YT - TV Boitempo - MARX E A HISTÓRIA | Jorge Grespan | Curso livre: Marx e os marxismos #3 (Parte I)
MARX E A HISTÓRIA | Jorge Grespan | Curso livre: Marx e os marxismos #3
1 - Até o século XVIII, tudo que acontecia era pelo desígnio e vontade de Deus. Voltaire e outros começam a humanizar a história. Na Inglaterra, Hume começa a fazer o mesmo. Ele escreve uma história da Inglaterra e descobre, por exemplo, que Rei Arthur era mera lenda. A Revolução Francesa marcou o momento em que os humanos perceberam que podiam tomar a História em suas mãos. Hegel é o primeiro filósofo a dar grande valor ao tempo histórico, o qual se desdobraria logicamente. A autodeterminação dos conceitos vai percorrendo esse percurso. Tudo por meio da dialética. Traz uma filosofia da história, não apenas o contrário.
2 - A emergência da sociedade burguesa é um patamar maravilhoso em Hegel.
3 - Marx e Engels criticarão Hegel e os críticos de Hegel, que ficavam aquém até, já que elaboravam conceitos de validade universal.
4 - Sujeito, em Hegel, é o senhor da sua história. A crítica dos críticos era contemplativa, criadora de conceitos. Feuerbach, Bauer e Stirner. Como se isso solucionasse algo. Era um materialismo mais "idealista" que o próprio Hegel, afirma Grespan.
5 - Teleologia na História? Hegel achava que era a luta pela liberdade. Marx e Engels não vêem em telos ou determinismo na história. No "O Capital", Grespan diz que Marx muda um pouco de ideia.
6 - Espírito seriam as manifestações de um povo (mais tarde, seria visto como cultura). A história seria a realização desse Espírito. Marx e Engels afirmam, porém, que essa cultura está no chão, e não solta no espaço.
7 - Romantismo gosta de trabalhar com os "gênios", os grandes criadores que impulsionam a história. A história hegeliana vai flertar com isso, só que usando a palavra "herói". Gostava deles. Cita Júlio César, Alexandre e etc. São mortais e imortais. Sua obra, a verdade, fica.
8 - Marx e Engels contestam isso. Os homens fazem a história sob condições determinadas, essas devem ser analisadas. É o que mais importa. Enquanto Hegel valorizava Napoleão, Marx queria valorizar uma plantação de batata como elemento explicativo. A base material.
9 - Marx chega à França já desconfiado do mundo burguês em razão do "caso de roubo de lenha" em 43, mas ainda como um sufragista radical, imaginando que essa extensão pode acabar com a pobreza.
10 - São todas as pessoas que fazem a história, não o Espírito ou a consciência e seus grandes heróis. Fazem de acordo com seu "modo de vida" (ele usa essa palavra, ou seja, não necessariamente só a economia, como se pensa). Claro que a primeira questão é a existência-sobrevivência-subsistência. Não dá para haver cultura se as pessoas morrerem de fome. Tanto que Sartre vai considerar Marx um filósofo da existência, afirma Grespan.
11 - A divisão do trabalho não é apenas na manufatura, como queria Smith. Há a divisão social. Até no sexo há esta, diz ousadamente para a época, Marx. (Época da moral vitoriana, rainha que o marido morreu cedo e pregava modo de vida recatado e austero).
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