YT - TV Boitempo - Crise e legado da Revolução Russa | Zé Paulo Netto, Lenina Pommeranz e Luis Fernandes

 

Crise e legado da Revolução Russa | Zé Paulo Netto, Lenina Pommeranz e Luis Fernandes


1 - Evento por ocasião dos cem anos da Revolução Russa.

2 - Só há transição socialista, para Paulo Netto, se há socialização do poder político (não da política... "todos podem participar", menos do que for decisivo). Conselhos, pluripartidarismo. Também é imprescindível a socialização da economia. Sovietes não poderiam ter definhado. Autogestão é necessária. Com planificação. 

3 - Seriam os modelos soviéticos de alguma forma reformáveis por dentro? Nunca se conseguiu algo satisfatório nesse sentido.

4 - Pela fala dele, não parece possível sequer falar em Socialismo na URSS.

5 - Reflexão teórica de Lênin se transformou em ação política. O capitalismo entrava na fase imperialista, dinamizando outras partes do globo e gerando tensão entre essa dinâmica e a estrutura politica dessas periferias. Logo, o "elo fraco" tornava possível a tomada do poder.

6 - Coloca que o programa da Comuna foi meio que adotado, mas durou pouco. A Guerra civil pedia mais pragmatismo, ao que parece. O poder se deslocou do soviete ao partido. Os grandes rumos eram tomados nele, não em sovietes com mandados revogáveis, que, ao que parece, até existiam sem muitas funções.

7 - Coloca que a desigualdade sempre foi menor. Padrão máximo de 1 para 8 em salários. Coloca que apenas depois que a Rússia sentiu a diferença disso. Na restauração completa do capitalismo e seus dramas sociais correlatos. Gini e linha da pobreza apareceram fortes.

8 - Pommeranz vai mais no sentido de Fernandes também. Havia conquistas socialistas e foram perdidas. (A mim, parece uma tentativa de humanização da "lógica do capital", logo, capitalismo...)

9 - A "nova" Rússia precisava neutralizar a força do Congresso, ainda muito "soviético". Iéltsin conseguiu centralizar o poder nele (teve o episódio dos canhões no Congresso). A constituição centralizadora de poderes foi aprovada. E o "primeiro-ministro" é nomeado pelo presidente.

10 - Houve três etapas de privatização. Pequenas cooperativas surgiram já na perestroika. A propriedade privada legal ia ganhando mais espaço. Os ministérios, controlados pela nomenklatura, meio que já sacavam que iam perder aos poucos o controle sobre as empresas públicas e foram tratando de se posicionar para abocanhar.

11 - A segunda etapa foi a privatização por "vouchers". Uma farsa. Alguns compraram garrafa de vodka com voucher dessa "privatização". 13% da propriedade russa apenas foi privatizada assim, para 145 milhões de pessoas.

12 - A terceira etapa foi a grande manobra para garantir as empresas públicas russas mais importantes (petróleo, mineração e gás e etc.). Pacto de Iéltsin com a "oposição". Sete banqueiros e oligarcas emprestaram dinheiro ao Estado Russo com "garantia de ações". Tornaram-se, logo depois, os donos reais dessas empresas. Enfim, uma plutocracia. 

13 - Os debatedores colocam que o problema da "autocracia stalinista" não se explica pelo "psicologismo" de Stálin. Havia um sistema cheio de pequenos Stalins na pirâmide de poder, por exemplo. Ele não pode ser inocentado dos crimes, mas também não pode ser demonizado ou plenamente responsabilizado por toda a merda da coisa. Foi tudo fruto de perigosas escolhas (parece se referir indiretamente ao "socialismo em um só país").

14 - Afirma Netto que o partido leninista era perfeito para a época e condições de repressão, mas precisa ser reformulado. Afinal, vários partidos partindo dessa base não estão fazendo mais revolução alguma. As condições mudaram.

15 - O próprio Lênin não era fundamentalista e adaptou o "partido" de Marx e Engels às condições russas. 

16 - Fernandes é mais conivente com o sistema stalinista, colocando que não tem como abstrair os cercos das potências imperialistas contra a URSS.

17 - Coloca que o endividamento da Polônia a tornou o elo fraco do "Socialismo", que Reagan e demais souberam aproveitar. Vê a China como uma espécie de prova de que há alternativa (discordo).

18 - Pommeranz coloca que a máfia não era apenas no "mercado negro", mas sim nas forças de segurança que faziam até explosões para fazer valer sua vontade. Contrabando de joias e de mulheres também era outro grupo da máfia russa no desmonte da URSS. Porém, ela parece indicar que os diretores de empresas é que realmente se beneficiaram da "privatização" da Rússia. 

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