Livro: Blanchard, Olivier - Macroeconomia (2011) - Parte VII

       

Livro: Blanchard, Olivier - Macroeconomia (2011) - Parte VII


Pgs. 135-146:


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144 - No que tange à discussão sobre petróleo (choque de oferta), resolve matematicamente tratando como se fosse um aumento na margem (a letra grega lá do 1 + quadrado). Na prática acaba sendo até meio que isso, globalmente falando, já que é a OPEP geralmente exercendo seu poder de mercado e fixando preços mais altos, afetando o mundo todo. Enfim, os efeitos práticos são os mesmos de as empresas aumentarem sua margem, então Blanchard simplificou analisando assim. Salários reais vão então diminuir, o que implica crescimento do desemprego "natural". Com a diminuição do insumo "trabalho", o nível do produto - inclusive natural - também cai. Se for retorno constante do "trabalho", cai na proporção 1:1.



145 - Sobre o curto prazo: ...Esse aumento da margem leva as empresas a aumentar seus preços, o que aumenta o nível de preços, P, para qualquer nível de produto, Y. A curva de oferta agregada se desloca para cima. Depois vai se deslocar ainda mais porque o nível esperado de preços vai se tornando o novo normal. P vira Pe. Estagflação na veia. Nas palavras dele: O que acontece ao longo do tempo? Embora o produto tenha caído, o nível natural de produto caiu ainda mais.



146 - ...Importante: A curva de demanda agregada se desloca como resultado do aumento do preço do petróleo? A resposta é: talvez. Há muitos canais pelos quais a demanda pode ser afetada a um dado nível de preços. O preço do petróleo mais alto pode levar as empresas a alterar seus planos de investimento, cancelando alguns projetos de investimento ou mudando para equipamentos que consumam menos energia. O aumento do preço do petróleo também redistribui a renda dos consumidores para os produtores. Os produtores de petróleo podem gastar menos do que os compradores, o que leva a uma diminuição da demanda por consumo. Coloca que os países da OPEP pouparam muito na época das altas, sabendo que não era "pra sempre" o cartel. Diz que vai manter a hipótese de que, no curto prazo ao menos, somente a oferta agregada se desloca. 


147 - Inflação e desemprego nos EUA e preço do petróleo:




148 - Ao fim, ele deixa um quadro-resumo do capítulo:



149 - Faz um parênteses para diferenciar o aumento da década de 70 do da década de 00: a) demais matérias-primas teriam subido mais em 70 do que em 00 (não apresenta dados); b) como sindicatos e negociação coletiva estavam mais fracos trinta anos depois, os aumentos do petróleo puderam ser amortecidos com maior facilidade, impedindo o ciclo vicioso do "choque", ou seja, foi tipo uma compensação. Isso puxou a curva de oferta para baixo. Adiciona que estudos econométricos mostram que, no segundo período, os efeitos do aumento (do preço do petróleo) sobre o IPC e o PIB tornaram-se pequenos, praticamente metade do que eram antes. Isso seja pelo item "b)" aí (que inclui reduções salarias reais até) e pelo fator "política monetária", sendo que esta foi muito mais crível nos anos 00 que nos anos 70. O nível de preços esperado se manteve mais baixo e conteve a oferta agregada, já que se confiava no combate do BC aos preços mesmo com a pressão do petróleo.


150 - Sobre os choques, ressalta: Alguns choques possuem efeitos inclusive no médio prazo. É o caso dos choques que têm um efeito permanente sobre a oferta agregada, tais como uma mudança permanente no preço do petróleo.


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