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Entrevista de José Luis Oreiro no programa Temas de Macroeconomia Moderna


1 - Em 2011 pra frente, a produção industrial estagna e depois desaba. Apenas as vendas no comércio continuarão crescendo. Então Oreiro discorda de quem diz que o problema de 2011 (Franklin Serrano e Ricardo Summa) foi de demanda agregada. O problema foi a mudança estrutural negativa. Anos e anos de câmbio sobrevalorizada destruindo a indústria de transformação e, com isso, reduzindo a capacidade da economia de gerar ganhos de produtividade. 

2 - O aumento da renda per capita entre 2002 e 2010 se deu muito mais pelo crescimento do emprego que pelo da produtividade. Aumento da demanda agregada se refletindo em maior taxa de ocupação. Onde? Nos setores de produtividade mais baixa (serviços pouco qualificados). Absorve mais trabalhadores, mas não melhora a produtividade. Enfim, faltou mudança real/estrutural, argumenta. Chamou de modelo de estagnação com pleno emprego. 

3 - Em 2014, o esmagamento de lucros faz o investimento privado desabar. Taxa de retorno sobre capital próprio das empresas não-financeiras vai de 12% em 2010 para 4,5%, pagando nem a inflação da época. Recessão óbvia. De toda maneira, critica a reação de Dilma a isso em 2015. O PIB era para cair cerca de 1,5%. A contração fiscal e monetária, junto ao tarifaço (choque de oferta), teria aumentado tudo para 3,5%. Além do choque externo, com o desabamento dos preços das commodities. Até seca teve. Enfim, tempestade perfeita. Adiciona o fator "bagunça política". (Eu lembraria também os impactos da Lava-Jato).

4 - Oreiro critica, ainda, a política monetária "pé pesado" por muito tempo, até meados de 2018 e a falta de investimento público no período Temer em razão do teto. Coloca também que a desvalorização cambial não foi forte o suficiente. A taxa de câmbio de equilíbrio industrial seria cerca de R$ 6,50, visto que as empresas brasileiras perderam competitividade (complexidade diminuiu e não houve investimento em modernização do capital). O câmbio teria que se desvalorizar ainda mais para compensar isso. Ademais, parte das desvalorização teria sido meramente nominal, pela inflação maior. Política industrial via BNDES para modernizar parque tecnológico também seria imprescindível diz, já que ninguém vai topar câmbio de nove reais, o que arrocharia muito o poder de compra. 

5 - Coloca que investimento/capital (importações de capitais, tipo a Austrália, que importa 4% do PIB) estrangeiro sequer é uma saída em condições normais, ainda mais boicotadas por Bolsonaro com sua política de meio-ambiente que afugenta dinheiro nesse mundo que valoriza ESG. Enfim, sequer é coerente com sua proposta.

6 - No início do vídeo, menciona que sua explicação para a perda de competitividade da economia brasileira tem a ver com algo mais sofisticado que a lei de Thirlwall e ensinamentos de Kaldor. Mais que a indústria total no PIB importa a pujança da indústria de transformação.

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