YT - Lives e Vídeos de Economia - André Lara Rezende ... - "Juros, Moeda e Ortodoxia" - Parte II

 

(continuação...)


15 - Pessoa acha que Gudin foi "derrotado" porque a sociedade brasileira se recusava a sofrer no curto prazo para crescer com inflação baixa mais à frente. Ninguém sabe (não há uma teoria monetária muito boa na economia, defende) como debelar inflação de dois dígitos sem custos sociais, recessão etc. Afirma que o Brasil conviveu com alguma inflação, salvo curtas interrupções (cita Castelo Branco), do pós-guerra até 1994. Hiperinflação basta fazer a "solução URV", digamos, que permite a completa coincidência da remarcação de preço sem causar recessão e desemprego (que é a solução Volcker).

16 - Afirma que os dados do livro de Furtado vêm todos do ótimo livro de história econômica de Roberto Simonsen. Por sinal, André vai lembrar mais tarde que o Plano Trienal de Furtado era bastante ortodoxo (usando TQM). Não aprofunda. 

17 - Passa rapidamente pela teoria das "gerações sobrepostas" que dá razão de existência às moedas. A dívida hoje em dia substitui isso melhor, coloca. Não vê uma teoria perfeita.

18 - Samuel considera que o QE foi como uma taxa de juros negativa de menos 4%. Impacto equivalente. Impediu a queda do salário real com isso, coloca. Marcos vai dizer mais na frente que é uma boa hipótese, mas tem que testar. Samuel conclui a fala dizendo que não vê evidências de que a teoria mainstream sobre juros e inflação tenha deixada de funcionar (como a Regra de Taylor).

19 - Marcos critica a ideia de André de "Teoria ortodoxa". Não haveria conteúdo, seria forma.

20 - Diz que o teorema da impossibilidade de Arrow acabou com o utilitarismo e fundou a "Social choice theory".

21 - Marcos coloca que sempre há uma teoria por trás, claro. Porém, tudo a gente tem que testar. 

22 - Passa apressadamente por vários pontos só para ilustrar sua ideia geral de que não há ortodoxia para a imensa variedade de modelos formais diferentes. Há equilíbrio até baseado em expectativas malucas das pessoas (piada da mancha solar, com Jevons). 

23- Defende que política fiscal e monetária são ambas formas, mais rápida (monetária) ou mais lenta/engessada (fiscal), de afetar a transferência intertemporal de recursos.

24 - Teoria fiscal do nível de preço lembra que governo não quebra para entender alguns movimentos. Por que a inflação vem para tonar a dívida pagável, por exemplo.

25 - Subir juros pode baixar ou subir a inflação. Depende de cada caso. Lembra que em 2002 Bresser e Nakano já achavam que o Brasil estava numa espécie de dominância fiscal. A alta dos juros acabou correlacionada com a queda da inflação... (lembra Marcos).

26 - Marcos Lisboa finaliza colocando que o Brasil pode chegar lá em breve, talvez (dominância fiscal).

27 - André rebate a questão da "ortodoxia", afirmando que o "mainstream" tem sim uma teoria dominante (não exclusiva) que influenciou a formulação das políticas públicas governamentais. Na universidade é que haveria discussões mais sofisticadas e divergentes.  

28 - André critica os modelos que querem dar conta da macroeconomia. Matemática ajuda, mas não pode virar tudo. Calibram tudo para chegar na conclusão que querem. Resultados dos formalismos seriam irrealistas. Lisboa o acusa de jogar o bebê fora junto com a água do banho. Há modelos e modelos. Regra de Taylor por exemplo é simples e transparente. É possível testar várias causalidades em macroeconomia, afirma. 

29 - Cita o artigo de Paul Romer (2017? - Data do vídeo - 2016?) que esculhambou justamente isso.

30 - Colocam os debatedores que a "micro" dominou a "macro". 

31 - Samuel coloca que os juros reais altos brasileiros têm a ver com décadas de gastos sociais crescendo mais que o PIB e baixa poupança da população. 

32 - Pedro Duarte lembra que Lucas (antes de uma crise aí) e mesmo Fischer (antes da crise de 29) apostaram que as coisas estavam macroeconomicamente resolvidas pela teoria econômica. Acha utopia. Previsão destinada a se quebrar. Macro foi, é e ainda será útil, crê.

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