Livro: Blanchard, Olivier - Macroeconomia (2011) - Parte III

   

Livro: Blanchard, Olivier - Macroeconomia (2011) - Parte III


Pgs. 56-75:


59 - O capítulo 4 é sobre "Mercados financeiros". As primeiras lições são coisas que já sei há muito tempo.


60 - Apresenta o conceito de demanda por moeda. Md. A demanda por moeda da economia como um todo é simplesmente a soma de todas as demandas individuais por moeda das pessoas na economia. Portanto, ela depende do nível total de transações na economia e da taxa de juros. Menciona que há uma proporcionalidade com a renda. Se a renda nominal aumentasse em 10%, seria razoável pensar que o montante de transações na economia também aumentaria aproximadamente em 10%.


61 - Md =$Y L(i) 

                       ( - )

... onde $Y representa a renda nominal. Leia essa equação do seguinte modo: a demanda por moeda, Md, é igual à renda nominal, $Y, multiplicada por uma função da taxa de juros, i, representada por L(i). O sinal negativo sob o i em L(i) reflete o fato de que a taxa de juros tem um efeito negativo sobre a demanda por moeda.


62 - ...Se a renda dobra, a demanda por moeda dobra, coloca. Renda nominal. Real não é o foco aqui. 


63 - Apresenta um gráfico que explica a equação a partir de um suposto aumento da renda nominal. Vale observar o comportamento dos outros fatores:



64 - Em parênteses, coloca que grande parte da demanda pela moeda (dinheiro mesmo) dos EUA está em países como El Salvador e Argentina, como espécie de proteção ou até adoção oficial da moeda. Portanto, não tem só a ver com as transações legais e ilegais correntes no país.


65 - LM. L é liquidez e M é moeda. M = Ms (s vem de "supply", que quer dizer oferta). Ms tem que ser igual a Md para o equilíbrio. Como Ms é M, ... M = $Y L(i ). Na relação LM, demanda e oferta de moeda se equalizam.



66 - ...Percebe-se que um aumento da renda nominal deslocaria a curva para frente e, mantida a oferta de moeda, elevaria a taxa de juros para que tudo chegasse a novo equilíbrio. Já o aumento da oferta de moeda pelo BC, mantidas as demais condições, leva a uma taxa de juros menor:



67 - Balancete do BC: O ativo do Banco Central é a soma de títulos que ele retém em sua carteira, e seu passivo é o estoque de moeda da economia. As operações de mercado aberto levam a mudanças iguais do ativo e do passivo. Ele expande e contrai a oferta monetária assim.


68 - "Detalhe" importante: Até agora nos concentramos na taxa de juros dos títulos. De fato, o que é determinado nos mercados de títulos não são as taxas de juros, mas os preços dos títulos; a taxa de juros de um título pode então ser inferida com base no preço do título. Taxa de juros das Bills ou qualquer título do tipo:



69 - Não anotei muita coisa aqui pois, na verdade, já sei até disso aí que anotei. Depois ele torna a explicação mais sofisticada, mas na prática ainda dá no mesmo: o BC ainda consegue manipular a taxa de juros mesmo em prazos mais longos. ... há uma dimensão para a qual nosso modelo deve ser ampliado. Supusemos que toda moeda na economia consistisse em moeda manual, ofertada pelo Banco Central. No mundo real, a moeda inclui não apenas moeda manual, mas também depósitos à vista. Depósitos à vista não são ofertados pelo Banco Central, mas pelos bancos (privados). Balancete dos bancos:



70 - As reservas servem para possíveis retiradas excedentes às entradas e para possíveis transferências interbancárias de saldos em conta de correntistas (que, a meu ver, não deixa de ser diferença entre entradas e saídas, só que parciais). Por isso, costumam ter reservas mesmo se o compulsório estiver em zero. O problema desses ativos? Emprestar pro governo (títulos) ainda até costuma ter alguma liquidez relevantes, caso resgates sejam necessários. Porém, empréstimos a pessoas privadas têm liquidez muitíssimo baixa e uma longa recessão ou depressão pode causar sérios problemas. Já as reservas tradicionalmente não correspondem a nem perto da maior parte. Aumentar a liquidez dos empréstimos??? Em princípio, o banco poderia vender os empréstimos para terceiros e obter o dinheiro. Mas vendê-­los pode ser muito difícil, uma vez que os potenciais compradores saberiam pouco sobre a confiabilidade dos tomadores de empréstimos.


71 - Os empréstimos representam cerca de 70% do ativo dos bancos excluindo reservas. Os títulos respondem pelo restante (30%).


72 - A demanda por moeda do BC é maior que a simples demanda das pessoas. A demanda por moeda do Banco Central é igual à demanda por moeda manual pelas pessoas mais a demanda por reservas pelos bancos. Ele ainda não explicou as equações de tudo isso, mas diz que o diagrama abaixo já é entendível (e aposto que as equações não vão me acrescentar em nada, pra variar):



73 - Entram as equações. Suponhamos que as pessoas retenham uma proporção fixa de sua moeda em espécie — chamemos essa proporção de c — e que, consequentemente, retenham uma proporção fixa (1 - c) em depósitos à vista. Nos Estados Unidos, as pessoas retêm 40% de sua moeda na forma de moeda manual (dinheiro em espécie ou papel-­moeda), logo c = 0,4. Representamos a demanda por moeda manual como CUd (CU para papel-­moeda — da palavra em inglês currency — e d para demanda). Representamos a demanda por depósitos à vista como Dd (D para depósitos e d para demanda). As duas demandas são dadas por:

CUd = c Md

Dd = (1 - c) Md


74 - Outra fórmula que não sei o que acrescenta por enquanto: R = D. Esse símbolo aí deveria ser teta. É o coeficiente dos depósitos que  banco deixa como reserva. Como D é a demanda de reservas pelos bancos, lembrando a fórmula do item anterior, fica assim: Rd =  (1 - c) Md


75 - Mais desenvolvimentos pouco atraentes: Seja Hd a demanda por moeda do Banco Central. Essa demanda é igual à soma da demanda por moeda manual e da demanda por reservas: Hd = CUd + Rd. Substitua CUd e Rd por suas expressões nas equações (4.4) e (4.7) para obter Hd = cMd + (1 - c) Md = [c + (1 - c)]Md. Finalmente, substitua a demanda total por moeda, Md , por sua expressão na equação (4.3) para obter Hd = [c + (1 - c)] $YL(i ) (4.9) Isso nos dá a equação correspondente ao terceiro quadro, “Demanda por moeda do Banco Central”, na Figura 4.7.


76 - Consequências - as quais não demandavam fórmulas: Deixando de lado esses dois casos extremos, note que, à medida que as pessoas retêm depósitos à vista (de modo que c < 1), o termo entre colchetes é menor do que um. Isso significa que a demanda por moeda do Banco Central é menor do que a demanda total por moeda. Isso se deve ao fato de a demanda por reservas pelos bancos ser apenas uma fração da demanda por depósitos à vista.


77 - Como o BC controla, seja direta ou indiretamente, a oferta de moeda, regula, por tabela, a taxa do mercado interbancário. 


78 - Põe umas fórmulas chatas pra dizer simplesmente o que já se sabe intuitivamente de tudo exposto: . Portanto, a oferta total de moeda é igual à moeda do Banco Central vezes o multiplicador monetário.


79 - ...A moeda do Banco Central é às vezes chamada de moeda de alta potência (a origem da letra H que usamos para representar a moeda do Banco Central se deve ao termo em inglês high-powered money) ou base monetária. O termo alta potência reflete o fato de aumentos de H levarem a aumentos maiores do que um para um na oferta total de moeda, sendo, portanto, de ‘alta potência’. Da mesma maneira, o termo base monetária reflete o fato de que a oferta total de moeda depende em última análise de uma ‘base’ — o montante de moeda do Banco Central na economia. A lógica do multiplicador monetário segue a mesma do fiscal, já estudada. É aquela fórmula da PG. Nem vou entrar na matemática da coisa como o texto fez, pois é tudo intuitivo e já foi bem explicado em fichamentos aqui. Aqui, há rodadas sucessivas de compra de títulos e expansão monetária. Os multiplicadores podem frequentemente ser derivados como a soma de uma progressão geométrica e interpretados como o resultado de sucessivas rodadas de decisões. E assim termina o capítulo 4.


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