PP - Textos Diversos II

 

Caio e Simone (PP) - Democracia de Base Sem Trabalho de Base:

87 - Não existe fórmula pronta contra a burocracia. Podemos propor o modelo organizativo mais avançado e democrático que pudermos imaginar: se ele não se erguer com base numa mobilização popular real, poderá resultar em uma forma ainda mais burocrática.

88 - De fato, não deve ser encarado como natural que na maior mobilização de massas da história do país tenha havido um pequeno grupo que, “sem ter sido eleito por ninguém, sentou para “conversar” (…) com o Ministério Público, com a Prefeitura de Haddad e deu entrevistas na imprensa falando (…) em nome de um movimento que ganhou proporções que o próprio MPL tinha clareza que não representava e nem poderia representar, sem nenhuma consulta aos (…) que participavam do movimento”. No entanto, não se pode perder de vista que se não houvesse esse pequeno grupo construindo, planejando, convocando, analisando, fazendo declarações públicas – em suma, realizando um papel diretivo – aquele processo não teria acontecido como aconteceu. E que, num aparente paradoxo, o processo assim conduzido tenha sido permeado por uma explosão de autonomia popular e vitorioso em sua reivindicação imediata.

89 - Afirma que o MPL, para o bem ou para o mal, não possui relação real com as mobilizações que estão ocorrendo nos bairros paulistas contra aumento de tarifa.

90 - Federalismo no MPL: … de que vale eleger representantes de núcleos locais quando estes núcleos mal foram constituídos? Com base em qual experiência concreta e amadurecida se legitimaria aí a figura do representante? Foi nesse sentido que falamos, anteriormente, no risco de uma burocratização ainda maior do processo. (...) Se defendemos “todo poder às assembleias dos bairros”, devemos construir esse poder.

91 - Um comentador do texto cita um elogio de Rosa à tática de Lênin antes da revolução quanto à questão de não se estacionar na tática eterna do “somar forças”, “acumular forças”:  Estes, em sua condição de discípulos de carne e osso do cretinismo parlamentar, nada mais fazem a não ser transpor para a revolução a sabedoria caseira do jardim de infância parlamentar: para fazer alguma coisa, é preciso ter antes a maioria. Portanto, também na revolução, devemos conquistar primeiro a “maioria”. Mas a dialética real das revoluções inverte essa sabedoria de toupeira parlamentar: o caminho não conduz à tática revolucionária pela maioria, ele leva à maioria pela tática revolucionária.

92 - Fagner: As dificuldades dos movimentos relativas a um maior enraizamento em bairros e locais de trabalho têm duas dimensões. Em primeiro lugar, é praticamente impossível simplesmente chegar num bairro que não é o seu, propondo a construção de um coletivo que lute por qualquer demanda. Na verdade, a dificuldade também existe, mesmo que se trate de moradores isolados no próprio bairro. É preciso que haja, no mínimo, algum laço de confiança e alguma convivência entre militantes e moradores.

 

Carlos Gonçalves (PP) - A Culpa é do PT:

93 - Defende que a direita soube aproveitar o pretexto geral da crítica à corrupção (quando na verdade todo mundo sabe que só é intolerável a do PT) e que o movimento direitista tem vida e mérito próprios, independente do PT.

94 - Cita a queda da tarifa em 2013 e a união no segundo turno de 2014 como provas de que a esquerda pode se unir com sucesso.

95 - Comentador: além de queimar a esquerda: A máquina de captura estatal que o PT usou na desmobilização e institucionalização dos movimentos sociais, desde meados dos anos 90, foi um dos fatores principais no esvaziamento das mobilizações de esquerda, assim como tem sido, desde alguns anos, o aparato de repressão que o mesmo PT gerencia. (...) Quando a esquerda recua da disputa social, a direita avança.

96 - Critica como muitos dissidentes e críticos dessa grande “alternativa” tão “rebelde”, passaram os anos sendo qualificados de “não-realistas”, “dogmáticos”, “utópicos”, etc. por não dançarem conforme a música, por não se apegarem aos dogmas do capital e por defenderem transformações sociais, criou-se um vácuo de militância revolucionária, diminuída e enfraquecida que não teve sucesso em conseguir um grande apoio de massas (e foi para isso que o PT foi criado).

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