YT - TV Boitempo - O MARXISMO DE LÊNIN | Marly Vianna (Parte II)
(continuação...)
16 - A Revolução Russa não seria burguesa nem socialista, para Lênin. Seria uma "revolução burguesa" feita pelo proletariado. A democracia era o caminho. Liberdades.
17 - Uma luta importante para a população deve ser abraçada. Se afastar da revolução burguesa era errado.
18 - Lênin crê que parte da aristocracia operária usufruía dos lucros do patrão, o que criava bases para o oportunismo.
19 - Nenhuma reforma é séria sem métodos revolucionários de luta de massa. Senão, o partido vira seita.
20 - Teses de abril: depois da experiência dos sovietes, a palavra de ordem não pode ser de apoio ao Governo provisório (Kerenski). Seria um retrocesso imenso. Coloca, ainda, que as reivindicações e lutas do momento seriam pela ampliação do poder dos sovietes no controle e distribuição da riqueza (nacionalização-unificação financeira, ao que entendi, por exemplo, já que ele diz explicitamente que não se tratava de socialismo). Enquanto os bolcheviques não fossem maioria nos sovietes, a tomada do poder político total seria algo como um voluntarismo. Enfim... Não é pouco esperto né? Caminho pacífico, por enquanto.
21 - Bolcheviques são contra a luta armada contra o governo, mas ela acontece por parte de alguns grupos socialistas e todos são reprimidos por tabela. Exílios e etc. Só voltam a ter prestígio com o combate ao golpe de Kornilov. Vão ganhando maioria nos sovietes e é o momento do "todo poder" a eles.
22 - Afirma que na Guerra Civil Russa houve até canibalismo. Que não se sabe como o Exército Vermelho ganhou.
23 - Diz que o atentado contra Lênin foi devido à assinatura do tratado de paz entregando a Ucrânia. Havia anarquistas que não concordavam com isso, que era uma traição. Tiros em Lênin.
24 - Não dá para ser contra reformas que são anseios de grupos populares. O que não dá é para parar aí. Rosa quem espalhou a frase que ela não criou: ou socialismo, ou barbárie. Importantes desde que como passo, a reforma.
25 - Vianna coloca que Makhno não aceitou se integrar ao Exército Vermelho, mesmo em comando. O grupo não aceitou. (creio que ela tá simplificando demais a coisa e colocando a culpa em Makhno).
26 - Afirma, ainda, que concessão em Kronstadt era abrir possibilidade de nova infiltração dos brancos numa região estratégica (de fronteira). Quem sabe até possibilitar que brancos ganhassem eleições. Vianna acusa os anarquistas de "intransigentes" e que a maioria dos marinheiros não era anarquista, mas influenciada por eles. Emma Goldman teria tentando mediar o conflito. Enfim, Vianna chama o massacre de impasse, mas admite que as reivindicações dos marinheiros eram justas.
27 - Diz que Kronstadt foi um dos motivos para Lênin abandonar o comunismo de guerra e adotar a NEP. Do jeito que estava não podia continuar. Compara a delicadeza da questão ao debate sobre eleições amplamente livres em Cuba. Quem não acha que os EUA (Miami, etc.) iriam entrar pesado com dinheiro e outros métodos para influenciar? Os atentados terroristas dos EUA à Cuba provam. O povo gosta da revolução, mas basta um momento ruim desejando mudança para destruir boa parte dela (ou toda).
28 - Socialismo teria que ter democracia política, afirma. Não houve propriamente socialismo. Ela diz que, incialmente, realmente era quase impossível espaço democrático, em meio a guerra civil. Diz inclusive que Lênin chegava a dizer que a revolução socialista mesmo viria com a vitória na Alemanha, a qual ele esperou e não veio. Tratava-se de resistir como podia e vencer a guerra.
29 - Coloca que Stalin é injustificável e que o povo russo expulsou os alemães na coragem, visto que os nazistas chegaram a estar a 40km de Moscou. Elogia o trotskista Isaac Deutscher. Lembra que Lênin manifestou a Trotsky preocupação com a brutalidade de Stalin na Geórgia. Pediu ajuda para tirar Stalin da direção do partido, mas teria Trotsky preferido um acordo podre com o futuro algoz, a fim de se posicionar bem no comitê. Afirma Vianna que Stalin teve formação seminarista e era muito dogmático. Por fim, cita a anedota de Kruschev e o "quem foi que disse isso?" batendo na mesa quando alguém o questionou na divulgação dos crimes stalinistas.
30 - As dificuldades fizeram com que o poder dos sovietes fossem para o partido, depois do partido para o comitê central e, por último, deste para Stalin. O inverso do que deveria ocorrer na transição socialista.
31 - Afirma que o capitalismo russo era ainda muito atrasado. Daí ele querer "importar" a disciplina e produtividade do taylorismo. Meio que justifica o Stakhanovismo, Afirma Vianna que foi com operários à URSS em 60 fazer visitas. O "socialismo" era uma bagunça. Não havia controle-disciplina nas fábricas. No início da Revolução deveria ser ainda mais desorganizado, coloca.
32 - Coloca que os jovens não queriam saber de filas para comprar coisas. As pessoas entravam em filas nos anos 70 até sem saber para que era. Produtos acabavam rápido. O bom da URSS? Emprego garantido, transporte público subsidiado e educação forte. O trabalho "ideológico" era mal feito. Falava-se em Lênin e revolução, mas sem mostrar as vantagens práticas do regime. Ou seja, insatisfação estava logo ali.
33 - Não havia universidades para todos, mas cursos técnicos para quem não passasse no "vestibular" deles. Critica que livros, como os de Lukács (História e consciência de classe) fossem censurados.
.
Comentários
Postar um comentário