Livro: Blanchard, Olivier - Macroeconomia (2011) - Parte X

         

Livro: Blanchard, Olivier - Macroeconomia (2011) - Parte X


Pgs. 183-204:


182 - A parte IV do livro é sobre o "Longo prazo". Capítulo 10 se chama "Os fatos do crescimento". Começa dialogando sobre PPP. O poder de compra da Índia, na época, era doze vezes menor que o dos EUA. Porém, o PIB per capita dólares era 56 vezes menor. Enorme diferença entre um método e outro.


183 - Sobre PPP/PPC, interessante: As estimativas que usamos na Tabela 10.1 e em outras partes deste capítulo são o resultado de um projeto ambicioso conhecido como Penn World Tables (isto é, Tabelas Mundiais da Universidade da Pensilvânia). (Penn refere-se à Universidade da Pensilvânia, sede do projeto.) Liderados por três economistas — Irving Kravis, Robert Summers e Alan Heston — ao longo de mais de 40 anos, os pesquisadores envolvidos no projeto obtiveram séries da PPC não apenas para o consumo (como acabamos de fazer em nosso exemplo) como também, generalizando, para o PIB e seus componentes, retroagindo até 1950 para a maioria dos países do mundo.


184 - Sobre felicidade, menciona que, segundo uma pesquisa, países com menos de 20 mil dólares de renda per capita anual (valores da época) têm a ganhar bastante, no "índice de felicidade", com o crescimento do produto. Isso era mais ou menos a metade da renda per capita dos EUA na época. Hoje não sei. Quase um terço? Mas enfim... Podemos argumentar que é difícil comparar a felicidade entre diversos países. Culturas diferentes podem ter noções diferentes sobre o que é felicidade. Alguns países podem ser cronicamente mais felizes ou infelizes do que outros.




185 - .... As pesquisas do Gallup nos últimos 60 anos confirmam essa conclusão. A proporção de pessoas que se consideraram ‘muito felizes’ é a mesma do início da década de 1950.


186 - Crescimento de alguns países - PIB per capita - entre 1950-2004. Geralmente, quem vem atrasado costuma subir em taxa maior, ao menos entre os "emergentes vencedores" (critica-se o fato de a lista ser uma "autosseleção", algo assim). Apresenta, depois, uma tabela ampliada, com países que não ingressaram na OCDE e é possível notar nela que não há uma relação clara entre baixo nível de renda per capita e crescimento maior que a média. (Creio que potencial para isso há, mas muitas forças trabalham contra).



187 - ...No entanto, alguns poucos países — entre eles o Uruguai, a Argentina e a Venezuela — não convergiram. Em 1950, esses três países tinham aproximadamente o mesmo produto per capita da França. Em 2004, estavam bem atrás; seu nível de produto per capita situava-se entre 25% e 50% do nível do da França.


188 - Coloca o produto em função dos insumos capital e trabalho: Y = F(K, N). Capital agregado e emprego agregado, melhor dizendo. Coloca que essa visão deixa de lado várias diferenças qualitativas, mas que vai deixar isso de lado por enquanto. Coloca que o estado da tecnologia em geral é o que fará diferença entre países-locais com o mesmo nível quantitativo de insumos. O modo como se combina e tal. 


189 - Nos retornos constantes de escala, basta dobrar os insumos que o produto dobra. 2Y = F(2K, 2N). Esse 2 pode ser algum outro "x", obviamente. xY = F(xK, xN). O problema, porém, é que há rendimentos decrescentes no capital e trabalho. Não é tão fácil crescer. 


190 - Há, ainda, a noção de capital por trabalhador e produto por trabalhador (N): 



191 - Gráfico abaixo mostra os rendimentos decrescentes. Aumentos do capital por trabalhador são movimentos sobre a função de produção. Somente a tecnologia desloca para cima tal função:




192 - Enfim, esse capítulo foi meio que apenas uma introdução para os próximos. E muita coisa eu já sabia. Até o que coloquei aqui.


193 - Capítulo 11 é "Poupança, acumulação de capital e produto". Há certa retroalimentação:



194 - Por motivos de estudo, a análise que ele faz no capítulo partirá das seguintes premissas: O motivo para supor que N seja constante é facilitar o estudo do papel da acumulação de capital no crescimento. Se N for constante, o único fator de produção que variará ao longo do tempo será o capital. Entretanto, a hipótese não é muito realista, por isso vamos desconsiderá-la nos dois capítulos seguintes. (...) A segunda hipótese é a de que não há progresso tecnológico e, por isso, a função de produção f (ou, de maneira equivalente, F) não se desloca ao longo do tempo. O motivo para a adoção dessa hipótese — que, obviamente, é contrária aos fatos — é, mais uma vez, destacar o papel da acumulação de capital. Também vai supor economia fechada. Investimento igual a poupança privada e poupança pública. I = S + (T – G). 


195 - Imaginei que aumentasse. Confio nessas conclusões a seguir sem dados? ...a taxa de poupança não parece aumentar ou diminuir sistematicamente à medida que um país se torna mais rico. Segundo, países mais ricos não parecem ter, sistematicamente, taxas de poupança maiores ou menores do que os países mais pobres. A taxa de poupança dos países com PIB PPP 10 mil dólares para baixo é igual a dos "para cima", por exemplo? Enfim, estranho.


196 - Coloca que investimento é fluxo, já que tem delimitação temporal clara (% do PIB ao ano, por exemplo), e capital é estoque. 


197 - Suponha que o capital seja depreciado a uma taxa  (letra grega minúscula delta) ao ano. Isto é, de um ano para outro, uma proporção  do estoque de capital é sucateada e se torna inútil. De forma equivalente, uma proporção (1 – ) do estoque de capital permanece intacta de um ano para outro. A evolução do estoque de capital é, então, dada por K(t+1) = (1 – )Kt + I. Disso, vai jogando várias outras fórmulas...


198 - ...De toda forma, continuo surpreso com a inutilidade da álgebra usada. Sinto minha vida escorrendo à toa. Vários movimentos para descrever algo que é bem óbvio: a mudança no estoque de capital por trabalhador (representada pela diferença entre os dois termos do lado esquerdo) é igual à poupança por trabalhador (representada pelo primeiro termo do lado direito) menos a depreciação (representada pelo segundo termo do lado direito). Depois vem mais fórmulas para mais obviedades (chega desanimar de prestar atenção): Se o investimento por trabalhador supera a depreciação por trabalhador, a mudança no capital por trabalhador é positiva. O capital por trabalhador aumenta.


199 - No gráfico a coisa fica mais interessante, pois, como rendimentos decrescentes do capital são uma realidade e a depreciação constante do mesmo também, o aumento do capital/investimento por trabalhador vai chegando num ponto onde a coisa passa a ser contraproducente (ainda mais porque o investimento é sempre uma função/parte do produto):



200 - ...A mesma coisa só que com as palavras de Blanchard, com um importante acréscimo depois: À medida que nos movemos para a direita ao longo do eixo horizontal e observamos níveis cada vez maiores de capital por trabalhador, o investimento aumenta cada vez menos, enquanto a depreciação continua a aumentar proporcionalmente com o capital. ... À direita de K*/N, a depreciação supera o investimento, e o capital por trabalhador diminui. Isso é indicado pelas setas apontando para a esquerda sobre a curva que representa a função de produção. (...) Essa diminuição do capital por trabalhador continuará até que a economia atinja novamente o ponto no qual o investimento é igual à depreciação e o capital por trabalhador é igual a K*/N.


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