YT - O que é Pós-modernismo?

 

O que é Pós-modernismo?


1 - Daniel coloca que essa contraposição à modernidade teve diferentes significados inicialmente (antes da elaboração sistematizada de Lyotard - A condição pós-moderna em 1979). 

2 - Inicia o vídeo dizendo que palavras como "liberalismo" (formulada durante a luta contra Napoleão), "modernismo" (formulada na Nicarágua por Ruben Dario) foram fundadas na língua espanhola. Outro poeta, que viveu a guerra civil espanhola, foi o primeiro a usar "pós-modernismo". Seriam os modernistas mais conservadores, que apoiavam os fascistas. Eram adversários dos ultramodernistas, como Lorca, Borges e Neruda.

3 - Outro uso intermediário do contemporâneo para o pós-modernismo foi a ideia de que o Estado ganhava força sobre a burguesia. Seria a era "pós-moderna". O avanço do "socialismo".

4 - O poeta Charles Olson usava o termo em sentido positivo. A superação da modernidade. O principal representante disso seria o maoísmo (no futuro, haveria decepção, diz). Seria o mundo "pós-racional", sem as tragédias das grandes guerras e afins. Sem as ilusões nos grandes projetos de consequências terríveis. O humanismo modernista já teriam fracassado. Afirma, porém, que esse conceito ainda não era o de Lyotard.

5 - Antes do conceito de 1979, cita ainda um significado parecido do Egito (Hassan?) e que dialoga com o lamento de Cazuza em "Ideologia" (meu partido é um coração partido). Cita a obra 4'33 de John Cage também. 

6 - Na arquitetura, autores já falavam da arte eclética, sem passado nem futuro. Sem um grande pensamento racional organizador (como em Brasília). Arte aos sabores da liberdade de mercado, como Las Vegas.

7 - Lyotard criticava o "saber é poder" baconiano e a ideia de progresso, razão humana construtora de um mundo melhor. razão capaz de alterar a realidade ao redor. Enfim, é uma crítica ao otimismo do Iluminismo (Kant e o "o que é o esclarecimento"). Mudou a condição humana. Começamos a descrer nas grandes/metas narrativas: socialismo; redenção cristã; progresso iluminista; espírito hegeliano; unidade romântica; racismo nazista e equilíbrio keynesiano. Seria a morte dos "ismos". 

8 - Daniel problematiza a ideia de que a desorientação, com a morte dos ismos, é ruim. As pessoas gostam de Nietzsche justamente por fazer essa mesma crítica de Lyotard. O lado bom seria abrir a mente a perspectivas mais complexas, como a realidade é. 

9 - As utopias estão perdendo força. As pessoas só sabem o que não querem. "Acho que não sei quem sou, só sei do que não gosto". Essa frase de Renato Russo poderia ser um sintoma da condição pós-moderna, por exemplo.

10 - Danto afirma que hoje em dia perde força a ideia de vanguarda. Não há mais grandes movimentos artísticos coerentes. Há ecletismos, como a "pop-art". Andy Warhol. 

11 - Fredric Jameson (1982): o que há, na verdade, é a grande narrativa do capitalismo, da lógica do capital. Lyotard se enganou, nem todas morreram. Como disse Zizek, é mais fácil hoje imaginar o fim do mundo que a morte do capitalismo. Afirma que nunca antes a propriedade privada foi tão sacralizada, pouco contestada. Torna-se impossível imaginar o mundo não-capitalista. O horizonte existencial estaria estreito. Quem conquistou o mundo foi a Coca-Cola, não Napoleão ou o comunismo.

12 - Ele compara o par de sapatos de Van Gogh com o de Warhol. Há um significado por trás do significante de Van Gogh, não há superficialidade. Há uma essência por trás da aparência, o ardor do trabalho. Em Warhol, a imagem é um fim em si próprio. A condição pós-moderna é a superficialidade. É como uma propaganda de uma joalheria em que a jóia torna o comprador bonito para o olhar feminino.

13 - Na ausência das grandes utopias, sobra a utopia vendida pela mercadoria. Não há ética ou razão fora do mundo das mercadorias. A escola passa a servir para adaptar o individuo ao mundo. Nada de perder tempo criticando ou transformando. A história vira mero retrô. É algo melancólico. Reviver o passado.

14 - As pessoas se refugiariam nas identidades justamente pela ausência das grandes narrativas ou projetos.

15 - As próprias religiões também passam a se submeter à lógica de mercado e da imagem. Religião fast-food. Sem grandes compromissos. O indivíduo pega os elementos de cada uma que lhe interessam e funda sua religião pessoal (espiritualidade). 

16 - No mundo de imagens e sem grandes verdades, surge o conservadorismo pós-moderno. Verdades alternativas que servem ao Estado, projetos de poder e políticos. Acreditar em "fake news", por exemplo, para dar algum sentido á vida. 

17 - O shopping - e toda a sua desorientação imagética - seria uma metáfora/alegoria da condição pós-moderno.

18 - Daniel termina o vídeo com citações de 1580 pra frente de pensadores, como Montaigne, com a ideia de que nada é sólido. Algo no mesmo espírito "modernidade líquida" de Bauman. Essa sensação sempre existiu em diversas épocas. A incerteza sempre fez parte da chamada "condição humana". Valores em mudança e desorientação. 

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