Livro: Mankiw, Gregory - Introdução à Economia (2010) XII

              

Livro: Mankiw, Gregory - Introdução à Economia (2010) XII


Pgs. 341-360:


271 - O capítulo 16 é sobre Competição monopolística. O mercado de livros tem um quê de concorrência, mas... Como cada livro é único, as editoras têm alguma liberdade de escolha quanto ao preço que cobram. Os vendedores desse mercado são formadores de preços, mais que tomadores. E, de fato, o preço dos livros é muito superior ao seu custo marginal... O mercado editorial não se encaixa no modelo competitivo nem no de monopólio. Mais especificamente, ele é descrito de melhor forma pelo modelo de competição monopolística. ...as indústrias monopolisticamente competitivas são monopolistas em certos aspectos e competitivas em outros.


272 - No Capítulo 15, vimos como as empresas monopolistas podem usar o poder de mercado para manter os preços acima do custo marginal, gerando lucro econômico positivo para a empresa e peso morto para a sociedade.


273 - Dá pra imaginar que a "competição imperfeita" é praticamente a regra. A primeira coisa a perguntar sobre qualquer mercado é o número de empresas existentes. Se houver apenas uma, é considerado monopólio. Se houver poucas empresas, é considerado oligopólio. Se houver muitas empresas, precisamos fazer outra pergunta: elas vendem produtos idênticos ou diferenciados? Se muitas empresas vendem produtos diferenciados, o mercado é competitivo monopolisticamente. Se muitas empresas vendem produtos idênticos, o mercado é perfeitamente competitivo.


274 - Oligopólios. Nos EUA, existe em vários setores: Os economistas medem a dominação do mercado por um pequeno número de empresas, por meio de um cálculo estatístico chamado coeficiente de concentração, que é a porcentagem da produção total do mercado oferecida pelas quatro maiores empresas. ...a maior parte dos mercados apresenta um coeficiente de concentração abaixo de 50%, mas, em algumas áreas, as empresas maiores têm maior predominância. Os mercados altamente concentrados incluem: cereais matinais (com coeficiente de concentração de 78%), fabricação de aeronaves (81 %), lâmpadas (89%), eletrodomésticos como máquinas de lavar e secar roupas e ferros de passar (93%) e cigarros (95%)


275 - Qual a diferença então entre oligopólio e competição monopolística? Está última descreve uma estrutura de mercado em que há muitas empresas que vendem produtos similares, mas não idênticos. Em um mercado monopolisticamente competitivo, cada empresa tem monopólio sobre seu produto, mas muitas outras empresas têm produtos similares que competem pelos mesmos clientes.


276 - Zonas cinzentas são comuns: (As empresas - aproximadamente uma dúzia - que hoje vendem carros nos Estados Unidos fazem desse mercado um oligopólio ou um mercado mais competitivo? A resposta está aberta ao debate.)


277 - As empresas monopolisticamente competitivas seguem as regras monopolistas de maximização de lucro: escolhem a quantidade em que a receita marginal se iguala ao custo marginal e então usam a sua curva de demanda para identificar o preço condizente com essa quantidade.



278 - No longo prazo, o lucro ao preço ali em "a" (o PL, digamos) tende a atrair mais empresas (Cielo era assim né?) e aumentar a quantidade produzida ao preço tal. O que ocorre? Nas palavras de Mankiw: Essa entrada aumenta o número de produtos dentre os quais os clientes podem escolher e, com isso, reduz a demanda para cada empresa já presente no mercado. Ou seja, desloca para esquerda as curvas de demanda de todas essas empresas que já existiam. (O incentivo inverso ocorre no nível do prejuízo ali em "b"... Empresas saem...). O equilíbrio só se dá (se daria) com lucro econômico igual a zero. Representação gráfica desse equilíbrio no longo prazo:



279 - ...Como o lucro por unidade vendida é a diferença entre o preço (encontrado na curva de demanda) e o custo total médio, o lucro máximo somente será zero se essas duas curvas se tocarem sem se cruzar. Observe também que esse ponto de tangência ocorre na mesma quantidade em que a receita marginal se iguala ao custo marginal. O alinhamento desses dois pontos não é coincidência: é necessário porque essa quantidade específica maximiza o lucro, e o lucro máximo é exatamente zero no longo prazo. O preço é igual ao custo total médio e nisso a competição monopolística (no longo prazo) é igual ao mercado competitivo. O monopólio sem competição é que pode ter lucro econômico maior que zero.


280 - Diferença central entre competição perfeita e monopolística: A quantidade que minimiza o custo total médio é chamada escala eficiente da empresa. No longo prazo, as empresas perfeitamente competitivas produzem na escala eficiente, ao passo que as monopolisticamente competitivas produzem abaixo desse nível (nível da escala eficiente, não o nível do custo total médio). Significa que operam com capacidade ociosa. 


281 - ...Em outras palavras, as empresas monopolisticamente competitivas, ao contrário das perfeitamente competitivas, poderiam aumentar a quantidade produzida e reduzir o custo total médio da produção. A empresa se priva dessa oportunidade porque seria necessário reduzir o preço para vender a produção adicional. Para um competidor monopolista, é mais lucrativo continuar a operar com capacidade ociosa.


282 - A outra diferença, mais óbvia, é que na competição perfeita não há "markup sobre o custo marginal".



283 - ... Nessa relação entre preço e custo marginal, percebemos uma diferença-chave entre o comportamento das empresas perfeitamente competitivas e o das monopolisticamente competitivas. Imagine que você perguntasse a uma empresa: "Você gostaria que entrasse pela porta um cliente pronto para comprar ao seu preço corrente?". Uma empresa perfeitamente competitiva responderia que, para ela, não faz diferença. Como o preço é igual ao custo marginal, o lucro da venda de uma unidade a mais é zero. Entretanto, uma empresa monopolisticamente competitiva está sempre ansiosa por mais um cliente. Como o preço supera o custo marginal, uma unidade a mais vendida ao preço vigente representa um aumento do lucro. (...) Segundo uma antiga anedota, mercados de competição monopolística são aqueles nos quais os vendedores mandam cartões de Natal para seus clientes. (Mankiw exagera aqui a meu ver. Qualquer vendedor tá atrás de "massa de lucro" também. Não só "taxa".)


284 - O "markup" traz o "peso morto" dos monopólios também para a competição monopolística. Porém, corrigir isso, atendendo toda a demanda, parece inviável: Para forçar a fixação do preço pelo custo marginal, os formuladores de políticas precisariam regulamentar todas as empresas que produzem bens diferenciados. Como esses produtos são tão comuns na economia, o ônus administrativo desse tipo de regulamentação seria esmagador. E viria o mesmo dilema dos monopólios naturais: se for vendido ao custo marginal, como compensar o "lucro econômico" zero que advém disso? 


285 - Altos custos fixos pedem, assim, alta demanda. Um artigo explica porque a Nike demorou tantos anos para criar sapatos específicos para o formato dos pés típico dos povos indígenas: A tirania do mercado surge em outras áreas. Com o desenvolvimento de remédios perto $1 bilhão, se você pensar em ficar doente, torça para que a doença seja algo bem comum, que atraia o interesse dos laboratórios. Se quiser ir de avião da cidade onde mora até Chicago, torça para que haja número suficiente de passageiros para lotar um avião todos os dias. (...) Quando não se tem tanta sorte, você se beneficia somente quando o governo age em seu nome, com subsídios para pesquisas de novas drogas para doenças raras ou para serviços de transporte aéreo para pequenas localidades


286 - Outra razão pela qual a competição monopolística pode ser socialmente ineficiente é o fato de que o número de empresas do mercado pode não ser o "ideal". Ou seja, pode haver entrada excessiva ou insuficiente. Empresa demais ou "de menos". (achei essa parte mal explicada).


287 - A quantidade de publicidade varia substancialmente de produto para produto. Empresas que vendem bens de consumo altamente diferenciados, como remédios que podem ser vendidos sem receita, perfumes, refrigerantes, lâminas de barbear, cereais matinais e ração para cães, costumam gastar entre 10% e 20% de suas receitas em publicidade. Empresas que vendem produtos industriais, como prensas e satélites de telecomunicação, costumam gastar muito pouco em publicidade. E empresas que vendem produtos homogêneos, como trigo, amendoim ou petróleo cru, não gastam nada. (...) Para a economia como um todo, o gasto em publicidade representa cerca de 2% da receita total das empresas.


288 - Os defensores da publicidade afirmam que seus custos compensam o quanto de informação ela leva ao público, o que "lubrifica a precificação", digamos assim, mesmo com o teor de manipulação que os críticos apontam. (Continuo crítico). Advocacia e medicina nos EUA: No passado, esses grupos conseguiram que os governos estaduais proibissem a publicidade em suas áreas com base no argumento de que anunciar era "pouco profissional". Há alguns anos, contudo, os tribunais concluíram que o principal efeito dessas limitações à publicidade era dificultar a competição. Por isso, reverteram muitas das leis que proibiam esses profissionais de anunciar.


289 - ...Mankiw, porém, cita um estudo que demonstra que a publicidade parece reduzir bastante poder de mercado. Preços de lentes em cidades dos EUA com publicidade liberada chegavam a ser 20% mais baratos. No mercado de óculos - e provavelmente em muitos outros mercados -, a publicidade promove a competição e leva a preços menores para os consumidores.


290 - ...Afirma também que um mero anúncio vazio (sem conteúdo) pode ser indicativo de qualidade do produto. Se não fosse bom e capaz de "fidelizar" cliente, ninguém ia gastar com propaganda tentando fazer isso. A Kellogg opta por anunciar porque sabe que seu cereal é muito bom, enquanto a Post opta por não anunciar porque sabe que seu cereal é apenas medíocre. A Post parece querer apenas atrair uns milhões de primeiro-testadores e sumir com algum possível lucro. O custo-benefício da mesma propaganda pra ela é bem menor. 


291 - ...Na polêmica utilidade social de uma "marca", há argumentos prós e contras semelhantes. Uma marca famosa quer manter qualidade sob pena de arruinar anos e anos de gastos em publicidade. Passaria "informação" de "pode confiar em mim". 


292 - Quadro final comparativo:




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