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O MARXISMO DE ROSA LUXEMBURGO | Isabel Loureiro


1 - Isabel coloca que Rosa foi militante da socialdemocracia do reino da Polônia (Polônia e Lituânia depois) e da socialdemocracia alemã. Um terço da obra dela foi escrita em polonês e é pouco conhecida-traduzida.

2 - "A camarada Luxemburgo bagunça tudo" - Karl Kautsky. Era interessada em ciências naturais, estudando em Zurich. Diz que veio para as ciências políticas influenciada pelo amor da sua vida (Jorgensen?).

3 - Critica a separação entre direção e bases e partido vanguardista. A ação autônoma das massas cria as organizações, são frutos dessas ações.

4 - Defendia as liberdades democráticas mesmo na transição socialista (a participação real). Sua ditadura do proletariado era a máxima democracia, apenas a classe capitalista seria impedida energicamente de qualquer restauração do capitalismo (ao estilo de como eles fazem hoje contra os socialistas).

5 - Reformas não podem estar desvinculadas do contexto em que se visa a Revolução.

6 - Um marxismo muito pouco ortodoxo. Holloway a considera determinista-economicista porém. Seria crente da infabilidade das leis da história. Isso era mais típico de Kautsky, afirma Loureiro. 

7 - Coloca que a jovem Rosa era realmente bem determinista-economicista. A teoria marxista basta. Traz citações bem assim. Portando a teoria, o partido está sempre certo e sempre sabe o que fazer. Não há espaço para ilusões. Basta a aplicação da teoria na prática.

8 - Em 1898, já há citações da mesma jovem Rosa bastante contrárias ao determinismo-economicismo. Política aparecendo como autônoma. Havia muita confusão, ao que parece.

9 - Na análise que Rosa faz da Revolução de 05 na Rússia fica claro a imprevisibilidade da ação das massas. O determinismo econômico não é a força "mais forte", digamos assim, segundo Loureiro. A greve de massas apareceu ali como novo método de luta, contra o czarismo e a burguesia nascente ao mesmo tempo. Rosa também coloca que a burguesia russa é diferente e que, portanto, a revolução por lá também tinha que ser obra do proletariado mesmo. Não há aliança com a burguesia e etapismo aqui. Não aparece marxismo engessado. 

10 - Rosa: a organização aumenta na luta. Ela dá importância a partido e a organização. Apenas acha que esta última resulta da ação das massas, não das manobras da direção.

11 - Em 1916, ela traz reflexões que valorizam a experiência, não mais tanto a teoria infalível. Atribui, baseada em Lowy (acho), que a frustração da adesão à I Guerra fez com que ela mudasse um tanto. No mínimo ficasse menos empolgada com a visão dogmática da teoria. Isabel considera que ainda dava pra ver trechos "dogmáticos" mesmo na "velha" Rosa.

12 - Rosa e Harvey mencionam que a lógica capitalista vai se apoderando de territórios novos o tempo todo, seja isso essencial ou não (para Rosa seria). Criando novos mercados na medida que expropria terras comuns, por exemplo. (vide resistência quilombola-indígena, no Brasil).

13 - Isabel crê que Rosa vislumbra em alguns momentos a possibilidade de o capitalismo continuar se expandindo mesmo após tomar todo o globo (tipo consumo improdutivo, armas e tal), mas, quando chega nessas reflexões, parece querer fugir, dizendo que antes que isso possa acontecer os trabalhadores já terão se revoltado e derrubado tudo.

14 - Coloca que o feminismo de Rosa é meio que datado-limitado, de postura, e que parte do seu modo de vida era tradicionalmente burguês. Ela acreditava que a opressão meio que acabaria com o fim do capitalismo.

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