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O valor das ideias - debate em tempos turbulentos
1 - Debate na IE entre Guilherme Mello (IE-Unicamp), Marcos Lisboa (Insper), Pedro Paulo Zahluth Bastos (IE-Unicamp) e Samuel Pessôa (FGV). A primeira parte é toda sobre o método.
2 - Marcos Lisboa afirma que a desigualdade no Brasil caiu até menos que em outros emergentes durante os anos 2000. Foi um fenômeno mundial.
3 - Guilherme não considera jamais FHC socialdemocrata. Aumentou a carga muito mais para pagar juros que para ampliação do gasto social (só contando... ). Também é acusado por ele de bagunçar ainda mais o sistema tributário. E também não corrigiu o fiscal nem no FHC II, dívida sempre cresceu, afirma. Por fim, diz que o modelo de desenvolvimento do FHC I era o de Gustavo Franco. Naufragou. FHC II virou "exportar ou morrer". Puro desespero.
4 - Guilherme vê Lula como mais apostador no investimento público direto e de estatais. Elogia Lula por usar a liquidez a fim de reduzir a vulnerabilidade externa. Acabar com a crise do balanço de pagamentos. (Além de ter se livrado da dívida externa).
5 - Coloca que a Unicamp nunca defendeu a agenda Dilma de subsídios e desonerações (em vez de investimento público, que para de crescer, ocupando esse "espaço fiscal"). Ademais, a nova matriz não era tão nova assim e não explica tudo. Antes de 2011 já havia desaceleração clara da economia, em primeiro lugar. A nova matriz começa em 2012, afirma, O investimento público caso seja excetuado o MCMV (que não é nada "complexo") até cai.
6 - Ademais, afirma que a tal da "nova matriz" já era capenga em 2013, pois os juros passaram a subir em março. Restavam os subsídios, desonerações e rezas para dar certo. Realmente. Pedro ressalva que ao menos a taxa de investimento geral cresceu. Ou seja, teria algum efeito a política Dilma, mesmo ele não defendendo.
7 - Afirma que Dilma II já é diferente de tudo. Milhares de choques juntos, como pragas.
8 - Admite que o multiplicador fiscal nem sempre vai funcionar. Defende só em casos específicos.
9 - Pedro critica a previsão de Gustavo Franco de que a maior abertura geraria especialização capaz de proporcionar exportações que pagassem as importações. Não ocorreu.
10 - Samuel Pessoa afirma que não foi apenas a redução da tributação dos ricos que aumentou a desigualdade interna nos desenvolvidos. A abertura (era neoliberal) facilitou a competição entre trabalhadores do centro com os da periferia, pressionando para baixo os salários dos primeiros.
11 - Afirma que resultados de reformas como a trabalhista demoram, segundo pesquisas, uma década para se manifestar.
12 - Acha que pode haver espaço para políticas de demanda após a reforma da previdência (que foi aprovada e acho que ele continua contra). Ao contrário de Marcos, vê certo hiato relevante sim.
13 - Coloca que Castelo Branco aumentou imposto para equilibrar o fiscal e impedir a inflação. Criou essas bases.
14 - Ainda Samuel: o aumento de gasto público em proporção do PIB ocorreu no período 92-94. O problema da era FHC (fiscal) foi queda da arrecadação devido ao fim do "imposto inflacionário". Especialmente nos Estados. Daí o déficit de FHC I que só foi resolvido com LRF, renegociação e privatização dos bancos estaduais.
15 - Dilma para ele: cinco anos de inflação próxima ao teto da meta; controle de preços administrados; enorme ciclo de compra de swap que o BC fez gerando um déficit de 4,5% em conta corrente e atraso cambial de uns 40%. Inflação já estava lá amarrada artificialmente. Volta a falar também de má alocação. "Foram 500 bilhões para o BNDES". Desemprego estava 2,5 p. p. abaixo da taxa neutra. 2015 teria sido só pra organizar toda essas três ou quatro heranças inflacionárias. Para Samuel, isso é enganar o conflito distributivo.
16 - Diz que os juros neutros estão em cerca de 3,5% ao ano. Marcos diz que banco ganha dinheiro é com seguros, mercado de capitais, gestão de ativos e etc. Não ligam tanto para título da dívida (acho que ele tá minimizando demais, a fatia dos bancos é grande e sobem com alta de Selic).
17 - Marcos continua a negar que exista uma "ortodoxia" dominante. Diz que vários ortodoxos são críticos do que os heterodoxos identificam como núcleo neoclássico: os "Modelo Dinâmico Estocástico de Equilíbrio Geral (DSGE)".
18 - Marcos coloca que a economia brasileira é fechada sim na média. (Pedro coloca que é bastante aberta para certas importações). Diz também que os problemas "micro" impedem investimentos em infraestrutura mesmo quando há dinheiro. Regulações que atrapalham. Desenhos institucionais que impedem investimento eficiente.
19 - Lisboa afirma que até Wal-Mart tomou 4 bilhões de prejuízo aqui. Sistema tributário é um caos e etc. Defende que se tribute a renda gerada pelo patrimônio, mas não o próprio. Não aprofunda. Conta o caso da confusão jurídico-tributária do "leasing", que praticamente acabou com o financiamento/crédito desse tipo, atrapalhando a própria indústria.
20 - Guilherme afirma que o PAEG, além de "orçamento monetário" e aumento de carga tributária, aumentou a dívida também. Era desenvolvimentismo também.
21 - Pedro coloca que os juros reais do Brasil são outliers em todos os critérios para conjuntos de países. Todos os indicadores. Mais altas que as altas.
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