Economia Mainstream - Países Cresceram Apenas Por Entrar na UE (Bálticos e Afins)

 

Economia Mainstream - Países Cresceram Apenas Por Entrar na UE (Bálticos e Afins)


1 - Eu que dei esse título. O deles é outro.

2 - Via de regra, a média ponderada de tarifas aplicadas pela maioria dos países desenvolvidos não chega a 2%. Os participantes da UE aplicam 1,8% (média ponderada) aos países fora do bloco, por exemplo. 

3 - Diversos estudos (como este: https://www150.statcan.gc.ca/.../11-626-x2019010-eng.htm) já demonstraram que o comércio Canadá x EUA é muito menor do que seria esperado dada a proximidade entre os países. O fluxo de comércio entre as províncias canadenses é bem mais intenso do que entre elas e os estados americanos situados às mesmas distâncias destas províncias. Com um modelo de gravitação e um pouco de econometria, é possível calcular o "border cost" entre os dois países. Por algum motivo, a existência da fronteira entre Canadá e EUA representa um grande obstáculo ao comércio, a despeito da existência de um generoso acordo aduaneiro e da absoluta proximidade cultural. (...) O que os blocos econômicos como a UE fazem para amenizar este problema é unificar as diversas legislações sobre produtos entre os países, facilitando o comércio. Antes da UE, um país pequeno como a Estônia tinha suas oportunidades de comércio severamente limitadas. Quais países estariam dispostos a atender os padrões estonianos? Como os estonianos poderiam adequar os próprios padrões para se encaixar na legislação de outros países? Qual país exatamente? Alemanha? Rússia? EUA? China? Depois da UE, a Estônia não tem mais este problema. Sua produção segue as normas da UE, que é um grande player no comércio internacional. Uma série de países que não estariam dispostos a se adequar aos padrões da legislação estoniana hoje já se adequam aos padrões europeus. Os custos de conformidade entre as legislações despencam, e as oportunidades de comércio crescem, seja o comércio entre os países do bloco como com o resto do mundo

4 - Coloca que a nossa escala nacional não basta. Somos só 2,5% do mundo. É preciso importar mais inclusive para pode criar as condições de exportar mais. (vice-versa não seria mais verdade ainda?)

5 - Coloca que economias abertas criam incentivos extras à inovação, já que as possibilidades de lucro de um projeto de sucesso inovador crescem: Blocos como a UE, por aumentarem as possibilidades de comércio (ponto anterior), permitem que seus membros se especializem mais em determinadas atividades, gerando ganhos de renda e bem-estar através das economias de escala. (...) A inovação é um custo fixo, ou seja, uma vez que o projeto inovador está pronto, ele pode ser utilizado a custo zero infinitas vezes pela empresa inovadora. Disto podemos intuir que o custo médio da inovação cai com a escala de produção. Por isso, mercados maiores comportam mais investimento em pesquisa e desenvolvimento, já que neles há maior possibilidade de se apropriar, pelo lado do produtor, dos benefícios que a inovação gera. (...) Imagine se a Apple fosse uma empresa estoniana que atendesse exclusivamente ao mercado da Estônia. O enorme custo de desenvolvimento de um novo aparelho, dividido pelo número de vendas esperadas no país-mãe, tornaria este empreendimento totalmente inviável. Só vale a pena bancar os custos de P&D em um setor desta complexidade caso ele atenda a um grande mercado consumidor; e é isso que o comércio internacional proporciona, especialmente para os países menores, como a Estônia.  

6 - Este artigo conseguiu identificar, usando grupos de controle sintéticos, um acréscimo de 10% no PIB per capita dos países que ingressaram na UE apenas nos 10 primeiros anos.

 https://www.sciencedirect.com/.../pii/S0304393218301648

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