Livro: C. I. Jones - Introdução à Teoria do Crescimento Econômico - Capítulos 8 e 9

                                                                                

Livro:  Charles I. Jones - Introdução à Teoria do Crescimento Econômico (2000)



Pgs. 143-153


"CAPÍTULO 8: "TEORIAS ALTERNATIVAS DE CRESCIMENTO ENDÓGENO"


107 - De acordo com o Merriam Webster's Collegiate Dictionary, "endógeno" significa "provocado por fatores que estão dentro do organismo ou sistema". A mudança tecnológica é claramente endógena nesse sentido nos modelos que apresentamos nos capítulos anteriores. Contudo, sem crescimento (exógeno) populacional, o crescimento da renda per capita acaba parando. Por este motivo, modelos como aquele apresentado no Capítulo 5 são às vezes considerados modelos de crescimento "semi-endógenos".


108 - Modelo AK. Do jeito que ele apresentou, parece um mero modelo baseado em Solow com premissa otimista de que a depreciação será sempre menor que o investimento, fazendo com que o estoque de capital por trabalhador sempre aumente. O próprio Jones vai fazer essa comparação também: ...Como se recorda, ali a acumulação de capital se caracterizava pelos retornos decrescentes porque a < 1. Cada nova unidade de capital que era acrescentada à economia era um pouco menos produtiva que a anterior. Isto. significava que finalmente o investimento total cairia para o nível da depreciação, terminando com a acumulação de capital (por trabalhador). Contudo, aqui há retornos constantes à acumulação de capital. O produto marginal de cada unidade de capital é sempre A. Ele não cai quando se acrescenta uma unidade adicional de capital.


109 - Enfim, Solow depende muito da depreciação e consequente produtividade marginal do capital (qual retorno de escala que está ocorrendo, digamos assim): O parâmetro "a"  mede a "curvatura" de sY: se "a" é pequeno, então a curvatura é rápida e sY intercepta dK em um valor "baixo" de K*. Por outro lado, quanto maior for "a", tanto mais afastado de seu valor no estado estacionário, K*, estará K0. Isto implica que a transição para o estado estacionário é mais longa. (...)  O caso de "a" = 1 é o caso limite, em que a transição dinâmica não tem fim. Desse modo, o modelo AK gera crescimento de modo endógeno. Isto é, não precisamos supor que qualquer coisa no modelo cresça a uma taxa exógena a fim de gerar crescimento per capita - certamente não a tecnologia, nem mesmo a população.


110 - (Há uma "parte mais matemática", mas que não me parece estar acrescentando qualquer coisa a essas explicações já feitas.)


111 -  No modelo de Lucas, o capital humano tem esse mesmo efeito de aumentar o nível de renda até um determinado estado estacionário? Foi o que entendi do que Jones falou. 


112 - Coloca que retornos crescentes de escala não precisam vir necessariamente da concorrência imperfeita, podendo ter a ver com as externalidades positivas (transbordamento não-intencional). Conhecimento como subproduto acidental da acumulação de capital, por exemplo. (...) Como fica evidente pela ordem da apresentação e pelo espaço destinado à exposição de cada alternativa, a opinião do autor é que a acumulação de conhecimento é modelada de modo mais adequado como um resultado desejado pelo esforço empresarial do que como subproduto acidental de outra atividade. (...) Contudo, vale a pena notar que a abordagem das externalidades para tratar dos retornos crescentes é às vezes adequada, mesmo em um modelo no qual o conhecimento resulta de P&D intencional.


113 - O que esta breve apresentação de alguns modelos alternativos de crescimento endógeno mostra é que é relativamente fácil construir modelos nos quais mudanças permanentes nas políticas dos governos geram mudanças permanentes nas taxas de crescimento da economia. Obviamente, também é fácil construir modelos em que isso não é verdadeiro, como fizemos ao longo do livro. Jones crê, junto a North, que o governo basicamente só altera as coisas quando fortalece as instituições (direitos de propriedade).


114 - Outra maneira de fazer a mesma pergunta é a seguinte: se o governo concedesse um subsídio adicional à pesquisa ou ao investimento, as taxas de crescimento aumentariam por certo período, de acordo com muitos modelos. Contudo, por quanto tempo as taxas permaneceriam altas? A resposta poderia ser 5 ou 10 anos, 50 ou 100 anos, ou até uma duração infinita. Essa maneira de fazer a pergunta mostra que a distinção entre efeitos permanentes ou transitórios da política sobre o crescimento é um pouco enganadora. Estamos interessados em saber por quanto tempo perdurarão os efeitos. (...) Pode-se usar esse raciocínio como um argumento em favor dos modelos nos quais os efeitos são transitórios. Um efeito transitório muito longo pode estar arbitrariamente próximo de um efeito permanente.


115 - Critica o otimismo de modelos como o "AK": A primeira dessas razões é que não há virtualmente evidência alguma que sustente a hipótese de que as equações diferenciais relevantes são "lineares". Por exemplo, pense no modelo AK simples apresentado no início do capítulo. O modelo exige que aceitemos que o expoente do capital, a, é igual a um. Entretanto, as estimativas convencionais da participação do capital a partir da decomposição da taxa de crescimento sugerem que a participação do capital é de cerca de 1/3. Se se tenta ampliar o conceito de capital para incluir capital humano e externalidades, pode-se aumentar esse expoente para 2/3 ou talvez 4/5. Contudo, há muito poucas evidências para se admitir que o coeficiente seja um


116 - ...O mesmo vale para o otimismo nos modelos de capital humano: ...Mais uma vez, há muitas evidências empíricas que contradizem essa previsão. Lembre-se de que, no Capítulo 4, foi visto que o número de cientistas e engenheiros envolvidos com pesquisa, uma medida aproximada de L"a", cresceu enormemente nos últimos quarenta anos. Já as taxas de crescimento ficaram em torno de 1,8% em todo o período. A evidência favorece um modelo que seja "menos que linear" no sentido de que "letragrega" < 1.


117 - Resumo do que Jones pensa sobre os modelos: É bastante fácil construir modelos de crescimento nos quais mudanças permanentes nas políticas públicas convencionais têm efeitos permanentes na taxa de crescimento de longo prazo. Contudo, este livro considera que esses modelos não são o melhor meio de se entender o crescimento de longo prazo. Por outro lado, o desenvolvimento de tais modelos e o trabalho empírico desenvolvido pelos economistas para testá-los e entendê-los tem sido extremamente útil em formar nossa compreensão do processo de crescimento.



Pgs. 154-158


"CAPÍTULO 9: "ENTENDENDO O CRESCIMENTO ECONÔMICO"


118 - São as conclusões do livro. Dados sobre capital, instrução e produtividade confirmam decididamente a hipótese de Solow. Países ricos são aqueles que investem uma grande fração do seu PIB e do seu tempo na acumulação de capital e em qualificações. Contudo, países como os Estados Unidos são ricos não apenas porque têm grande quantidade de capital e de instrução por trabalhador, mas também porque esses insumos são usados de maneira muito produtiva. Aos países pobres não apenas faltam o capital e a instrução, mas a produtividade com que eles empregam os insumos que possuem também é baixa. E o que gera essas diferenças? No Capítulo 7, mostramos o importante papel desempenhado pelas leis, pelas políticas do governo e pelas instituições.


119 - A presença de retornos crescentes à escala implica que não podemos modelar as ideias económicas usando a concorrência perfeita. É necessário introduzir no modelo a concorrência imperfeita. As empresas devem poder cobrar preços superiores ao custo marginal para cobrir as despesas, desembolsadas uma única vez, da criação da ideia


120 - Por fim, no anexo, há dados interessantes dos países na época. Escolaridade média... estimativas de produtividade - acho, vi por cima - e etc. 



FIM!


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