Econ - Facebook - Discussões da Comunidade “Economia” e “Economia Mainstream” III

 (continuação...)

363 - Rodrigo Peñaloza sobre valor-utilidade: O conceito de valor é um conceito que se aplica "na margem". Isso significa que o indivíduo valora a unidade adicional de um bem Y, não o bem Y em si. O valor é um conceito não apenas subjetivo (como todos sabemos), mas também RELATIVO. O valor da unidade adicional do bem Y é o quanto você está disposto a sacrificar do consumo de outros bens em troca da unidade de Y. (...) Isso estabelece uma taxa marginal de troca ΔΥ/ΔX. (...) Porém, nada impede que expressemos o valor marginal de Y em relação ao quanto estamos dispostos a sacrificar dos bens X e Z, em cujo caso, teríamos ΔΥ/Δ(X,Z). (...) Junte-se a isso a restrição orçamentária e teremos a condição de optimalidade da decisão de consumo.

364 - (...) Se você quiser criticar o axioma da transitividade (muitas vezes identificado com a "racionalidade"), você tem que oferecer argumentos críveis e plausíveis para a sua afirmação de que, ao escolher uma alternativa, o indivíduo não cogita dos sacrifícios nos quais ele está incorrendo.

365 - (Para mim, o problema disso é pressupor uma racionalidade muito grande. Teoria dos Jogos mostra que há gente que não cogita coisas muito simples).

366 - Ainda Rodrigo: a teoria clássica do valor repousa em passagens específicas de Aristóteles na Ethica Nichomacheia e na Política, alguns termos das quais mal traduzidos, como χρεία por demanda. A teoria aristotélica do valor tem razões metafísicas, não econômicas. Scott Meikle: "Aristotle's Economic Thought". Claredon University Press, 1997.

367 - Os entusiastas da racionalidade ampla criticam os paradoxos das teorias dos jogos como provas baseados no seguinte: “No experimento de Ellsberg (e no de Allais e em vários outros), as pessoas são defrontadas com loterias complexas com as quais não estão acostumadas. Como o custo de aprendizado do cálculo é alto, elas optam racionalmente por usar certas regras de bolso. “ (...) “uma vez que esta foi uma escolha hipotética em que os alunos não receberam nem pagaram quantias reais (grandes) de dinheiro, eles não escolheram perder seu tempo tornando-se especialistas na aritmética do problema de escolha”. (...) O fato é que tanto Demsetz como Binmore (aquele, um dos maiores economistas do século 20; este, um dos maiores game-theorists da atualidade) alertam para o descaso dos economistas experimentais, ao precipitadamente tirarem suas conclusões, quanto ao modus cogitandi que o economista em princípio deveria dominar.

368 - Ademais…:



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