YT - Alexis de Tocqueville | Democracia, Ditadura da Maioria e Antigo Regime

 

Alexis de Tocqueville | Democracia, Ditadura da Maioria e Antigo Regime


1 - Daniel afirma que Tocqueville influenciou Aron e José Guilherme Merquior, por exemplo.

2 - Foi (péssimo, diz Daniel) ministro de Napoleão III, o do bonapartismo. 

3 - Tocqueville continua vendo a política no centro da História. As ações individuais são desvalorizadas em nome do determinismo e do fatalismo. Ele mesmo, segundo Daniel, diz que quer colocar as classes no centro, mas sem desvalorizar a ação dos indivíduos. Deixaria de haver liberdade para mudar as coisas no determinismo. Democracia seria o grande fato da época (meados do Século XIX), com virtudes e defeitos. Para ele, mais que um sistema de governo, é um tipo de sociedade. 

4 - Na democracia, seria acreditar que todos são iguais. Não no sentido material, mas no sentido de que não há seres predestinados a mandar. Cada vez mais democracia seria cada vez mais igualdade. Cargos acessíveis a todos. É uma construção. Fora da sociedade democrática, ninguém se preocupa com desigualdade.

5 - Tocqueville chegou a prever que a extrema-desigualdade racial nos EUA geraria grande conflito e posterior segregação (aumento da discriminação) ao fim da escravidão. Uma sociedade democrática não teria como não se incomodar com isso. Também via as tendências contrapostas entre interesses do norte e do sul.

6 - Tranquilidade, prosperidade e bem estar passam a importar mais que honras e atos heroicos. Glória é coisa de rico sem ter o que fazer. A sociedade democrática valoriza a média. A classe média tende a ser conservadora e pacifista pelo medo de perder aquele pouco bem-estar de que possa gozar. Extremos e desigualdades é que geram guerras. Gente que não tem nada a perder ou rico querendo estátua. 

7 - Sociedade democrática (classe média) não quer saber de revolução. Coisas rápidas, fáceis e médias. Praticidade. Afirma, assim, que não foi Bauman o primeiro a perceber isso rs. Tocqueville teme, inclusive, que isso gere desleixo para com a "coisa pública". Seus pequenos e vulgares prazeres e propriedades passam a ser o que importa. Se um ditador da vida dilapida instituições, mas não mexe nisso... pode prosperar. É como se ninguém quisesse saber de política. (Isso me lembra um certo país arrasado pela Covid). Podem aceitar ditaduras e despotismo. Seria o individualismo exacerbado. "Minhas pequenas coisas" viram as coisas mais importantes do mundo.

8 - Tocqueville teme a primazia do número na democracia. A maioria nem sempre tem razão. Cita Jesus e Sócrates se dando mal. 

9 - A grande força da opinião pública também lhe preocupa. A tirania da maioria. As minorias não têm que se curvar a ninguém. A pessoa não pode ser isolada ou execrada por pensar ou ser diferente. Fugir da regra. 

10 - Leis, pesos e contrapesos e liberdade de imprensa. Soluções que ele dá. Pessoas engajadas em política. Nisso, vê grande importância do federalismo e poderes locais. Defende associações inclusive sindicais. Instituições que se contraponham ao poder central. 

11 - Ele via com bons olhos as religiões, desde que fornecendo "bons valores". 

12 - Coloca que a abundância de terra nos EUA e ausência de tradição nobiliárquica fizeram com que sempre houvesse algum espírito de igualitarismo por lá, essencial para a democracia. 

13 - Tocqueville via potencial conflito futuro entre o modelo "igualitário-democrático" dos EUA e o aristocrático russo. 

14 - Era um crítico da Revolução Francesa, que teria aprofundado tendências do absolutismo. Teorizava sobre o Antigo Regime. Não há prova de que Luís XIV disse que o Estado era ele. Na prática, os presidentes pós-revolução "podiam" mais que o "divino" absolutista. Quem disse que o Estado era ele foi Napoleão (cita livro de David Bell). Havia parlamentos locais que, na prática, eram limitações ao poder centralizador do Rei (Palácio de Versalhes). Bordeaux mesmo tinha que ratificar as decisões de Luís XIV. Critica o termo "absolutismo", não faz sentido na prática, coloca. Era só na teoria que ele podia tudo. 

15 - Depois da Revolução Francesa, unificaram língua, leis, impostos e profunda centralização administrativa. Sistema de ensino, etc. A burocracia substituiu a nobreza. Todos se curvavam ao Estado. Poder central torna-se maior e mais poderoso. Até matar um governante hoje é mais difícil.

16 - Se uma pessoa má toma esse Estado forte, pode fazer coisas que Luis XIV nunca sonhou, critica.

17 - Hayek foi influenciado por essa preocupação de Tocqueville. O caminho da servidão.

18 - Liberdade é um fim em si mesmo. Quem procura outra coisa nela, foi feito para servir

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