YT - Adam Smith | Liberalismo, Mão invisível e Sentimentos morais

 

Adam Smith | Liberalismo, Mão invisível e Sentimentos morais


1  - Professor Daniel Gomes de Carvalho. Canal "Se Liga na História". A "mão invisível", que Adam Smith usou apenas três vezes na vida entre milhares de páginas, sequer era sobre livre-mercado. Era em outro sentido. 

2 - Os radicais da Revolução Francesa eram fãs de Adam Smith, porém, este foi reapropriado pelos conservadores no Século XIX (possivelmente Smith era favorável à Revolução Francesa inclusive, afirma). Faz parte da geração de iluministas escoceses. Na sua cidade, havia uma fábrica de alfinetes. 

3 - Smith era a favor da União não só da Inglaterra e Escócia, como uma espécie de federação entre as colônias. Afirma que ele era a favor das reivindicações dos EUA (contra os impostos altos)

4 - Hugo Grotius e Pufendrof influenciaram Smith. A filosofia do bom senso e do egoísmo privado estavam em alta na Escócia naquele momento. Puxou exemplo de Mandeville. 

(Mandeville é autor de extensa bibliografia, embora se haja tornado famoso pelo livro A fábula das abelhas (1714), que leva o significativo subtítulo de "vícios privados, virtudes públicas".)

5 - A ordem por trás do caos seria uma meta da ciência. A mão invisível organizadora. Esse seria o sentido da primeira "mão invisível" citada por Smith. Shakespeare já falava da mesma em sentido parecido, afirma. 

6 - Era extremamente interessado por linguagem e precisão. 

7 - Conhece David Hume na universidade, o qual tinha sido rejeitado como professor. 

8 - A Teoria dos Sentimentos Morais fez sucesso com Burke e outros. Os julgamentos morais, em Smith, surgem de fora para dentro. Isso era o contrário do que se pensava na época. Vem da simpatia, segundo Smith, que a observação de pessoas ao redor causa. Colocar-se no lugar do outro. A moralidade viria dos sentimentos.

9 - Smith usa pela segunda vez o termo "mão invisível" como uma espécie de redistribuição de renda-virtude. O egoísta quer enriquecer e, para isso, precisa contratar e pagar pessoas.

10 - Trabalhando como "tutor" pela França, ele entra em contato com Turgot e Quesnay. Os filósofos da ilustração trocavam ideias e circulavam. Hume e Rousseau moraram juntos, antes de brigarem feio.

11 - Os fisiocratas eram defensores do livre-comércio (por sinal, a França tinha essa tradição. Inglaterra é que antes não tinha. Tanto que "A riqueza das nações" é uma crítica ao sistema comercial britânico). Defendiam o laissez-faire. A diferença para Smith é que acreditavam que a riqueza/valor vinha da natureza, não do trabalho. Também não é o ouro, como pensavam os mercantilistas. 

12 - "Riqueza das nações" surge um meses antes da Revolução nos EUA. Lá está presente a defesa do "homo economicus", digamos assim. Estaria na natureza humana carregar e trocar coisas. 

13 - Smith não fala em Revolução Industrial. O que ele tem em vista são as fábricas que via. Divisão do trabalho avançando e 30 ou 40 pessoas trabalhando lá. 

14 - Se opõe à ideia de que acumular ou ter luxos não possa ser interessante socialmente. Algo na linha "vícios privados e virtudes públicas" (benefícios públicos). Não existia ainda a palavra capitalismo, mas Smith meio que já encarnava esse espírito.

15 - Bens com valor-de-uso alto (água) podem ter baixo valor-de-troca. Smith crê inclusive que essa é a tendência e vice-versa (diamante tem baixo valor-de-uso e alto valor-de-troca). A relação não é com a utilidade. 

16 - O preço natural tem a ver com o trabalho. Valor-de-troca pode expressar o "poder de comprar outros bens". 

17 - Oferta e demanda fazem o preço flutuar, mas existe o preço natural da coisa. A flutuação é em torno disso.

18 - TVT de Smith vê preço natural advindo dos salários, lucros e alugueis. Para o preço artificial ficar próximo ao natural, é preciso eliminar monopólios, taxas e privilégios. Assim, colocava-se contra as "guildas" da vida.

19 - Admite o claro conflito de interesses entre patrões e empregados. Organizam-se em polos contrapostos.

20 - Vê várias funções no Estado. Não existia a palavra "liberalismo", mas falava-se em sistema liberal. 

21 - Admite formas de intervenção que podem ser consideradas "esquerdistas" pelos desinformados, tais como "imposto progressivo" e "controle moderado de preços dos cereais" em algumas situações, como uma grande fome. 

22 - Smith prevê etapas de progresso. Livre-comércio torna guerras algo sem sentido, acreditava. Dá para ganhar mais dinheiro com paz. Liberdade e igualdade formal. Melhor "explorar" comercialmente que gastar com repressão. 

23 - Morreu em 1790.

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