PP - Textos Diversos V e "David Whitehouse - As Origens da Polícia"
Danilo Chaves Nakamura
(PP) - Caos Programado ou Desastre Estratégico (Educação):
151 - … “desde 1998 a rede estadual perdeu mais de 2
milhões de alunos, com uma tendência de queda de 1,3% ao ano da população em
idade escolar. Diante disso, uma reorganização se tornou necessária”.
152 - O plano tem um
linguajar democrático que, na prática, pouco diz de verdade.
153 - Uma das implicações
do plano é que professores terão que se deslocar de uma escola para outra a fim
de atingir uma carga mínima.
154 - Quinta-feira, dia 19 de novembro a Folha de
São Paulo divulgou que o governador Geraldo Alckmin cancelaria a reorganização
do ensino caso as escolas fossem desocupadas. Mentira que eles tiveram que
assumir publicamente.
155 - Coloca que o
argumento etário não é sempre verdadeiro. Depende do período. Na verdade, a
rede estadual perde alunos para a municipal e alguns para a privada. O número
total de alunos em todos os setores costuma oscilar.
156 - A questão populacional não justifica o
fechamento das escolas, principalmente, quando o governo tem diante de si
problemas históricos para resolver como: salas superlotadas, escolas sem
estruturas para receber alunos com necessidades especiais, falta de vagas na
rede pública de creches e pré-escolas, falta de escolas com ensino de jovens e
adultos, poucas vagas em escolas técnicas, o que gera a necessidade de
processos seletivos, além da melhora da qualidade do ensino.
157 - Por fim, trata de
formas de parceria com o capital privado, que vai ganhando espaço seja com
apostilas e livros ou com apropriação de espaços para a celebrada educação
integral. Há também os cursos de aperfeiçoamento da formação de professores.
158 - Nesse sentido, temos, de um lado, uma massa
empobrecida de crianças e jovens que recebem uma educação rebaixada – com
promessas de intervenções pedagógicas a partir produtos culturais que são
aqueles já consumidos pelos jovens fora das instituições de ensino, mas que são
vendidos como “direito do aluno”, “pedagogia humanista e democrática” ou, se
preferirem, uma suposta “teoria freiriana” que sabe dialogar com a realidade e
a linguagem da comunidade – que transforma os educandos em “protagonistas” de
ações já enquadradas e pré-elaboradas pelo poder estabelecido.
159 - Não achei o teto
muito profundo não.
(...)
David Whitehouse (PP) -
As Origens da Polícia:
160 - As cidades não tinham polícia, porque havia
um alto grau de igualdade social, que dava às pessoas um sentimento de
responsabilidade mútua. E mesmo quando houve alguma desigualdade, a aliança
comum contra a nobreza realmente dominante unia os interesses.
161 - Na Inglaterra e EUA a polícia apareceu no
intervalo de poucas décadas, aproximadamente entre 1825 e 1855.
162 - O crime como ato
individual continua sendo investigado mais ou menos da mesma forma. A criação
se deveu a “problemas” coletivos: – das
greves na Inglaterra; – dos tumultos no norte dos Estados Unidos; – e da ameaça
de insurreição de escravos no sul do mesmo país.
163 - Polícia é força
profissional em tempo integral.
164 - A população das cidades era em sua maioria
servos que tinham comprado sua liberdade, ou simplesmente fugido de seus
mestres. Eles eram conhecidos como burgueses, o que significa residente das
cidades (burgos). (...) Na França, durante os séculos XI e XII, essas cidades
eram conhecidas como comunas. Eram incorporadas ao status de comuna sob certas
condições, às vezes com a permissão de um senhor feudal, mas geralmente eram
vistas como entidades autogovernadas ou, inclusive, como cidades-estado. Havia
tribunais próprios, mas não polícia.
165 - Na Inglaterra, o
Estado expulsava camponeses do campo para serem força de trabalho nas cidades,
ampliando nessas a desigualdade de forma crescente. Oficinas iam ficando
maiores que nunca. E um patrão agora podia ter dezenas de trabalhadores.
166 - Enquanto isso, a França estava passando por
sua própria revolução política e social, que começou em 1789. A resposta da
classe dominante britânica foi de pânico dos trabalhadores britânicos seguirem
o caminho francês. Sindicatos e encontros de mais de 50 pessoas foram tornados
ilegais. Ademais, as táticas do exército já não funcionavam mais. Até mesmo a tática clássica de enforcar os
líderes do movimento começou a sair pela culatra. Uma execução poderia exercer
um efeito negativo sobre uma centena de pessoas, mas agora os reunidos para
apoiar ao condenado eram cinquenta mil, e as execuções encorajava-os a lutar.
167 - A Polícia de
Londres é de 1829: A nova força policial
foi projetada especificamente para aplicar violência não letal contra as
massas, para quebrá-las e deliberadamente evitar que surgissem mártires. Tratava-se
também de vigiar e controlar a vida cotidiana dos pobres.
168 - Nos comentários: Leia “O Estado e seu Papel Historico”, do grande cientista Piotr
Kropotkin, assim como “A Sociedade Contra o Estado”, do antropologo Pierre
Clastres, e voce vera que a policia nao existiu “sempre” e nem “em todas as
socieades”.
169 - Parte II do texto: Os servos e os escravos da classe média
também roubavam seus mestres e passavam os bens para os vendedores locais.
(Aliás, em Nova York havia escravidão até 1827).
170 - O historiador marxista E. P. Thompson resumiu tudo isso quando escreveu que a polícia do século XIX era: “[…] Imparcial, tentando retirar das ruas com equanimidade os traficantes de rua, mendigos, prostitutas, artistas de rua, piquetes, crianças que jogavam futebol e oradores socialistas. O pretexto era muitas vezes uma denúncia de interrupção do comércio recebida de um comerciante”.
(continua...)
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