Econ - CCE - Coletivo Crítica Econômica Blog - A Rússia dos Anos 90, Desastre Anunciado
Anotações Sobre “Economia Pura” (Antigos).
Pura entre aspas.
Obs.: Estes textos da pasta NÃO estão organizados por ordem de data. Ordem alfabética.
Começando pelos textos em separado em pasta do “(Coletivo Crítica Econômica Blog)”...
… E alguns textos aleatórios que achei aqui e ali.
A Rússia dos Anos 90, Desastre Anunciado:
1 – A Polônia já havia sido “laboratório” da “Teoria de Choque”.
2 - Liberação de preços e abertura comercial: O objetivo era um aumento das exportações que devia “comprimir” o mercado interno a fim de lutar contra a inflação.
3 - Racionamento e política dura de crédito a fim de conter inflação e levar às reestruturações produtivas.
4 - Por fim, a privatização das estatais.
5 - A abertura comercial descontrolada foi catastrófica para boa parte da indústria russa que ficou exposta demais à concorrência internacional, o que explica a queda dramática dos índices de produção de vários setores (menos 56%, na média). De outro lado, o aumento das exportações esperado depois da abertura comercial não aconteceu nas proporções esperadas, porque muitos países implementaram barreiras contra a entrada dos produtos russos.
6 - Com a liberalização dos preços, o poder de compra dos russos caiu e apareceram cada vez mais pessoas vendendo seus pertences nas ruas ou reduzidas à praticar o escambo. Dessa forma, na Rússia de 1998, 50% das transações eram realizadas por escambo, fenômeno sem precedente na economia moderna. (...) Houve também um encolhimento considerável da demanda efetiva, devido à política monetária contracionista e ao colapso da demanda do governo. Ora, no novo sistema econômico, os bancos privados deviam supostamente substituir o Estado para ajudar as empresas a financiar seus investimentos. Isso não aconteceu e o crédito conheceu um grande racionamento, dramático para o investimento, que caiu de 81% entre 1991 e 1998.
7 - O BERD estima que a participação do setor privado no PIB passou de menos de 10% em 1991 a mais de 70% em 1997. Mas, de forma estranha, as operações de privatização concluídas entre nos anos 90 não permitiram ao Estado russo receber mais do que nove bilhões de dólares. (...) A ausência de controle de capital e de monopólio cambial do Estado russo permitiu aos oligarcas, cujas empresas exportadoras recebiam em divisas, mandar quantidades de dinheiro consideráveis para o exterior (A estimativa é de mais de 250 bilhões de doláres durante a década de 90).
8 - A transformação das fazendas estatais em sociedades por ação devia permitir uma melhora da produtividade. No entanto, a concorrência internacional e a falta de investimento provocaram uma queda da produção da agricultura russa de 45% entre 1992 e 1998. (...) Enfím, as conseqüências sociais da transição foram dramáticas. A distribuição da renda piorou de forma dramática (o índice de Gini passou de 0,233 em 1990 a 0,401). Da mesma forma, o salário real caiu de 58% entre 1990 e 1999. Esse fenômeno foi, também, ilustrado pelo aumento exponencial do número de pobres na Rússia, que passou de 2% da população em 1988 para 39% em 1995.
9 - Ortodoxo replica: Gradualismo vs tratamento de choque é um debate antigo entre monetaristas. No caso da Rússia o Gorbachev seguia o caminho de transformação gradual e o golpe que levou Yeltsin ao poder partia da premissa que o povo russo queria as mudanças já, estavam todos cansados e frustrados com o gradualismo dar reformas.
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