Livro: Paul Krugman - Introdução à Economia (2015) - Parte XIX

         

Livro: Paul Krugman - Introdução à Economia (2015) - Parte XIX


Pgs. 585-604:


411 - Coloca que corrupção e burocracia (intervenção excessiva) muitas vezes estão relacionados. Rent-seeking e etc. Instituições confiáveis dinamizariam o progresso tecnológico. Diz que esse "problema de má governança" é comum na América Latina, por exemplo. Critica também a destruição da poupança da região por inflação visando financiar gastos governamentais pouco produtivos. Falta de atenção à educação e instabilidade política teriam completado o "combo". 


412 - Coloca que a África passa por problemas ainda piores. Instabilidade política enorme (guerras e afins) e pouca proteção dos direitos de propriedade (extorsão e corrupção em alto nível). Investimentos produtivos, nesse cenário, são algo muito arriscado. Jeffrey Sachs crê que é o contrário. A pobreza é que gera tudo isso e os motivos seriam geográficos. Muitas populações sem acesso ao litoral e em climas quentes que favorecem doenças. O solo também é pouco fértil. Desnutrição e doenças dificultam qualquer melhoria básica na produtividade do trabalhador. A malária demandaria uma infraestrutura básica de saúde pública bem eficaz, por exemplo. Não há. Coloca que as coisas estão melhorando, porém (anos 00. Não sei desta última década).


413 - Krugman afirma que não há consenso entre geólogos e especialistas sobre o futuro do petróleo. Quanto tempo durarão as reservas e o crescimento da produção. Se já foi atingido um platô que será seguido de declínio e etc.


414 - Nos desenvolvidos ao menos, o consumo "per capita" de petróleo desde 1980 vem crescido em ritmo menor que o da economia. Está quase estável. 


415 - Trata da necessidade de redução de CO². Haveria consenso sobre o aquecimento global. A emissão desses gases de efeito estufa seriam "a mãe de todas as externalidades". A forte divergência é sobre qual o grau necessário de redução das emissões. Um imposto (ou licenças comercializáveis) depende disso. Cálculos apontam que mesmo políticas duras e ambiciosas de corte de mais da metade de emissões causariam apenas uma leve queda do desempenho econômico. (Fiquei chocado com o número. No máximo 2% a menos num total de décadas, até 2050. Não deveria sequer haver dissenso então, se for real).


416 - No anexo "caso empresarial", ao fim do capítulo, coloca que o grande aumento da produtividade nos EUA entre 1995 e 2005 se deu mais ao que Walmart e o setor do comércio/distribuição aprenderam a extrair dos computadores/TI em geral que das próprias invenções em si. Foi nesse setor que a produtividade mais cresceu em tal período (3,2% anuais contra 1,4% do resto da economia). Tanto é que na França e em outros países sem essa evolução na rede de distribuição, a produtividade cresceu a ritmo bem menor (0,4% ao ano na França, contra 0,8% do resto da economia francesa). 


417 - O capítulo 25 é sobre poupança, gastos de investimento e sistema financeiro. O termo "gasto de investimento" é diferente de investimento em ações e papéis (capital financeiro), explica Krugman. O primeiro é em capital físico mesmo. Equipamentos, máquinas, edifícios, novas fábricas em geral... 


418 - Superávits orçamentários são poupanças do governo. É quando a "tributação" menos "transferências diretas" e "compras governamentais de bens e serviços" dão resultado positivo. 


419 - Para economias abertas, Krugman lembra (e Mankiw toca pouco nesse ponto) que a entrada líquida de capital estrangeiro (como nos EUA das últimas décadas ou o Brasil no início do Plano Real) pode ter um custo maior que o financiamento utilizando poupança nacional. Ele cita os juros. São pagos nos dois casos, mas, no "dólar externo" vão para "não-residentes" com maior possibilidade de não gastarem/comprarem nos próprios EUA e sim no país deles. (Aqui nos emergentes ainda temos o risco cambial da aposta em desfavor. Ademais, o título dos EUA paga zero ou juros muito baixo). 


420 - Lógica do IEL(íquido) positivo: entrada significará que o país consegue comprar mais bens e serviços do que vende (afinal, recebe mais moeda local, tipo dólar, do que sai). Ou seja, implica déficit na balança comercial. I = S + IEL. Investirá a poupança interna (incluídas subtrações de possíveis "despoupanças dos governos", o que tem sido comum por essas bandas) e externa. EUA e Brasil (FHC) fazem isso. Nos asiáticos é o contrário. Poupam mais do que investem no país. 


421 - Enfim, o superávit ou déficit do governo e a entrada ou saída de capital líquido (IEL) em economias aberta são as variáveis que vão fazer com que a identidade entre poupança e investimentos (não-financeiros) pareça irreal aos desatentos. Se considerarmos os investimento financeiros que implicam saída líquida de capital e também os possíveis déficits governamentais, temos uma identidade fácil de ver.


422 - Alguns alegam que os EUA poupam pouco por ser mais fácil tomar crédito (entrar em financiamentos imobiliários, por exemplo) em comparação aos demais desenvolvidos. Mesmo assim a taxa de investimento não difere muito dos europeus já que os EUA possuem alto IEL nos últimos anos (e talvez por isso importem tanto). Outros mencionam que o sistema de previdência garante renda aos idosos, o que seria um desincentivo. 


423 - Outra coisa que confunde a identidade "poupança-investimento" são os estoques. Alta repentina da propensão a poupar resultarão em alta dos investimentos porque crescerão os estoques. E estoque conta como investimento! Quando voltam a gastar (se voltarem) há queda da poupança e dos estoques (ou seja, contará como investimento negativo). 


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