YT - Paulo Gala - Um projeto nacional de desenvolvimento para o Brasil e a obra de Ignácio Rangel (com Elias Jabbour)

 

Um projeto nacional de desenvolvimento para o Brasil e a obra de Ignácio Rangel


1 - Uma "live" com os dois e André Roncaglia e José Márcio Rêgo. 

2 - O ISEB. Werneck Sodré e Rangel faziam parte. Em 1958, no entanto, uma crise interna dividiu o instituto. O grupo liderado por Hélio Jaguaribe opôs-se à corrente da qual faziam parte Roland Corbisier e Alberto Guerreiro Ramos, favorável a uma ação menos acadêmica e mais engajada, e acabou deixando o instituto.

3 - Rangel se encontrou com Vargas e chegou a fazer parte da assessoria.

4 - Forma valor ser substituída pelo projeto criador de utilidades. A lei do valor vai sendo suprimida, segundo Elias, pela economia do projetamento. A China seria um exemplo. (Não vejo bem como é isso na pratica, para além da margem de lucro ínfima). Economia construtora de bens públicos, como transportes mais rápido. O economista/engenheiro de projetamento teria duas missões: troca do trabalho vivo pelo morto e criação de empregos.

5 - Rangel era hegeliano. Império da razão sobre o processo de produção. Custo-benefício. O Estado é o agente da razão. Socialismo para Jabbour. Enfim, defende que é o que a China faz hoje. 

6 - André é entusiasta de Minsky. Diz que a instabilidade do capitalismo dificulta a lidar com ativos que duram muito tempo, são de ampla escala, muito caros e arriscados. É praticamente uma definição de bens públicos. É o que o mercado não consegue fazer, afirma. Não gosta desses investimentos, o que gera efeitos cíclicos graves. O dinheiro (mercado) busca muito mais rentabilidade rápida que produtividade. Dinheiro corre sempre para ações e mercado imobiliário. Aversão a risco, maturação que só chegará no longo prazo. Isso gera ociosidades, utilidades ficam subvalorizadas.

7 - A China, para evitar os ciclos e evitar dar poder ao setor privado, concentra os setores dinâmicos da economia nas mãos do Estado. 

8 - Rêgo traz uma ótima frase que parece de Keynes, mas era de Raul Seixas. Do último LP "A panela do diabo". Diz que o aluno errou de quem era, na prova (respondeu Keynes). "O presente é um furo no futuro por onde o passado começa a jorrar". 

9 - Rego fala da aposta pascalina, versão grosso modo. Deus existe ou não? Seria melhor apostar que Deus existe porque não custa muito a vida "reta" e o ganho pode ser muito grande. (Só não achei que a analogia serve a discussão econômica como ele acha).

10 - Privatização, Rangel era contra, mas queria concessão de serviço público ao setor privado nacional para investimentos em infraestrutura urbana que estava estrangulada. Acabar com a ociosidade com o capital financeiro nacional, não com dívida externa, como fez a ditadura militar. Era contra é privatizar as Vale e bancos da vida. Estatização do comércio exterior, defendia. 

11 - André crê que a intensificação de capital não é o modelo de industrialização mais eficiente. Nossa industrialização foi poupadora de emprego. (Eu precisaria ouvir muito mais sobre isso, pois no futuro me parece algo inevitável. Indústrias high tech possuem produtividade de duas a três vezes maior).

12 - Elias coloca que Brasil poderia buscar, na geopolítica, várias transferências de tecnologia da China em busca do 5G. Transportes de alta velocidade e etc. Algo que eles dominam. Irã teria feito um ótimo acordo nesse sentido. O problema é o "ministro das alucinações exteriores". Coloca que Getúlio soube se aproveitar bem do duelo geopolítico da sua época.

13 - Furtado errou ao prever estagnação no final dos 60. Era um pessimista, diz Elias. Rangel era otimista e não via desenvolvimento bloqueado, nem na agricultura. Estava certo na época. Elias se posiciona contra a teoria da dependência. 

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