Econ - Textos Variados LXXXIV ("Fim")

Vicenc Navarro - Concentração de Renda é Causa da Crise nos EUA e Europa:

417 - Muito interessante: Segundo o ex-ministro do Trabalho (no governo Clinton), Robert Reich, no artigo How to end the Great Recession (The New York Times, 03/09/2010), o salário médio do homem trabalhador (ajustado à inflação) naquele país é mais baixo hoje do que há 30 anos. Esta queda forçou as famílias estadunidenses – para manter sei nível de vida - a ter mais integrantes da família trabalhando, sendo essa uma das principais causas de integração da mulher ao mercado de trabalho. Em 1970, apenas 32% das mulheres com filhos trabalhavam; hoje esse índice é de 60%. Outra maneira de compensar a perda de salários foi aumentar as horas de trabalho. O trabalhador, nesta década, está trabalhando 100 horas a mais por ano (e as trabalhadoras 200 horas a mais) do que ocorria há 20 anos.

418 - … No entanto, mesmo com essas mudanças, o poder aquisitivo das famílias caiu, empurrando-as para o endividamento. As famílias estadunidenses se endividaram até a medula, e puderam fazer isso porque o aval de suas dívidas, suas casas, ia subindo de preço. Até que a bolha estourou.

419 - Não sei se o dado está correto, mas assusta: O 1% da população que possuía 9% da renda nacional nos anos setenta do século XX, passou a possuir 23,5% da renda total, o mesmo percentual verificado no início da Grande Depressão, no início do século XX.

420 - Como se tudo isso não fosse suficiente, a situação se agravou ainda mais pelo fato de os super ricos depositarem seu dinheiro em paraísos fiscais e/ou investirem em atividades especulativas que têm elevada rentabilidade, como os famosos hedge funds, movimento facilitado pela desregulação dos mercados financeiros. 

421 - Coloca que a solução seria taxar os ricos para redistribuir e voltar a aliviar as famílias e o consumo. (Os ricos é que querem continuar taxando a gente, por meio de socialização de prejuízos).

 

Voltairine De Cleyre - Diálogo Entre Um Comunista e Um Individualista:

422 - O “anarquista individualista” resume a libertação do trabalhador aos “juros zero”. Todo mundo poderia competir com o patrão. Mas ao postular chances iguais, que é livre acesso e capital que não cobra juros, quando um homem se vê incapaz de fazer sapatos tão bem ou tão rapidamente como seu co trabalhador, ele rapidamente procuraria uma ocupação mais compatível. Esquece-se dos ganhos de escala e afins que a concentração do capital permite.

423 - Resume tudo a isso: O que o mundo precisa meu amigo, não são de novos métodos de instituir coisas, mas a abolição de restrições sob oportunidades.

 

Enfim, acabei, em 27/11/2020, meus seis ou onze anos de fichamentos iniciais, a depender do critério. Vou focar em aprofundamentos agora.

FIM