YT - Lives - #051​ Live Pedro Dória - Resgate do Liberalismo no Brasil

 

#051 Live Pedro Dória - Resgate do Liberalismo no Brasil


1 - Coloca que a desigualdade absurda da sociedade industrial inglesa foi o que Marx viu. Mill também. Eles queriam resolver a situação social. Mill (paixão dele) amenizar o risco de revolução, no caso (mas aí sou eu falando, não as palavras de Pedro).

2 - Afirma que o liberalismo extremamente antiestatista tem a ver com contextos. Para um judeu na Alemanha nos anos 30 seria normal reagir radicalmente contra qualquer autoridade estatal. Não desejar teorias que legitimem isso, no caso. 

3 - Pedro crê que ideias radicais, sem o devido contexto, já não são liberalismo. O sujeito já não estaria ponderando um monte de coisa. 

4 - O laissez-faire no século XVIII fazia sentido. O mundo era muito opressor. Era uma reação condizente com o período.

5 - Coloca que o liberalismo volta a crescer mesmo nos partidos de "esquerda", empurrados pelo triunfo da vitória do conservadorismo avassalador liberal (economia) na direita. O Democrata nos EUA e o Trabalhista no UK. A ala socialdemocrata perde espaço para uma espécie de liberalismo com preocupações sociais. 

6 - Coloca que as pautas identitárias eram ignoradas pelo marxismo (e os Panteras?! e os avanços feministas no início da Revolução Russa?) , sendo tradicionalmente liberais no início.

7 - Coloca que Bolsonaro é reacionário e a brutal ditadura de 64 não era. O primeiro reacionário brasileiro de sucesso, diz. Cita, por exemplo, a "transformação de mato em riqueza". Valores dos bandeirantes do Século XVII, sendo que essa fórmula não existe mais. É fascinado pelo agro e rural (integralista tinham profunda desconfiança do meio urbano, cosmopolita e afeminado). Militares queriam um país industrial.

8 - Diz que o tenentismo foi, depois, para tudo que é lado. Comunismo (Prestes), trabalhismo varguista, UDN (Brigadeiro Eduardo Gomes). Nenhum tenente, porém, vira fascista. Doria diz que isso vem muito de o Exército do fim dos anos 30 vir de uma espécie de "religião positivista". Cientificismo e tal. (Não sei, porque vários entusiastas disso tiveram um pé no integralismo, não?). Enfim, era mais patriotismo mesmo. Família tradicional e careta, mas não era algo grosseiramente reacionário (o passado imaginário mítico a que se quer retornar é o que seria isso. Bolsonaro é isso. Os militares pensavam para frente, diz). Castelo Branco, Geisel e Médici foram tenentes.

9 - Coloca Dória que petroleiras, bancos e GE sempre dominaram o topo dos índices de bolsa, sendo que hoje as big tech dominam e não saem mais. Só Aramco chega perto. Seria o sintoma de uma nova economia. Chega a comparar à Revolução Industrial (não sei se é para tanto). Cita que o consumo de automóveis vai mudar totalmente, por exemplo. Talvez vender serviços de transporte em vez de bens. Dá também o exemplo dos "shampoos personalizados". Crê que o futuro são pessoas entrando em sites e assinando serviços personalizados a preços baixos. Cairão os intermediários. 

10 - Coloca que o jornalismo precisa ser financiado de forma privada/individualizada (paga) para não ter vínculos com governos/Estado. Por isso os "paywall" da vida seriam necessários na internet. 

11 - Afirma que Guedes claramente só dá importância ao liberalismo econômico. Não há princípios. Quanto a outros ministros, crê que é um misto de barbárie/picaretagem/desonestidade pura mesmo, sem ideologias. Há também a ala olavista e suas inúmeras grandes conspirações (que são a cara do fascismo, que tenta dar roupagem revolucionária a toda a essa maluquice). Cita Felipe Martins que está sempre a prever que o povo, que "sempre foi conservador e abafado" (maioria silenciosa), vai se revoltar e mudar tudo. Vão prender e colocar ordem e etc.

12 - Diz que o fascismo se volta para o passado (idealizado, como Roma Antiga) e para o futuro (criar algo novo, revolucionar). Logo, o olavobolsonarismo seria uma tendência a puxar o governo para o fascismo. 

13 - Coloca Eduardo Jorge como liberal de esquerda. E que o DEM tem tentado se modernizar, cita Rodrigo Maia e ACM Neto como exemplos (talvez esteja meio arrependido dessa última escolha hoje em dia).

14 - Cita Fraga e Landau como liberais também, que estão se tornando até mais "social-liberais" que antes. Diz que Huck tenta um discurso social-liberal também, mas que não dá muito para prever como será um astro de TV governando...

15 - Dizer que Armínio Fraga é liberal de esquerda foi sacanagem. Diz que ele é da linha Bobbio-Rawls.

16 - Lembra que Trump recebeu mais votos agora que Obama em 2008. Trumpismo não vai morrer. Diz que um político mais hábil poderia ter conseguido a reeleição para o "movimento trumpista", como todo líder populista geralmente consegue. E continuar minando a democracia por dentro, como muitos já fazem na Europa, Ásia etc. 

17 - Afirma que nas grandes cidades se vê a variedade da fauna humana cada vez mais, o que evidencia o quanto somos diversos. O campo "religioso" reage a isso de forma desconfiada. Como assim estão deixando essa gente esquisita ser como é nas grandes cidades?! Aparece como uma decadência. Cadê a solidez da coisa? Coloca Pedro, por exemplo, que os youtubers bolsonaristas são todos do interior. 

18 - Afirma que, como Dirceu (com seus costumes stalinistas, afirma) centralizou a corrupção e na época estava entrando dinheiro demais, foi um dos escândalos de corrupção mais fácil de descobrir. 

19 - Diz que não foi golpe porque não houve rompimento do rito processual previsto na Constituição. Foi respeitado o processo. Claro que houve problemas, mas não houve ruptura constitucional, afirma. Entrando nos problemas, o próprio início foi Cunha seguindo a lei traindo o "espírito da lei". Jogo duro constitucional de certa forma. Dentro da lei, os republicanos cozinharam a nomeação de Obama por um ano. Isso vai minando a democracia, afirma. Não foi golpe, mas é errado.

20 - Também critica PT e Aécio pela agressividade cínica em 2014. 

21 - Boa "live" apesar de tudo.

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