YT - Orientação Marxista - Reagindo ao Jones Manoel: Stálin, Trotsky, Marx
REAGINDO AO JONES MANOEL: Stálin, Trotsky, Marx EP #32
1 - Crítica de esquerda: lembra que unidade de ação não impede a clareza de diferenças no programa e etc. Cita o exemplo dos bolcheviques esculhambando os mencheviques e esquerda russa do Governo Provisório e sendo os primeiros a sair em defesa do mesmo no momento do golpe do Kornilov.
2 - Coloca Gustavo que a Revolução Francesa era tida como meramente patriótica, contra o universalismo da Igreja Católica. Na fase napoleônica é que a revolução toma uma dimensão universalista, para espalhar a revolução num ataque com um quê de preventivo, ao que entendi.
3 - Marx escreve, em 1859, em carta a Engels, que a tarefa para a Europa é imediatamente socialista. Temia que a revolução socialista europeia pudesse ser sufocada pelos países capitalistas ascendentes - mencionou EUA e China, segundo Gustavo. Afirmava ainda que, se não chegasse à Inglaterra, seria uma tempestade em copo d´água. Seria uma das marcas do internacionalismo de Marx.
4 - Jones coloca que as reivindicações nacionais da época faziam ainda mais sentido na cabeça das pessoas, pois vários países atuais estavam fragmentados ou sob poder de outras coroas, impérios extensos.
5 - Gustavo coloca que a Revolução de 48 foi a primeira tentativa proletária, mas foi derrotada antes de qualquer experiência. Não deixava, diz, de ser um processo de palco nacional, ainda que em vários países tenham existido levantes. Não é por causa disso que Marx vai virar internacionalista, dessa conjunção de revoluções nacionais por toda a Europa, mas sim pelo próprio caráter universalizante do capital, ao que entendi da fala de Gustavo.
6 - Marx conjugava defesa do internacionalismo e independência da Polônia (e depois da Irlanda, quando ele mudou de ideia, para evitar fragmentação dos trabalhadores), por exemplo. As especificidades nacionais sempre foram importante para Marx e ele sempre tratou delas. Afirma que o único financiamento que Marx recebeu pra seu jornal de 49 foi de um polonês. Isto porque era o único jornal na Europa que defendia a independência polonesa.
7 - Coloca que a visão de Lênin antes de 17 era de que deveria acontecer uma ditadura democrática dos camponeses e do proletariado, tudo em razão do atraso russo. Trotsky é que queria uma revolução permanente socialista, de tão débil que a burguesia era. Uma coisa era vencer em um só país. Isso todo mundo concorda, afirma Gustavo. Tomar o poder. A questão seria se vai sobreviver no longo prazo.
8 - Gustavo lê trecho de livro do qual Jones alega tirar "a posição de Trotsky" sobre a guerra civil na Rússia. Porém, realmente o trecho mostra que Trotsky estava fazendo uma proposta diante de alguma possível conjuntura. Momento crítico da guerra e os brancos (exército) já tinham derrubado a Finlândia e os bálticos e estavam na porta de Moscou. Trotsky propõe, em caso de ser inevitável a derrota, a reorientação do exército revolucionário para a Índia para intervir apoiando o levante revolucionário contra o governo de lá (é o ano em que Gandhi puxa uma forte greve geral pela insatisfação com a repressão dos ingleses). Bukharin propunha, segundo Jones, invadir a Europa sovietizando geral, o que Lênin julgava pura maluquice e, ao que parece, não via outra saída que não resistir até o último homem pela Rússia (estou deduzindo, pois o vídeo não explica muito isso). Detalhe que Jones nomeou a proposta de Trotsky de "militarização", o que não tem nada a ver com isso e sim com ideia de colocar os soldados, pós-êxodo urbano e economia arrasada, para trabalho militar (escravo?) nas fábricas. (Por sinal, maluquice, a meu ver).
9 - Preobrazenskij e Trotsky propunham taxar os camponeses para financiar a industrialização, mas de caráter progressivo. Acumulação primitiva socialista. Exploração econômica apenas. A adesão dos camponeses à economia coletivizada devia ser, porém, voluntária. Convencer de que seria mais vantajosa a ele. Bukharin é que defendia o "camponeses, enriquecei-vos", o que gerou o futuro inimigo a ser exterminado por Stalin.
10 - Jones afirma que a posição "socialismo em um só país" de Stalin e Bukharin "ganhou". Diz que Gramsci (Gustavo contesta, diz que ele é ambíguo) e Mariátegui, por exemplo, concordavam. Gustavo cita um livro baseada em documentação recente que narra o horroroso processo de deturpação democrática no Congresso que aclamou a tese stalinista. Afirmava que alguns militantes se suicidaram incrédulos com a desilusão de todo aquele processo. Indicação de leitura: "Comunistas contra Stalin, de Broue". Parece que se acha o pdf espanhol fácil.
https://www.marxismo.org.br/comunistas-contra-stalin-o-massacre-de-uma-geracao/
11 - Gustavo coloca que a Oposição de Esquerda foi silenciada a partir de 1927. E depois eliminada, quem não fugiu. A crítica trotskista era especialmente a intervenção desastrada de Stalin pelos PC's afora. "Stalin, o organizador de derrotas", o livro de Trotsky. Afirma que negar o internacionalismo não se significa se esquivar de sair loucamente espalhando a revolução por aí, sem tática nem nada, mas "sim" barrar processos revolucionários que já estejam acontecendo em partes do mundo, o que o stalinismo teria feito amplamente. (De fato). essa é a crítica.
12 - Gustavo afirma que Stalin queria russificar todos os países desde os anos 20. A repressão às Tchecoslováquia da vida é filha dessa tradição de desconsideração das particularidades nacionais. Afirma que não é só Fidel quem percebeu essa falha, mas Marc Ferro ou qualquer historiador.
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