YT - Orientação Marxista - MAIS-VALIA ABSOLUTA | O CAPITAL DE MARX: Livro I: Caps. 5-9 VID #9

 

MAIS-VALIA ABSOLUTA | O CAPITAL DE MARX: Livro I: Caps. 5-9 VID #9


1 - Lucro e mais-valia são quantitativamente a mesma coisa - a matemática da coisa, diz Gustavo. Qualitativamente seriam totalmente diferentes. (Desconheço totalmente o porquê disso. Parece-me totalmente errado, já que ele mesmo contradiz isso aos 2:05:00 em diante. Se estiver falando das somas totais, aí sim iríamos para a discussão do problema da transformação).

2 - Teoria dos custos de produção como valor. Gustavo critica por ser circular e tautológica. Apenas decompõe quantitativamente o valor. O lucro, por exemplo, surgiria do nada, sem qualquer explicação ou origem. E o valor da força do trabalho e do meio de produção viriam de onde? A teoria não teria resposta para isso. É mera decomposição. Ademais, misturam o que não deveriam: capital constante e o variável. Subordinam tudo ao aspecto numérico-quantitativo, ainda que só o segundo produza valor novo (capital constante só transfere o já produzido, graças ao trabalhador).

3 - No capitalismo, o produto vira mercadoria; o valor-de-uso vira valor e o trabalho concreto vira trabalho abstrato. O processo de trabalho vira processo de valorização. Valor-de-uso independe da forma social de produção (capitalismo). Celular terá valor-de-uso em toda forma de sociedade. 

4 - Fetichismo é apagamento das mediações da forma social de trabalho-produção. Não é ignorar que o produto veio do trabalho.

5 - Trabalho é algo comum às formas sociais. Momento provisório da exposição. As formas específicas de cada processo é que ele quer realmente analisar. Não é uma teorização ontológica do trabalho, defende Gustavo. Teorias gerais do ser social não fazem sentido. (Lukács faz isso, diz Gustavo)

6 - A técnica de produção é apenas um aspecto, a abstração homem-natureza. O valor vai nascer de uma análise totalmente distinta, que torna as análises iniciais falsas - por exemplo, o trabalho não serve mais para produzir utilidades, mas sim para valorizar o valor. É tudo meio para acumular capital. Trabalho vira valorização do capital. A quantidade se sobrepõe à qualidade. Se algum produto de qualidade estiver em falta e outra coisa der mais lucro... essa outra coisa será produzida. Canhão será produzido em vez de celular mais barato. Sorvete de ouro, sei lá. O trabalho deixa de ser apenas conteúdo de toda a riqueza gerada e passa a ser subordinado a forma valor, autovalorização. Não é mais prévia ideação do trabalhador ou satisfação das necessidades humanas gerais.

7 - Os gregos valorizavam bastante a qualidade do trabalho, pois acumular e valorizar valor não era o fim da produção. Não se importavam prioritariamente com acumulação, mesmo tendo conhecimento científico para evoluir tecnicamente mais do que evoluíram.

8 - Como o capitalista compra a disposição temporária de trabalho, ele pode extrair o máximo de valor durante toda a jornada, Ele que controla esse processo e se apropria do produto. Trabalho gera mais e mais valor assim. Trabalhador não tem direito de se apropriar mesmo que produza mais. O capitalista faz o que quiser com a mercadoria que comprou. Intensidade, técnica de trabalho e etc. Por sinal, Gustavo vincula intensidade do trabalho à mais-valia absoluta. 

9 - Trabalho excedente existe até em atividade de caça e pesca, seja para produzir instrumentos de caça, seja para não poder trabalhar alguns dias. É outra categoria comum a todas as formas sociais (como no item 3). No capitalismo, esse trabalho excedente assume características específicas, que inclusive, pelo tanto de mediação que tem, não mostra, como no feudalismo, quanto ficou pra cada - explorador e explorado.

10 - Capital variável e salário só são iguais quantitativamente. Qualitativamente, vira renda pro trabalhador assim que é pago e deixa de ser "capital". Só o será quando volta para o capitalista. 

11 - Coloca que o trabalho não funda qualquer forma específica de organização social justamente por ser algo comum na história humana. Ao contrário do que querem os "lukacianos", o trabalho nada funda. É meio que concomitante ao que entendi.

12 - No capitalismo, o trabalho excedente, ao contrário de qualquer outra forma social, visa a autovalorização do capital. Tem que ser sempre maior. Não depende das necessidades do capitalista. Do contrário, será comprado por outro capitalista ou vai falir. Talvez fique na penúria até, nos casos mais extremos. O capitalista sequer pode ir de encontro ao capital.

13 - Trabalhador vira só tempo de trabalho personificado. A luta de classes, porém, é inevitável, pois quem soluciona a luta de "direitos iguais" - o de comprar em condições x ou o de vender sob condições y a força de trabalho - é ela. Só que não é uma luta de indivíduos, pois só se organizando coletivamente os trabalhadores são fortes o suficiente nessa negociação.

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