YT - TV Boitempo - MARX E A HISTÓRIA | Jorge Grespan | Curso livre: Marx e os marxismos #3 (Parte II)

 (continuação...)

12 - A consciência aparece sempre contaminada pela matéria. A linguagem é matéria, seja fala ou registro na pedra. 

13 - Tudo no campo das ideias, hoje em dia, é produzida dentro do circuito do capital, influenciado por ele. Mercadoria visando lucro e, em segundo lugar, ideologia. Furar isso é exceção. As ideias vão mudando para se adaptar às necessidades do capital. Sai honra (gente que se recusava a assinar contrato porque tinha palavra e a assinatura era o "fio do bigode", do homem proprietário do patriarcado), um negócio meio feudal, e entra a igualdade formal, o contrato, a "liberdade". 

14 - Relações de produção precisam estar em sincronia com as formas de organização social, para Marx e Engels. 

15 - Marx foi expulsa de inúmeros países. Afirma Grespan, que, como o capitalismo inglês era o mais forte, era a Inglaterra quem menos temia meia dúzia de revolucionários, deixava eles lá, criando algumas poucas tensões. 

16 - Diz Grespan, que, em "O Capital", Marx vai defender que não há formas eternas na Economia, mas sim formas históricas. 

17 - Benjamin diz que nada fez mais mal à classe operária alemã do que pensar que ela nadava a favor da correnteza. Imaginavam talvez que os condicionamento econômicos pudessem fazer boa parte do trabalho. O capitalismo não ruiu. Longe disso.

18 - Coloca que as crises são oportunidades de rupturas, mas também são usadas pelo capital para provocar discursos e ideologias, como o empreendorismo falso ou movimentos fascistas (este último exemplo é meu). São mecanismos de defesa. Ele mesmo cita o fascismo mais tarde como reação. Não à toa que o nazismo meteu "socialismo" no nome. Defensores do "trabalhador alemão". 

19 - Kant, representante do idealismo alemão, coloca que a razão criticou tudo, menos que a pessoa pensa. Ou seja, menos ela mesma. A razão estabelece os limites para si mesma. 

20 - O objeto está fora do sujeito, mas não está, porque nossos sentidos apreendem para "dentro" de nós.

21 - Afirma que Hegel levou essas dualidades de Kant às últimas consequências, tensionando as dualidades até levá-las a se desfalecer. É a dialética hegeliana. 

22 - Todas as ações humanas contém mais do que está contido naquela própria ação. Por vezes, o sujeito faz uma coisa ignorando totalmente as consequências ou até proibições legais, por exemplo. 

23 - O conceito de modo de vida abrange o de modo de produção. A sociabilidade humana como um todo numa época. 

24 - Coloca que a história feita pelos homens não significa igualdade real de poder entre eles. Quando Spartacus e os escravos tentaram tomar em suas mãos a História foram massacrados.

25 - Coloca que as formas culturais hoje, do século XX pra cá, são tão decisivas quanto às econômicas para a reprodução do capital. Modo de produção impõe também o modo de organização dos sentidos (estética). Os filmes hoje possuem muito mais ação. Videogame seria parte da lógica também, condicionar para o mundo do trabalho. (o problema é que, falando assim, parece uma conspiração. É algo mais indireto, creio). Ou seja, a forma econômica cria tudo isso, mas depois fica tudo "imbricado". 

26 - No "roubo" de lenha, o direito já é burguês. Não importa se os antepassados usavam a lenha do bosque como modo de vida há centenas ou sei lá de anos.

27 - Criou-se um discurso como se o grau de propriedade não importasse na liberdade. Se uma pessoa pode ter uma camisa, outra pode ter 200 bilhões de dólares. Vai ver, porém, se há essa igualdade de direito em todo sentido. Se a polícia vai se importar de forma igual, por exemplo, com o roubo de tudo que um pobre tem ou que um rico tem. 

28 - Coloca que manipulação tem desde sempre. O cinema mesmo - não só o nazista - passava mensagens subliminares. Não apenas governo que tem Ministério da Propaganda. O Face seria um bom exemplo atual, coloca. 

29 - Marx explicou, em carta, que a Revolução pode sim começar pela Rússia e, caso fosse expanda, seria vitoriosa. 

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