YT - Lives e Vídeos de Economia - André Lara Rezende ... - "Juros, Moeda e Ortodoxia" - Parte I
André Lara Rezende, Marcos Lisboa, Samuel Pessôa, Pedro Duarte - "Juros, Moeda e Ortodoxia"
1 - André afirma que seu livro lembra as ideias recentes do economista John Cochrane.
2 - Coloca que a ideia de estado fechado, corporativista e industrializante vem de Roberto Simonsen, empresário paulista, nos anos 40. Eugênio Gudin se contrapôs de forma teoricamente superior à época. Defendia desenvolvimento e industrialização via instituições aperfeiçoadas; abrindo a economia à competição internacional; canalizando a poupança para investimento produtivo através da criação do mercado de capitais e, por fim, estabilidade monetária e controle inflacionário apareciam como condição para tudo isso. Produtividade só surgiria com investimento em educação. Estado criaria as condições de competitividade.
3 - Afirma que, se Gudin ganhou facilmente o debate, Simonsen ganhou as mentes e os políticos. Lara Resende culpa a submissão de Gudin à TQM. Só os liberais ilustrados estariam preocupados com a inflação.
4 - Gudin foi ministro da Fazenda em 54. Campos e Bulhões fizeram parte da equipe. Não duraram oito meses. Foi controlar/estabilizar moeda e crédito, a ameaça de crise bancária fez com que fossem "expulsos" pelos banqueiros. Não valia isso para combater a inflação.
5 - Cita a multiplicação da base monetária do FED desde 2008 como prova do fim da TQM. Afirma, ainda, que o desemprego (e ociosidade) de 10% nos EUA não levou a qualquer deflação, quase não foi afetada a inflação. Curva de Phillips quase horizontal. Cita o Brasil também nesse sentido. Inflação demorou para cair mesmo com desemprego altíssimo (14%).
6 - Regra de Taylor: a taxa de juros deve subir mais do que proporcionalmente à inflação quando ela sobe e vice-versa pra quando ela desce.
7 - Defende que a inflação depende puramente de expectativas, não havendo bem uma âncora. Lembra a teoria fiscal do nível de preço, a qual defende que essa expectativa depende da percepção de solvência do Estado. Olho no déficit orçamentário para frente e na dívida pública. Essas percepções seriam a âncora. Nem a política monetária resolveria isso tudo se houver essa percepção negativa, pois estaria criada a dominância fiscal em caso de dívida muito alta. Não haveria tendência deflacionária, mas inflacionária. Alta dos juros dariam a impressão de que o déficit vai piorar, pelo próprio encargo adicional que ela traz.
8 - Afirma que o BC, ao estabelecer a taxa nominal de juros, sinaliza qual é a taxa de inflação que ele espera, tendo em vista que os juros reais são estruturais. A taxa nominal afeta a expectativa de inflação. A moeda seria neutra.
9 - Expectativa das pessoas no agregado depende de outros fatores, por vezes até não-econômicos.
10 - Pedro Duarte coloca que Keynes bebe em Wicksell. Hicks (criador do IS-LM) defendia que o essencial do keynesianismo era a armadilha da liquidez. Só a política fiscal resolveria nesse caso. Pedro diz que a "teoria do nível de preço" é isso só que muito mais imbricado (ambas as políticas). Modigliani, em 44, discorda e diz que o essencial era a rigidez de preço e o mercado de trabalho. A política monetária importaria mais.
11 - Friedman fez seu trabalho empírico de décadas para defender que política monetária é algo sério a ponto de ter causado a crise de 29 (contraiu a oferta de moeda quando deveria ter expandido). Moeda "causa" renda. O timing importa. Modigliani e keynesianos diziam que Friedman não apresentava evidências contrárias ao modelo keynesiano, mas sim favorável (paper de Tobin).
12 - Discorda que a TQM tenha dominado tudo nessa época. Inclusive o longo prazo era meio que ignorado. Neutralidade no longo prazo era meio que um ponto pacífico. Solon e Samuelson pretendiam uma síntese do curto prazo keynesiano com o longo prazo neoclássico. "Nunca conseguiram", diz Pedro.
13 - Afirma que os próprios monetaristas não concordavam muito em como colocar suas regras em prática. Alguns defendiam até alguma regra de juros (não necessariamente com metas de inflação) a partir do estado da economia em vez de ficar olhando só para agregado monetário.
14 - Por fim, Pedro considera que André poderia ou deveria, no livro, falar da questão dos "múltiplos equilíbrios" que serviria para criticar a ideia de Lucas (usou o "modelo de gerações sobrepostas") de que a política monetária só poderia ser eficaz surpreendendo os agentes. (Para entender esses termos entre aspas eu teria que pesquisar, só peguei a consequência da discussão e talvez ideia geral).
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