YT - Lives e Vídeos de Economia - Live do Lisboa: Academia, opinião e políticas públicas
#038 Live do Lisboa: Academia, opinião e políticas públicas
1 - Live dele no canal do Bem-Estar Capital. Agosto de 2020.
2 - Cita o exemplo clássico de o Estado não conseguir acertar os setores que devem ser protegidos. Brasil dos 80 queria proteger e desenvolver a indústria de hardware com a Lei de Informática quando o futuro, por exemplo, era o software.
3 - Lisboa critica o consenso como critério para a ciência econômica. Cita o exemplo do médico húngaro que descobriu experimentalmente o porquê de um "hospital de parteiras" no século XIX (esqueci a cidade) ter mais sucesso na questão de diminuição da mortalidade infantil do que um hospital com estudantes de medicina fazendo parto. Esse médico teria o palpite de que teria a ver com lavar as mãos (devido a um colega que morreu com a mesma infecção das crianças que morriam). Como a comunidade científica não sabia explicar qual era a causalidade da coisa, criticaram e meio que expulsaram, ao que entendi, o médico do contra, que estava certo, claro. Teria morrido dado como "louco", depressivo, num hospício. Tentou fugir e foi espancado, dizem.
Achei um link com a história em detalhes: https://www.bbc.com/portuguese/geral-49817726#:~:text=Por%20favor%20lavar%20as%20m%C3%A3os&text=Ele%20se%20chamava%20Ignaz%20Semmelweis,sendo%20demonizado%20por%20seus%20colegas.
4 - Marcos critica a visão que os heterodoxos brasileiros têm da ortodoxia (neoclássicos). Há modelos de todo tipo. Ortodoxo não é necessariamente quem acredita que há racionalidade perfeita ou que política monetária não tem impacto. Alguns modelos partem dessas premissas, outras não. Ortodoxia teria a ver com o método. É essa a diferenciação que ele vê. Contra o "contar história".
5 - Afirma que o gasto público cresce acima do PIB desde 1991 e o Brasil teve desempenho medíocre no período.
6 - Afirma que vários estudos mostram que um maior ou menor financiamento da educação não tem o impacto diretamente proporcional que se pensa. Não aprofunda. (minuto 40:00, por aí). Cita que pesquisas mostram que, no Brasil, aumento de salário de professor só tem impacto até um determinado nível. Depois deixa de ter impacto. Logo, a política de educação deveria levar tudo isso em conta para ser mais eficiente.
7 - Os preços relativos sinalizam, numa economia de mercado, o que fazer. O que precisa ser mais produzido. O IVA com alíquota única seria a solução para não distorcer isso. Não enviar sinais incorretos aos agentes. Múltiplas alíquotas, o sistema do Brasil, às vezes dificulta inovação. Tecnologias defasadas são adotadas em razão de distorções tributárias que incentivam isso. Em vez de importar algo sofisticado, compra-se algo ruim produzido aqui, por exemplo, em razão de imposto bem menor. Cita, em outro vídeo, exemplos de empresa de construção civil que utiliza material defasado e técnicas velhas. Sai mais barato. Produtividade menor, mas sai mais barato graças às regras de tributação.
8 - ...No mais, critica o tempo que agentes e empresas perdem só para aprender os detalhes da tributação. Incidências... Se o bem x se encaixa no grupo y ou z, por exemplo... Quem pode cobrar o imposto. Se é bem ou serviço... Etc.
9 - Afirma que quase todos os países abandonaram a CPMF. Distorceria os preços também. Reduziria crédito e investimento e, consequentemente, o crescimento. "Pesquisas", diz de novo. (Não que eu seja a favor).
10 - Civil Rights nos EUA. Todos os economistas queriam explicar as melhorias no mercado de trabalho para o negro em razão da escolarização e consequente aumento da produtividade com o tempo. Heckman, que mais tarde, em 2000, seria "Nobel" de Economia, admitiu, porém, após várias pesquisas de correlações, causalidades e afins, que nada explicava. Os números não batiam. Chegou a conclusão de que havia sim um problema de discriminação que a pura "racionalidade" econômica não explicava. Meio que pessoas tão produtivas ou escolarizadas quanto outras eram discriminadas em razão da cor e isso começou a melhorar desde os "Civil rights". Lisboa diz que essa admissão de erro é o símbolo da honestidade intelectual para ele.
11 - ...No mesmo sentido, cita estudo dos anos 90 de que o impacto do salário mínimo no aumento do desemprego era muito menor do que o que todo mundo pensava. Lisboa diz que há vários exemplos dessas viradas teóricas.
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