadas de Goiânia também
garantiram aí um foco de resistência ativa e um discurso de luta. (...)
Irônicamente, a centralização do discurso possibilitada pela comissão de carro
de som foi a única coisa que garantiu que a organização de luta pelo transporte
tivesse alguma voz, frente aos zumbis do “sou brasileiro com muito orgulho, com
muito amor”.
888 - Os provocadores organizados que deixaram um
companheiro do PSTU em coma e vários outros de nós feridos eram uma ínfima
minoria. Menores do que nós, de esquerda, que jamais estivemos tão numerosos e
mobilizamos tanta gente. E é por termos mobilizado tanta gente que a
extrema-direita nos atacou.
889 - Tinha esquecido de postar: o blog do
Reinaldo Azevedo está dando record de acessos dia a pós dia. Parte do que está
sendo feito é aplicação clara do que ele escreve. (...) São mais de 340 mil
visitas dia. A extrema-direita o lê.
PP - A Judiciarização da
Política e o MST:
890 - Este enquadramento institucional a que foram
forçados tanto o MST quanto todos os demais movimentos de luta pela reforma
agrária exige, necessariamente, um “jogo de cintura” institucional controlado
por um número restrito de pessoas que, com o passar do tempo, construíram
relações nestes órgãos e conseguem resolver problemas menores com simples
telefonemas. Iniciativas que saiam desta rotina podem abalar as relações e
romper a confiança mútua; as mobilizações de base, então, tendem a ser cada vez
mais restritas a passeatas e atos simbólicos, e tendem igualmente a perder a
“mordida”, a evitar qualquer confronto mais direto com estes órgãos.
891 - Dominar a linguagem jurídica e
administrativa, criar relações de confiança nos órgãos públicos, aprender como
funcionam os trâmites burocráticos, tudo isto ajuda a resolver situações dentro
de um campo de alternativas já estabelecidas (agilizar a chegada de um trator
que atrasou, negociar parcelamento de dívidas, reivindicar pavimentação de
estradas vicinais etc.), quando a luta pela reforma agrária é, para sermos
modestos, a tentativa de trabalhadores rurais organizados de ampliar suas
alternativas de vida e de produção. É a reivindicação da parte dos que não têm
parte.
892 - Um comentador: Nesse sentido, no caso do Milton Santos, a
via “política” (pressionar diretamente a Dilma) parece mais eficaz, e por isso
mais acertada, que a via judicial. O que preocupa é ver que o MST direciona sua
mobilização cada vez mais contra o judiciário, e cada vez menos contra o
governo – não porque isso seja mais interessante para Reforma Agrária (basta
ver os números recentes), mas porque interessa blindar o PT no governo.
PP - A Luta de Classes na
China, Entrevista Com Ralf Ruckus:
893 - O PCC sabe que não pode simplesmente colocar
uma tampa sobre o descontentamento dos trabalhadores, sendo obrigado a libertar
algum vapor. A partir da década de 90, o PCC implementou algumas leis de
trabalho e de negociação coletiva, de forma a canalizar algum do
descontentamento para procedimentos institucionais. Tal conduziu ao aumento do
número de casos jurídicos, sem que, contudo, se tenha conseguido parar o
aumento de outras formas de lutas «selvagens», ilegais na China: greves,
manifestações, bloqueios de estrada, etc. No entanto, o PCC recorre igualmente
à força na supressão de lutas, quando estas adquirem uma maior dimensão ou
colocam em causa o seu domínio. Eles reprimem e prendem ativistas, recorrem à
polícia de intervenção para desbloquear as estradas e intervêm dentro dos locais
de trabalho.
894 - Fala que houve
aumentos substanciais de salários nos últimos anos. ]
895 - Facções no seio do PCC, mas igualmente entre
ONGs e «esquerdistas», pressionam no sentido de uma institucionalização das
lutas laborais e de uma reforma dos sindicatos, ainda sobre o estrito controlo
do PCC, com os seus representantes a serem rejeitados pelos trabalhadores.
Veremos se a direção do PCC permitirá tais reformas do sindicato, de forma a
obter mais uma ferramenta no controlo das lutas.
896 - O mercado chinês continuará a ser importante
para o capital global; e uma vez que não existem regiões alternativas, com uma
infraestrutura semelhante, uma ampla e qualificada força de trabalho e uma
relativa estabilidade política.
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