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Japoneses preguiçosos e alemães traiçoeiros! A verdadeira história do capitalismo


1 - Comenta trecho do "Maus-samaritanos" de Chang. Consultores australianos que queriam instalar uma fábrica no Japão, por exemplo, afirmaram, em sua visita a outras fábricas por lá, que os japoneses eram preguiçosos demais, desorganizados e não sabem trabalhar. "Com essa cultura não vai dar"... "Nunca vão nem ser capitalistas direito porque não são aptos ao trabalho". A "cultura oriental" e religião confucionista, em tese, impediam o capitalismo. Hoje é virtude pró-capitalismo na boca dos propagandistas.

2 - Comenta do falta de respeito à patentes e direitos autorais na Suíça e Alemanha no Século XIX ao que entendi. 

3 - Considera que os dois países talvez com maior histórico de protecionismo rumo ao desenvolvimento sejam EUA e Inglaterra. Chang critica gente como o Friedman do "Terra é plana" que insinua que o Japão cresceu por ser aberto, sendo que houve bastante protecionismo, tendo o governo inclusive impedido a Toyota de quebrar nos anos 50 ou 60. Paulo afirma que os primeiros carros eram toscos, por exemplo. 


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4 - Afirma que muitos não acreditavam que o Japão era capaz de fazer um carro de luxo quando o "Lexus" foi lançado pela Toyota. 

5 - Cita a compra da Jaguar pela Tata Motors, afirmando que a Índia soube se aproveitar da abertura comercial, fazendo joint-ventures para impulsionar indústria nacional, por exemplo. Transferência de tecnologia aproveitando o fato de poder barganhar com o oferecimento de seu grande mercado interno. O Brasil, em contraste, teria aberto sua economia nos anos 90 de maneira ingênua. Em outros vídeos, Paulo coloca que toda a "Ásia", não só a Índia, adota esse modelo de abertura.


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6 - Quando a economia cresce menos, tende-se a importar menos. Bens de consumo e mesmo máquinas. Ainda assim, Brasil não está conseguindo uma balança comercial muito vistosa. Ou não estava ao menos em fevereiro, segundo ele. Terminou o ano com um superávit bom a meu ver. Terminou uns 50 bi dólares o superávit.

Achei os dados completos das contas externas 2020 por sinal:

https://www.bcb.gov.br/content/estatisticas/docs_estatisticassetorexterno/Nota%20para%20a%20imprensa%20-%20Estat%C3%ADsticas%20Setor%20Externo.pdf

7 - Menciona que os juros baixos brasileiros cortaram o "carry trade", mas que o IED ainda está vindo. Tinha multinacional que deixava o dinheiro em caixa todo nos nossos títulos pra render Selic, por exemplo. Isso acabou.

8 - Por fim, menciona e explica brevemente a lei de Thirlwall (indica inclusive, a respeito, um texto de Delfim na Folha: https://www1.folha.uol.com.br/fsp/opiniao/fz020707.htm

"A conclusão do modelo do professor Thirlwall é a de que o fator efetivamente limitante da taxa de crescimento de longo prazo de uma economia é a taxa de crescimento de longo prazo das suas exportações combinada com a elasticidade de longo prazo da demanda de importações com relação à produção total, o PIB.

Essa elasticidade é apenas um número que liga a porcentagem de crescimento das importações à taxa de crescimento do PIB no longo prazo. Por exemplo, se ela for de 2, um crescimento do PIB de 5% implica um aumento das importações de 10%. (...) se o PIB crescer à taxa de longo prazo de 6% e a elasticidade de longo prazo for 2 (exemplo), as importações crescerão 12% ao ano. No longo prazo o equilíbrio exige que a taxa de crescimento das exportações seja também de 12%."

9 - A punição para a violação da lei seria o desequilíbrio externo. Permanente déficit em conta corrente.

10 - Trata-se de uma coluna de 1997 que criticava duramente a política de FHC: "Desde o artigo original tem havido sucessivas tentativas de verificação empírica dessa "lei". O surpreendente é quando se considera períodos superiores a dez anos; a resposta dos números se aproxima fortemente dos sugeridos por ela. (...) Não deveria, portanto, ser ignorada pelos gênios fundamentalistas da "ciência" econômica que insistem em negar o constrangimento externo que impuseram ao nosso crescimento, porque no Brasil o "longo prazo" é hoje!"

11 - Paulo coloca que isso pode levar a uma crise cambial. Tal desequilíbrio. Desvalorizar para reequilibrar. (Isso pode mexer com a inflação e/ou exigir um choque recessivo de sei lá quais consequências). E lembra o problema "cepalino" da "elasticidade-renda" dos produtos da nossa cesta de exportações.

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