Livro: Paul Krugman - Introdução à Economia (2015) - Parte XX

         

Livro: Paul Krugman - Introdução à Economia (2015) - Parte XX


Pgs. 604-627:


424 - Quanto mais alta a taxa de juros menor será quantidade de crédito demandada e a ofertada. O custo de oportunidade de investir (capital "real") fica alto e faz com que muitos projetos não aconteçam. Quantidade demandada cai. É melhor deixar dinheiro no banco rendendo (investimento financeiro) que investir na economia real. 



425 - ...Portanto, a taxa de juros de equilíbrio igualará as quantidades demandadas e ofertadas 


426 - Krugman lembra que percepção/confiança podem deslocar para a direita a curva de demanda por fundos de empréstimos. Pessoas e empresas achando que a economia vai bombar e-ou que têm que fazer investimentos em equipamentos "do futuro" ou algo do tipo. Já as desilusões com o ciclo - como no estouro da bolha das ponto com - piodem ter o efeito contrário. Desloca para a esquerda. 


427 - Se o governo passa de superávits a déficits, por exemplo, a demanda por fundos de empréstimos também é deslocada para a direita, pressionando os juros de equilíbrio portanto. Questão fiscal. Preocupação com o "crowding out", possível deslocamento do investimento privado. 


428 - Os deslocamentos da oferta podem ter a ver com: a) mudança de comportamento na poupança privada (pessoas passando a poupar mais ou menos, seja por algum desenho institucional de política social/pública ou qualquer outro motivo). Krugman cita o exemplo da valorização imobiliária que fez proprietários de casas se sentirem ricos e gastarem mais, poupando menos, entre 2000 e 2006; b) grandes entradas ou saídas por mudanças de percepção dos investidores estrangeiros, que passam a confiar mais no país por algum tipo de mudança institucional ou qualquer outra. A entrada da Grécia no Euro levou a uma dessas mudanças, com grande fluxo positivo de capital pra lá. Década depois veio crise porém e...


429 - Porém, tudo o quanto apresentado parece dizer mais respeito a taxa de juros de equilíbrio real que nominal, pois se as expectativas de inflação forem de alta, a taxa nominal terá que aumentar mesmo se um monte de coisa estiver operando no sentido inverso. A inflação acaba sendo o grande player na verdade. Desloca ambas as curvas para cima (ou baixo, na desinflação ou até deflação). 


430 - Mais pessoas aposentadas e/ou velhas pode significar maior propensão a gastar que poupar, o que implica diminuição dos fundos de empréstimo e possível alteração dos juros de equilíbrio para cima. (Curiosamente isso não tem ocorrido. Talvez outros fatores estejam contrabalanceando isso fortemente).


431 - Os bancos - sistema financeiro - reduzem o custo de transação na negociação de empréstimos. Análise do riscos de cada parte, dos projetos, produção da papelada... Etc.


432 - Vender ações para financiar um investimento (projeto que se tem em mente) é diversificar. Pode sobrar capital para outras coisas até (comprar ações?). A pessoa consegue não assumir todo o risco do investimento. Se tudo der certo, divide a glória, mas pelo menos não assume 100% do risco. A maioria das pessoas possuem "aversão ao risco". Está aí uma das maiores importâncias do mercado/sistema financeiro.


433 - Por fim, os bancos fornecem liquidez. Lubrificam a coisa. Você personaliza o nível de liquidez que demanda. Diversifica, etc. Com os bancos, passam a existir muitos ativos líquidos e até estáveis (como a porcaria da poupança). Se uma pessoa, no capitalismo, fosse obrigada a emprestar todo excedente (cenário sem bancos) que possui para se livrar da inflação, teríamos muito menos liquidez e talvez maior risco. 


434 - Tomadores de grande porte e confiáveis, ao contrário de indivíduos, podem emitir bônus de dívida. Não precisa necessariamente ir a um banco pedir empréstimo e ter seu histórico de crédito avaliado por um gerente (embora o comprador do bônus certamente vá fazer algo parecido - e as agências de avaliação de risco irá ajudá-lo nisso - certamente haverá menores custos para todos nessa transação/intermediação). Ademais, muitas vezes há um mercado secundário para os bônus, o que garante maior liquidez em relação a empréstimos normais. Emitir bônus pode ser, porém, muito custoso para companhias de pequeno porte. 


435 - Há, por fim, os títulos financeiros lastrados por empréstimos. A famosa securitização. Forma-se um "pool" de empréstimos com participações no risco do mesmo. A de hipotecas é a mais famosa. Hpa diversos recebíveis de créditos porém. 


436 - Krugman lembra que, durante o século XX, as ações renderam em média 7% real e os bonds apenas 2%. 


437 - A Vanguard é a maior gestora de fundos mútuos, afirma Krugman. 1,7 trilhão dos 10 trilhões dessa categoria de investimentos nos EUA. Fundos de pensão são algo parecido, com mais regras (mais engessado),  visando aposentadoria. Também soma uns 10 trilhões nos EUA. Tudo número de 2011. Além disso, há os patrimônios gerenciados por companhias de seguros. 


438 - Menciona que, a partir de 1965, a Coréia do Sul elevou juros sobre depósitos nos bancos e os poupadores pararam de só querer ouro ou imóvel como patrimônio. A poupança nacional passou a crescer e ser canalizada para a produção. As empresas passaram a poder acessar crédito na quantidade em que demandavam. Um depósito bancário é um ativo da pessoa e passivo para o banco. Aumentaram 600% entre 1965 a 1970 na Coréia. 


439 - Krugman lembra que, no PIB dos EUA (não diz se ocorre em todos) está incluído o aluguel implícito a si mesmo do dono da casa própria, pois este representa um custo de oportunidade. 


440 - Lembra que a HME pode ser muito simplista a depender de como seja interpretada. Há muitos "vieses cognitivos" a mexer com a racionalidade. As exuberâncias irracionais e frequentes bolhas legitimariam, portanto, alguma ação estatal moderadora a fim de evitar ou ao menos suavizar recessões e suas consequências intensas? 


441 - Sobre a crise de 2008, Krugman lembra que os preços dos imóveis (pouco mais que) duplicaram em seis anos enquanto o dos alugueis só subiu uns 20%. Era um indício de bolha. Em 2005, Greenspan negou que fosse. Era algo normal diante dos juros baixos, alguns pensavam. 


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